João Goulão alerta para o risco de mais pessoas recorrerem ao tráfico num período de crise |
O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), JOão Goulão, admite ser "preocupante" o possível corte de até 15 por cento nos apoios públicos no tratamento de toxicodependentes devido à crise económica.
"Há um esforço significativo e honesto por parte do Governo português. Mas, neste momento estamos, de facto, em dificuldades e previsivelmente no próximo ano vamos ter menos do que isso. Um corte de 10 a 15 por cento é muito e vai criar dificuldades necessariamente", prevê.
O orçamento do IDT, gerido pelo ministério da Saúde, ronda os 75 milhões de euros, mas deverá sofrer uma redução de 10 a 15 por cento a partir de 2012.
O presidente do IDT falou à Lusa à margem do Encontro Estratégico sobre Segurança Pública e Política de Drogas, no Rio de Janeiro, que reúne esta semana dezenas de polícias e especialistas em segurança pública de diferentes países para debater a actividade policial e política de drogas.
Segundo João Goulão, aliado ao corte de custos pelo Governo, há factores preocupantes no terreno social como o desemprego que atingiu o auge dos últimos cem anos. Uma situação que propicia "que mais pessoas recorram a substâncias [aditivas], nomeadamente ao álcool. Há também probabilidade de mais pessoas recorrerem ao tráfico como actividade de sobrevivência", alertou.
Fonte Correio da Manhã
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