Pessoas com tendência a depressão podem se ajudar introduzindo positividade em suas rotinas, apontou pesquisa
Fazer algo de bom para alguém muitas vezes faz com que as pessoas se sintam bem consigo e também mais positivas e seguras de seu lugar no mundo.
Mas será que praticar atos aleatórios de bondade tem valor terapêutico cientificamente comprovado no tratamento de transtornos de humor como a depressão?
Sim, de acordo com um crescente corpo de pesquisas que constatou que as intervenções de "ações positivas” – como ajudar alguém que carrega mantimentos, escrever um cartão de agradecimento ou mesmo enumerar as próprias bênçãos – pode servir como uma forma eficaz e barata para ajudar a combater a depressão.
“São coisas que parecem bem triviais para uma pessoa normal. Pode-se pensar: o que há de grande nisso se você se sente bem por apenas 10 minutos” diz Sonja Lyubomirsky, professora de psicologia da Universidade da Califórnia, e co-autora de um artigo recente sobre o tema.
“Mas para uma pessoa deprimida, coisas como essas não são nada triviais. Indivíduos deprimidos precisam aumentar a quantidade de emoções positivas em suas vidas, mesmo que isso se limite a um minuto aqui e outro ali”.
Depois de uma rigorosa análise feita em pesquisas sobre os benefícios terapêuticos das ações positivas, Lyubomirsky e seus colegas descobriram amplas evidências que apoiam a noção de que pessoas com tendência a depressão podem se ajudar ajudando outros ou introduzindo mais positividade em suas rotinas.
Essa ajuda simples e de baixo custo para o bem-estar poderia ter grandes implicações em um mundo onde mais de 100 milhões de pessoas sofrem com depressão, segundo o estudo de Lyubomirsky.
Intervenções de ações positivas podem assumir diferentes formas. Entre elas estão: ser gentil com os outros, expressar gratidão, pensar de forma otimista e meditar sobre as coisas boas da vida.
“O principal aspecto é a emoção positiva”, diz Lyubomirsky. “A característica mais significativa da depressão é a ausência de emoções positivas – a condição gera um sentimento de nada, de vazio”, explica.
“Fazer coisas boas pelos outros não é apenas bom para melhorar o humor. Esse comportamento pode evoluir para uma ‘espiral ascendente’ autosustentável de sentimentos positivos.”
“Você pode ser mais acessível aos outros, ou ser mais criativo e imaginativo”, sugere Lyubomirsky. “É como uma bola de neve: quando mais você faz, mais fica propenso a experimentar sentimentos positivos”. Um exemplo? Seu chefe pode ser mais propenso a elogiá-lo se você está feliz no trabalho, seu marido ou esposa pode ser mais receptivo após um ato de bondade seu.
Michelle Riba, ex-presidente da Sociedade Americana de Psiquiatria, professora de psiquiatria e diretora associada do Centro de Depressão da Universidade de Michigan, concorda que a positividade pode ter um efeito dramático no bem estar psicológico das pessoas.
“Muitas pesquisas bem executadas mostram que esses tipos de ações podem ter um impacto positivo na vida”, disse ela. “Em geral, pessoas que ajudam os outros param de se concentrar em seus próprios problemas e preocupações para se sentirem bem sobre si mesmas.”
E talvez a melhor coisa sobre isso é que se pode buscar essas ações positivas por conta própria. “São coisas simples, que não envolvem ir a um médico. Certo, elas não são um substituto, mas são uma excelente alternativa ou complemento à terapia ou à medicação” defende Lyubomirsky.
Os pesquisadores ainda estão avaliando as melhores formas de buscar e implementar o pensamento e a ação positiva para realmente tratar a depressão. Por enquanto, quem quer melhorar o humor por meio da positividade precisa descobrir o que funciona melhor para si com tentativa e erro. Isso pode ser feito refletindo sobre as melhores formas de ajudar os outros e tentando sempre lembrar das coisas boas em suas próprias vidas.
Fonte iG
Solidariedade: ajudar os outros ajuda no tratamento da depressão |
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