Perda de controle é principal queixa de quem procura ajuda de especialistas
Responsável pela grande revolução da mídia nos últimos anos, para muitos a internet é companheira constante. Acessada de computadores, tablets e aparelhos de celular, a rede mundial está tomando proporções que preocupam especialistas em todo o mundo.
Para o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, ainda não é possível dimensionar as consequências do comportamento, mas alguns sinais já se tornam evidentes. Coordenador do Grupo de Dependência de Internet do IPq HC (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas), em São Paulo, Abreu afirma que 5% dos pacientes que procuram ajuda não se reestabelecem depois de passarem pelo primeiro tratamento.
“A maior parte das pessoas nos procura pela própria internet e a principal queixa é a perda do controle. Fazemos uma triagem e encaminhamos os que precisam de apoio para psicoterapia, em um tratamento que dura 18 semanas.
Ao longo deste período, identificamos o que existe na vida virtual de tão interessante para aquelas pessoas. O segundo passo é desconstruir a visão delas para que seja possível o restabelecimento à sociedade. Quando isso não é alcançado, sugerimos que o processo seja repetido”, explica.
De acordo com o especialista, a dependência não pode ser identificada apenas pela quantidade de horas que uma pessoa passa conectada à internet. “Ela se instala quando o indivíduo passa a achar na vida virtual uma saída para problemas em que na vida real ele não encontra soluções.
Para estas pessoas, a internet funciona como uma válvula de escape. Existem pessoas deprimidas e com fobias sociais que usam o computador para ter a identidade mediada e assim reduzir a zero os riscos da relação”, analisa.
Perfil
No entanto, o trabalho permitiu que fossem identificadas preferências de acordo com a faixa etária. Enquanto os adolescentes preferem os jogos, em razão do desafio ao oponente, os adultos preferem as redes sociais.
Para Abreu, os mais jovens são mais suscetíveis aos jogos por falta do que os especialistas chamam de maturação cerebral. Isso facilita a dependência aos games que, segundo o especialista, são construídos para aprisionar o jogador, uma vez que no início é fácil passar de fase e obter muitos pontos. A dificuldade aumenta na medida em que a pessoa avança no jogo. “Isso é preocupante em grande parte dos jovens, porque eles são mais vulneráveis ao controle dos impulsos”, explica.
Da fantasia ao descontrole
De acordo com o especialista, durante muitos anos foi difundida pela psicologia a falsa ideia de que era interessante que o jovem pudesse executar nos jogos a fantasia de matar alguém e que isso o tornaria mais tranquilo. “Os jogos deixam a vivência da agressividade mais latente”, diz.
A conclusão foi evidenciada por experimentos envolvendo dois grupos. Um deles foi colocado para participar de jogos de violência, enquanto o outro foi exposto a jogos sociais. Depois de uma hora, os dois grupos foram expostos à mesma cena de um homem que caminhava pela rua e foi acertado por uma bola na cabeça. Enquanto o primeiro grupo considerou o fato intencional ou perseguição, o segundo caracterizou como acidente.
Conflito de gerações
A dificuldade dos pais em orientar os filhos está entre as principais causas da perda de controle. “É a primeira vez que os jovens ensinam alguma coisa às gerações anteriores e os pais não sabem como orientá-los.
A maioria pensa que os jovens estão protegidos pelo fato de estarem em casa. Mas internet é rua. Eles estão expostos à sexualidade descontrolada, a desvios de comportamento, a grupos de perseguições e até à morte.
Não quero dizer que a internet é ruim, mas a qualificação está condicionada ao uso”, analisa.
Pelo mundo
O psiquiatra Richard Graham lidera, em Londres, um grupo semelhante de apoio a jovens viciados em internet. Um de seus pacientes morreu vítima de agravamento de um coágulo na perna que surgiu depois de muitas horas no computador. Casos semelhantes também foram relatados na Coreia.
Ajuda
Os interessados em ajuda podem obter mais informações pelo site.A página disponibiliza um teste para identificar quando o uso da internet deve se tornar preocupante. Os selecionados para participar da terapia também contam com apoio direcionado aos familiares. Abreu afirma que, ao contrário do que se imagina, não são apenas pessoas estereotipadas como ‘nerds’ que precisam de apoio: “Os pacientes variam desde crianças com oito anos até senhores. O perfil socioeconômico também é bem diversificado”, diz.
