Após a cirurgia é preciso aguardar 10 relações para saber se o homem já não pode ter mais filhos
Vasectomia é a cirurgia realizada em homens para impedir que eles tenham mais filhos. Este tipo de esterilização faz parte do programa de planejamento familiar masculino, mas os médicos advertem: é preciso ter 10 relações sexuais após a operação para então sua eficácia ser garantida.
Neste período, os casais devem continuar usando outros métodos contraceptivos, como pílula anticoncepcional e camisinha, para não serem surpreendidos por uma gravidez indesejada.
“Depois deste prazo de espera, é preciso fazer um exame chamado espermograma que vai atestar se o homem está, realmente, estéril ou não. Antes disso, não há como ter certeza”, afirma Modesto Jacobino, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Jacobino ressalta que não há um limite de tempo para estas dez relações sexuais. “Pode ser uma semana ou seis meses. Isso depende da frequência sexual de cada paciente, mas as 10 ejaculações são necessárias.”
Dá para reverter?
O procedimento cirúrgico é feito com anestesia local e em ambulatório. Para ser submetido à vasectomia, o paciente precisa ter mais de 25 anos, assinar um termo de consentimento e alguns serviços exigem ainda a presença da companheira neste processo.
No Brasil, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, o número de vasectomias cresceu 78,7% entre 2003 e 2009, passando de 19.103 procedimentos para 34.144.
Apesar da popularização deste método, não é raro os homens procurarem os consultórios para tentar reverter a vasectomia, seja porque decidiram ter mais filhos em outro casamento ou por desejarem aumentar a família com a primeira mulher. Sobre este assunto, o presidente da SBU diz que existem métodos cirúrgicos para anular a esterilização masculina, mas os custos não são cobertos nem por planos de saúde nem pelos hospitais públicos.
“A decisão de fazer a vasectomia precisa ser muito bem pensada pois é considerada definitiva. Reverter a esterilização é muito mais oneroso e difícil”, diz Modesto Jacobino. “Sem contar que as chances de sucesso não são garantidas. Se o homem é vasectomizado há mais de 10 anos, por exemplo, os índices de reversão da cirurgia são muito pequenos.”
Causa impotência?
Outra dúvida que cerca a cirurgia de vasectomia – e muitas vezes afasta os homens dos ambulatórios – é que há um mito de que a operação pode resultar em impotência. Jacobino é categórico e diz que não há o menor risco de disfunção erétil pós vasectomia. “A ejaculação também continua normalmente”, complementa.
Os homens interessados em fazer vasectomia devem procurar o posto de saúde mais próximo da sua casa – ou o médico de confiança – para esclarecer mais sobre os impactos da cirurgia. É bom lembrar que a esterilização só evita a gestação e não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, como aids, HPV e sífilis.
Fonte IG
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