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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Dono da fábrica de próteses da PIP já trabalha em outra empresa

O fundador da empresa francesa PIP (Poly Implant Prothèse (PIP), Jean-Claude Mas, a mesma que produziu próteses mamárias com silicone irregular que podem se romper e colocar em riscos a saúde das mulheres, participa de uma nova sociedade para a exportação dos mesmos produtos para a América Latina, revela nesta sexta-feira o jornal francês "Nice-Matin".

Conforme a publicação, Mas aparece como "consultor técnico e comercial" da FIT (France Implant Technologie), criada em junho por seus dois filhos para a fabricação de próteses mamárias de baixo custo destinadas principalmente à exportação.

A FIT nasceu para substituir a PIP, dissolvida judicialmente em 2010 após a detecção de problemas em próteses fabricadas com silicone irregular, não o recomendado para fins médicos.

No plano de negócio da nova empresa, Mas aparece como "um criador genial" que vai assessorar o presidente, no caso, seu filho de 27 anos. Outros dois executivos da antiga PIP figuram na direção da FIT, assinala o "Nice Matin".

O plano de negócio da nova empresa tem elementos similares aos que provocaram o sucesso comercial da PIP --a marca era uma das líderes de venda--, a fabricação de implantes de baixo custo essencialmente para a exportação.

Esse modelo que funcionou até março de 2010, quando as próteses foram proibidas. "O mercado sul-americano obedece à regra de que a melhor prótese é a menos cara", indica o plano de negócio da FIT, segundo o jornal, que teve acesso a um documento confidencial.

A América Latina era o destino da metade dos implantes exportados pela PIP, que vendia fora da França 85% de sua produção, que chegou a ser de 100 mil próteses anuais.

A nova sociedade não se esquece de outros mercados, como o asiático e o europeu, indica o documento ao qual o "Nice-Matin" teve acesso.

FIT prevê vender suas próteses 10% mais baratas do que as de seus concorrentes e reduzir os custos de produção em 30%.

Para isso, planejam abrir antes de junho uma planta de produção no sudeste da França, onde já estava implantada a PIP, com 20 empregados e com o objetivo de produzir até 400 próteses diárias. O investimento para a unidade será de 2 milhões de euros, assinala a publicação.

Na França se acumulam até agora 2.200 denúncias contra a PIP, de um total de 30 mil pacientes que implantaram estas próteses. A liquidação judicial da empresa, no entanto, levou à demissão de pelo menos cem funcionários.

Após detectar problemas nos implantes, o governo francês recomendou às francesas que retirassem as próteses e se comprometeu a pagar a cirurgia de remoção, mas só subvencionará a colocação de novas nos casos em que as mesmas foram implantadas por motivos médicos e não estéticos.

Fonte Folhaonline

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