Para o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, ainda não é possível dimensionar as consequências do comportamento, mas alguns sinais já se tornam evidentes. Coordenador do Grupo de Dependência de Internet do IPq HC (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas), em São Paulo, Abreu afirma que 5% dos pacientes que procuram ajuda não se reestabelecem depois de passarem pelo primeiro tratamento.
“A maior parte das pessoas nos procura pela própria internet e a principal queixa é a perda do controle. Fazemos uma triagem e encaminhamos os que precisam de apoio para psicoterapia, em um tratamento que dura 18 semanas.
Ao longo deste período, identificamos o que existe na vida virtual de tão interessante para aquelas pessoas. O segundo passo é desconstruir a visão delas para que seja possível o restabelecimento à sociedade. Quando isso não é alcançado, sugerimos que o processo seja repetido”, explica.
De acordo com o especialista, a dependência não pode ser identificada apenas pela quantidade de horas que uma pessoa passa conectada à internet. “Ela se instala quando o indivíduo passa a achar na vida virtual uma saída para problemas em que na vida real ele não encontra soluções.
Para estas pessoas, a internet funciona como uma válvula de escape. Existem pessoas deprimidas e com fobias sociais que usam o computador para ter a identidade mediada e assim reduzir a zero os riscos da relação”, analisa.
Perfil
No entanto, o trabalho permitiu que fossem identificadas preferências de acordo com a faixa etária. Enquanto os adolescentes preferem os jogos, em razão do desafio ao oponente, os adultos preferem as redes sociais.
Para Abreu, os mais jovens são mais suscetíveis aos jogos por falta do que os especialistas chamam de maturação cerebral. Isso facilita a dependência aos games que, segundo o especialista, são construídos para aprisionar o jogador, uma vez que no início é fácil passar de fase e obter muitos pontos. A dificuldade aumenta na medida em que a pessoa avança no jogo. “Isso é preocupante em grande parte dos jovens, porque eles são mais vulneráveis ao controle dos impulsos”, explica.
Da fantasia ao descontrole
De acordo com o especialista, durante muitos anos foi difundida pela psicologia a falsa ideia de que era interessante que o jovem pudesse executar nos jogos a fantasia de matar alguém e que isso o tornaria mais tranquilo. “Os jogos deixam a vivência da agressividade mais latente”, diz.
A conclusão foi evidenciada por experimentos envolvendo dois grupos. Um deles foi colocado para participar de jogos de violência, enquanto o outro foi exposto a jogos sociais. Depois de uma hora, os dois grupos foram expostos à mesma cena de um homem que caminhava pela rua e foi acertado por uma bola na cabeça. Enquanto o primeiro grupo considerou o fato intencional ou perseguição, o segundo caracterizou como acidente.
Conflito de gerações
A dificuldade dos pais em orientar os filhos está entre as principais causas da perda de controle. “É a primeira vez que os jovens ensinam alguma coisa às gerações anteriores e os pais não sabem como orientá-los.
A maioria pensa que os jovens estão protegidos pelo fato de estarem em casa. Mas internet é rua. Eles estão expostos à sexualidade descontrolada, a desvios de comportamento, a grupos de perseguições e até à morte.
Não quero dizer que a internet é ruim, mas a qualificação está condicionada ao uso”, analisa.
Pelo mundo
O psiquiatra Richard Graham lidera, em Londres, um grupo semelhante de apoio a jovens viciados em internet. Um de seus pacientes morreu vítima de agravamento de um coágulo na perna que surgiu depois de muitas horas no computador. Casos semelhantes também foram relatados na Coreia.
Ajuda
Os interessados em ajuda podem obter mais informações pelo site.A página disponibiliza um teste para identificar quando o uso da internet deve se tornar preocupante. Os selecionados para participar da terapia também contam com apoio direcionado aos familiares. Abreu afirma que, ao contrário do que se imagina, não são apenas pessoas estereotipadas como ‘nerds’ que precisam de apoio: “Os pacientes variam desde crianças com oito anos até senhores. O perfil socioeconômico também é bem diversificado”, diz.
Fonte Band
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