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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Câncer de bexiga

Definição

O câncer de bexiga é um tumor maligno na bexiga. A bexiga é o órgão localizado no centro do baixo abdome que armazena a urina.

Nomes alternativos

Carcinoma de células transicionais da bexiga; câncer urotelial

Causas, incidência e fatores de risco

Nos Estados Unidos, o câncer de bexiga normalmente começa nas células que revestem a bexiga (células transicionais).
Esses tumores são classificados de acordo com o modo de crescimento:
  • Os tumores papilares têm uma aparência de verruga e estão conectados a um talo.
  • Os tumores não papilares (chatos) são muito menos comuns. Entretanto, são mais invasivos e têm um prognóstico pior.
Como em quase todos os tipos de câncer, a causa exata do câncer de bexiga é incerta.
Contudo, vários fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento:
  • Cigarro. Fumar aumenta o risco de desenvolver câncer de bexiga em até cinco vezes. Até 50% de todos os casos de câncer de bexiga em homens e 30% em mulheres pode ser causado pelo cigarro. As pessoas que param de fumar têm uma diminuição gradual no risco.
  • Exposição química no trabalho. Cerca de um em cada quatro casos de câncer de bexiga é causado pela exposição a químicos que causam câncer (carcinógenos) no trabalho. Os trabalhadores que lidam com corantes, borracha, alumínio, couro, caminhoneiros e aplicadores de pesticida são os profissionais que correm mais riscos. As arilaminas são as principais substâncias químicas responsáveis. Entretanto, as arilaminas foram reduzidas ou eliminadas em muitos locais de trabalho.
  • Radiação e quimioterapia. As mulheres que receberam radioterapia para o tratamento de câncer cervical têm um maior risco de desenvolver câncer de células transicionais da bexiga. Algumas pessoas que recebem a droga ciclofosfamida usada na quimioterapia também têm maior risco.
  • Infecção da bexiga. Uma infecção ou irritação crônica da bexiga pode levar ao desenvolvimento de câncer escamocelular da bexiga. As infecções da bexiga não aumentam o risco de câncer de células transicionais.
  • Infecção por parasitas. A infecção com o parasita da esquistossomose foi relacionada com o desenvolvimento de câncer da bexiga.
A associação entre adoçantes artificiais e o câncer de bexiga foi estudada e é fraca ou inexistente.
O câncer de bexiga é classificado de acordo com sua agressividade e com base nas diferenças do tecido vesical. Existem várias formas diferentes de classificar tumores. Recentemente, o sistema de estadiamento do tumor, linfonodo e metástase (TNM) se tornou comum.
Esse sistema de estadiamento categoriza os tumores usando a seguinte escala:
  • Estágio 0 – tumores não invasivos localizados somente no revestimento da bexiga
  • Estágio I – o tumor atravessa o revestimento da bexiga, mas não atinge a camada muscular da bexiga
  • Estágio II – o tumor atinge a camada muscular da bexiga
  • Estágio III – o tumor ultrapassa a camada muscular da bexiga atingindo os tecidos ao redor da bexiga
  • Estágio IV – o tumor se espalha para os linfonodos vizinhos ou para lugares distantes (metástase)
O câncer de bexiga se espalha estendendo-se aos órgãos vizinhos, incluindo:
  • Próstata
  • Reto
  • Ureteres
  • Útero
  • Vagina
Ele também pode se espalhar para linfonodos da pelve ou para outras partes do corpo, como:

Sintomas

A maioria dos sintomas do câncer de bexiga também pode ocorrer em doenças não cancerosas.
É importante que você seja avaliado se tiver um dos seguintes sintomas:
  • Sangue na urina
  • Dor ao urinar
  • Frequência urinária
  • Urgência urinária
Outros sintomas que podem ocorrer com essa doença:

Sinais e testes

O médico fará um exame físico, incluindo um exame pélvico e retal.

Foto: ADAM
Cistoscopia

Os exames que podem ser feitos abrangem:
A cistoscopia é um procedimento que usa um cabo de fibra óptica flexível inserido através da uretra na bexiga urinária. O médico enche a bexiga com água e inspeciona o seu interior.
A imagem vista através do cistoscópio também pode ser vista em um monitor colorido e registrada em fita para avaliação posterior.

