No estado de São Paulo, 74% dos 58.000 médicos que atendem planos de saúde consideram ruim ou péssima a relação das operadoras com os profissionais. O dado é de uma pesquisa inédita do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), realizada pelo Instituto Datafolha em abril de 2011.
A crise entre a classe médica e os planos de saúde deteriorou muito nos últimos quatro anos. Em 2007, 43% dos médicos que atendiam planos de saúde já afirmavam que tinham problemas com as operadoras, especialmente relacionados a baixos valores de honorários médicos, glosa ou negação de consultas, internações, exames, procedimentos e outras medidas terapêuticas.
Em 2011, o Cremesp também quis saber como anda a relação dos médicos com os empregadores públicos (com o Sistema Único de Saúde - SUS). Na avaliação de 59% dos médicos a relação do SUS com os profissionais é ruim ou péssima. Ou seja, os médicos estão mais insatisfeitos com os planos de saúde ( 74%) do que com o SUS.
PARALISAÇÃO E REIVINDICAÇÕES
A insatisfação dos médicos com os planos de saúde deu início à campanha por melhores honorários e pelo fim das interferências das operadoras na autonomia profissional, o que levou à paralisação nacional no dia 7 de abril e motivou a realização da assembleia estadual dos médicos, nesta quinta-feira, 30 de junho, às 20 horas, na sede da Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas, rua Voluntários da Pátria, 547, Santana, São Paulo.
Na assembleia, serão avaliadas as respostas de 15 planos de saúde contatados pelo movimento médico de São Paulo. Existe a possibilidade de paralisação, em todo o estado, do atendimento aos planos de saúde que não responderam positivamente às reivindicações da classe médica.
ALGUNS DADOS DOS PLANOS DE SAÚDE EM SÃO PAULO
Cerca de 58.000 médicos atendem planos e seguros de saúde em São Paulo ( dentre os 106 mil médicos em atividade no Estado);
Funcionam em São Paulo 327 operadoras de planos de assistência médico-hospitalar com registro ativo na ANS (139 empresas de Medicina de Grupo, 82 cooperativas médicas, 55 planos de autogestão, 44 planos mantidos por Santas Casas e 7 seguradoras de saúde);
São Paulo tem 18, 4 milhões de usuários de planos de assistência médica ( dentre 46,6 milhões de beneficiários no Brasil ). É o estado com maior presença da assistência suplementar: 44,7% da população tem plano de saúde, sendo 59,8% de cobertura na capital e 39,1% no interior.
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