Segundo o diretor presidente da Planisa Planejamento e Organização de Instituições de Saúde, Afonso José Matos, o atual modelo de remuneração não contempla a produtividade e para que seja possível a realização de pagamentos por performance é necessário que haja uma mudança nos métodos.
“O método Fee for Service (Conta Aberta) não possibilita a previsibilidade de gastos, não estimula a administração dos recursos, não estimula produtividade e impossibilita que gestão médica seja feita”.
No intuito de reverter essa situação, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) criou no ano passado um grupo de técnico com representantes de todos os players do setor e que se reuniu para debater essas mudanças.
De acordo com o representante da ANS Carlos Eduardo Porto da Costa Figueiredo, após a discussão sobre os novos modelos de remuneração, o projeto encontra-se em um segundo plano e leva em consideração as estratégias para a implantação do novo método.
Plano estratégico
Para Matos, é necessário que exista um olhar estratégico que contemple a remuneração e os custos que tragam mudanças do padrão retrospectivo para o prospectivo. “Essa premissa consiste em abandonar o método de gastar e depois cobrar para prever o que vai gastar e fazer negociações com base nessas previsões”.
Ele também ressalta a questão do alto custo que os materiais e medicamentos representam para as instituições. “Atualmente, esses insumos representam 54% dos gastos hospitalares. É preciso que as instituições saibam estocar os itens que adquirem e tenham noção da quantidade utilizada”.
De acordo com o porta-voz do Grupo ASE, Manuel Alvarez, cada vez mais as margens mostram que as despesas com medicamentos superam as receitas.
Em contrapartida, a lucratividade proporcionada pelas diárias caiu consideravelmente. “No ano de 2006 essa porcentagem era de 32% e atualmente a participação das diárias caiu para 27%”. Para exemplificar os dados mostrados, Matos utilizou parte de uma pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP).
Integração setorial
Além disso, o diretor da Planisa ressalta que é necessário existir uma integração entre os diversos setores hospitalares. “É preciso compreender mais do que a visão departamental interna e saber realmente o que é o produto final do hospital. A equipe de gestão deve saber como funciona as demais áreas, deve ter conhecimento de como o corpo médico atua”
Isso porque, segundo ele, ter conhecimento dos procedimentos realizados dentro da organização possibilita a existência de um planejamento de custos e investimentos que precisam ser realizados, garantindo também a padronização dos procedimentos e uma gestão estratégica dos resultados.
Matos finaliza ao dizer que, no entanto, para que existam melhorias no programa de gestão não basta apenas gerenciar a produção dos insumos e sim a sua utilização.
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