Proibição ocorreu em 2002, mas foi revogada pela Justiça; segundo médicos, medida fez nº de ocorrências cair
O secretário de Assistência à Saúde, Helvécio Magalhães, disse ser a favor da restrição da venda do álcool líquido para uso doméstico. A medida, avalia, ajudaria a reduzir as estatísticas de queimaduras no País.
Em 2002, resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda do produto líquido para uso doméstico, mas, por determinação da Justiça, ele voltou a ser comercializado. A justificativa era de que a Anvisa não teria atribuição para regular esse tipo de comércio.
Embora não haja estatísticas oficiais, estudos mostram queda nas queimaduras no período em que o produto foi proibido.
O coordenador da Unidade de Queimaduras da Santa Casa de Limeira, Flávio Nadruz, diz que, durante a proibição, o serviço registrou redução de 27% no número de acidentes. "É um número considerável, principalmente quando pensamos nas consequências para o paciente."
Em 2010, foram realizadas 71.860 cirurgias reparadoras de queimaduras - a um custo de R$ 89,23 milhões, sem incluir gastos com internações de pacientes que não precisaram fazer cirurgia ou atendimentos ambulatoriais. Em 2008, foram feitas 70.768 operações reparadoras.
No Congresso, tramita um projeto que atribui à Anvisa poderes para regular o comércio do álcool. Para Nadruz, a aprovação poderia trazer um impacto positivo nos números de acidentes.
Mas a medida esbarra na resistência de fabricantes e da própria população, habituada a usar o produto na limpeza da casa. Segundo Nadruz e Gomez, o produto pode ser substituído por água e o sabão, pois álcool líquido, diferentemente do produto nos hospitais, não é desinfetante.
Fonte Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário