Estudo mostrou que a prática regular de atividades como corrida e natação ajuda a preservar a memória e evitar a demência
A prática de exercícios de alta intensidade pode fazer muito mais do que deixar o corpo em forma.
Natação: prática regular de exercícios aeróbicos beneficia o corpo e o cérebro
Uma nova pesquisa revela que a prática de atividade aeróbicas em longo prazo pode também estimular o funcionamento cerebral. As conclusões foram apresentadas no encontro anual da Sociedade Americana de Medicina Esportiva, que ocorre esta semana em Denver.
No estudo, a equipe liderada por Benjamin Tseng, pesquisador do Laboratório Cerebrovascular do Instituto de Medicina do Exercício e do Ambiente do Hospital Presbiteriano do Texas (IEEM), comparou a estrutura e o funcionamento cerebral de 10 atletas com o de 10 pessoas sedentárias.
Os tipos de função cerebral observados incluiram controle muscular e a função executiva (processo cognitivo responsável pelo planejamento e pela execução de atividades, incluindo iniciação de tarefas, memória de trabalho, atenção sustentada e inibição de impulsos), além de outras funções cerebrais.
“Sabemos que a estrutura cerebral e alguns aspectos do funcionamento cognitivo deterioram com a idade, mais ainda não conseguimos descobrir quais são exatamente os fatores e mecanismos que contribuem para isso”, disse Tseng em um boletim do hospital.
“Nossos resultados preliminares elucidam este importante tópico, por isso esperamos que as descobertas levem à melhor prevenção e tratamento de Alzheimer e de outras formas de demência”.
Participaram do estudo 10 atletas master, com idade média de 73 anos, que tiveram pelo menos 15 anos de treinamento aeróbico para competição, e 10 pessoas sedentárias da mesma faixa etária e nível acadêmico. Os pesquisadores constataram que a massa branca do cérebro se encontrava em melhor estado de preservação entre os atletas.
No cérebro humano, a massa branca desempenha um papel crucial na transmissão de mensagens entre as diferentes regiões da massa cinzenta – áreas onde ocorrem funções como visão, audição, fala, memória e emoções. Então, sem massa branca suficiente, a massa cinzenta não pode realizar seu trabalho, como acontece no caso de muitas pessoas que sofrem de diversos tipos de demência, explicaram os autores do estudo.
“Sem o funcionamento adequado da massa branca, o indivíduo pode começar a apresentar sinais de problemas neurológicos. Ele pode perder a habilidade de realizar tarefas quotidianas simples que costumamos não valorizar”, disse Benjamin Levine, diretor do IEEM, professor de medicina e cardiologia e eminente professor de ciência do exercício do UT Southwestern Medical Center.
Os pesquisadores concluíram que o estudo elucida alguns dos mistérios do envelhecimento cerebral, como a relação entre a circulação sanguínea no cérebro e sua a estrutura e funcionamento deste órgão.
Levine diz: “O estudo também revela que a pratica de exercícios aeróbicos em longo prazo tem um impacto definitivo e mensurável sobre a saúde cerebral. E o que é ainda mais importante, ele nos permite saber que dispomos de ferramentas que podem nos ajudar a lutar contra a demência e outros sinais clássicos do envelhecimento por meio de um programa de exercícios consistente e intencional”.
Como ainda não foi publicado em um periódico científico, revisado por profissionais da área, o estudo ainda é considerado preliminar.
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