Na interlocução com empreendedores e operadores de serviços médico-hospitalares para obtenção de informações voltadas a concepção dos espaços de um projeto arquitetônico e em sequencia dos projetos das engenharias com ênfase nas instalações prediais e especiais, tem sido costumeira a menção dos compartimentos por sua atividade: sala de consulta, três salas de cirurgia, cuidados intensivos com X leitos e assim segue.
Os compartimentos citados compõem as atividades-fim ou centrais sem menção as atividades-meio ou de apoio, que são requeridas não somente pela operação da produção, mas recomendadas pelas Normas Oficiais referentes aos edifício de saúde: RDC-50. No entanto os compartimentos-fim alojam atividades que configuram os “elos” de algum processo de atenção e que deverão ser organizados a partir do “fluxo” e das “rotas” das atividades que serão ativadas.
Os fluxos configuram o sequenciamento dos eventos realizados em seus postos de trabalho que compõem os processos, e as rotas são os caminhos e distancias que separam os locais das atividades.
Aos arquitetos compete compreender como fluem os processos para organizar os compartimentos de forma a minimizar “desperdícios” com esforço humano e tempos, evitando riscos para os pacientes e profissionais participes dos processos.
Uma abordagem metodológica que tem aprimorado o entendimento entre profissionais de saúde que operam os processos e os arquitetos e engenheiros que organizam os espaços é solicitar aos informantes que “desenhem” os eventos que compõem os processos, alinhando sua sequencia ou elos da “cadeia de produção” e indicando o “o que faz!” e o “como faz!”, gerando informações mais esclarecedoras para uma melhor concepção da organização física.
Os profissionais de saúde, ao expressarem graficamente os processos deverão fazê-lo “a mão livre” sem qualquer preocupação métrica de distancias ou dimensões, desgarrados da frequente menção de que “não sei desenhar!”.
Conhecendo o sequenciamento dos eventos de “produção dos serviços” os Arquitetos terão condições de colocar adequadamente os compartimentos de apoio que suportam os “setores de produção”.
Sendo o edifício de saúde organizado espacialmente em setores físicos que acolhem as unidades de produção, com seus processos, necessário será informar aos projetistas a origem dos pacientes – de que setores vem! – e o destino após realizadas as atividades – para onde vão! – ensejando aos projetistas uma compreensão das interfaces setoriais e dos macro-fluxos.
Mesmo recebendo inicialmente uma listagem de compartimento deverão os Arquitetos solicitar aos informantes que “desenhem e informem os eventos que compõem os processos”.
Esta nova solicitação, que os envolvidos na operação saberão atender com presteza, resultará ganhos de conhecimento na concepção e detalhamento dos projetos físicos do edifício.
postado por João Carlos Bross
Nenhum comentário:
Postar um comentário