Tratamento

A escolha do tratamento depende do estágio do tumor, da gravidade dos sintomas e da presença de outras doenças.
Tratamentos para os estágios 0 e I:
  • Cirurgia para remover o tumor sem remover o resto da bexiga
  • Quimioterapia ou imunoterapia diretamente na bexiga
Tratamentos para os estágios II e III:
  • Cirurgia para remover a bexiga inteira (cistectomia radical)
  • Cirurgia para remover somente parte da bexiga, seguida de radioterapia e quimioterapia
  • Quimioterapia para diminuir o tumor antes da cirurgia
  • Combinação de quimioterapia e radiação (em pacientes que optam por não ser operados ou que não podem ser operados)
A maioria dos pacientes com tumores de estágio IV não pode ser curada e a cirurgia não é adequada. Para esses pacientes, a quimioterapia é frequentemente considerada.
QUIMIOTERAPIA
A quimioterapia pode ser aplicada a pacientes com estágio II e III da doença, tanto antes quanto depois da cirurgia, para prevenir a reincidência do tumor.
A quimioterapia pode ser aplicada como uma só droga ou em diferentes combinações de drogas.
Essas drogas incluem:
  • Carboplatina
  • Cisplatina
  • Ciclofosfamida
  • Docetaxel
  • Doxorrubicina
  • Gencitabina
  • Ifosfamida
  • Metotrexato
  • Paclitaxel
  • Vimblastina
A combinação de gencitabina e cisplatina é tão eficaz quanto um tratamento mais antigo chamado de metotrexato, vimblastina, doxorrubicina e cisplatina (MVAC), mas tem menos efeitos colaterais. Muitos centros substituíram o MVAC por essa nova combinação. O paclitaxel e a carboplatina são outra combinação eficaz frequentemente utilizada.
Para os primeiros estágios da doença (0 e I), a quimioterapia normalmente é aplicada diretamente na bexiga. Muitos tipos diferentes de quimioterapia podem ser aplicados diretamente na bexiga. São eles:
  • Doxorrubicina
  • Mitomicina-C
  • Tiotepa
Um cateter de Foley pode ser usado para levar o medicamento até a bexiga. Os efeitos colaterais comuns incluem irritação da parede da bexiga e dor ao urinar. Para os estágios mais avançados (II a IV), a quimioterapia é normalmente intravenosa.
IMUNOTERAPIA
O câncer de bexiga é frequentemente tratado por imunoterapia. Neste tratamento, um medicamento faz com que seu próprio sistema imunológico ataque e mate as células tumorais. Geralmente, a imunoterapia para o câncer de bexiga é realizada usando a vacina Bacille Calmette-Guérin (normalmente conhecida como BCG). Ela é levada ao interior da bexiga por meio de um cateter de Foley. Se a BCG não funcionar, os pacientes poderão receber interferon.
Os possíveis efeitos colaterais são:
  • Micção frequente
  • Bexiga irritável
  • Dor ao urinar
  • Necessidade urgente de urinar
Esses sintomas geralmente melhoram dentro de alguns dias após o tratamento.
 Entre os efeitos colaterais raros estão:
  • Sangue na urina
  • Calafrios
  • Coceira
  • Dor nas articulações
  • Mal-estar
  • Náuseas
Raramente, uma infecção similar à tuberculose pode se desenvolver. Isso requer um tratamento com um medicamento antituberculose.
RESSECÇÃO TRANSURETRAL DA BEXIGA (RTUB)
As pessoas com câncer de bexiga de estágio 0 ou I podem ser tratadas com a ressecção transuretral da bexiga (RTUB). Esse procedimento cirúrgico é realizado sob anestesia geral ou espinhal. Um instrumento cortante é inserido pela uretra para remover o tumor da bexiga.
REMOÇÃO DA BEXIGA
Muitas pessoas com câncer de bexiga de estágio II ou III podem precisar extirpar a bexiga (cistectomia radical). A remoção parcial da bexiga pode ser realizada em alguns pacientes. Normalmente, a remoção parcial da bexiga é seguida de radioterapia e quimioterapia para ajudar a diminuir a probabilidade de reincidência do câncer. Os pacientes que têm a bexiga extirpada recebem quimioterapia depois da cirurgia para diminuir o risco de reincidência.
A cistectomia radical em homens normalmente envolve remover a bexiga, a próstata e a vesícula seminal. Em mulheres, a uretra, o útero e a parede frontal da vagina são removidos juntamente com a bexiga. Muitas vezes, os linfonodos pélvicos também são removidos durante a cirurgia para serem examinados em laboratório.
Geralmente, a cirurgia de desvio urinário (um procedimento cirúrgico para criar um método alternativo para o armazenamento de urina) é feita juntamente com a cistectomia radical. Dois tipos comuns de desvio urinário são um conduto ileal e um reservatório urinário continente.
CONDUTO ILEAL
Um conduto ileal é um pequeno reservatório de urina que é criado a partir de um pequeno segmento do intestino. Os ureteres que drenam a urina dos rins são conectados a uma extremidade do segmento do intestino. A outra extremidade é levada até uma abertura na pele (um estoma). O estoma permite que o paciente drene a urina coletada para fora do reservatório.
As pessoas que têm um conduto ileal precisam usar um dispositivo coletor de urina para fora do corpo o tempo todo.
As possíveis complicações de uma cirurgia de conduto ileal incluem:
  • Obstrução do intestino
  • Danos crônicos ao trato urinário superior
  • Ruptura da pele ao redor do estoma
  • Infecção do trato urinário
RESERVATÓRIO URINÁRIO CONTINENTE
Um reservatório urinário continente é um método alternativo de armazenar urina. Um segmento do cólon é removido. Ele é usado a fim de criar uma bolsa interna para armazenar urina.

Foto: ADAM
O trato urinário feminino e o masculino são praticamente iguais. A diferença fica por conta do comprimento da uretra

Os pacientes são capazes de introduzir um cateter periodicamente para drenar a urina. Um pequeno estoma é colocado na pele para essa finalidade.
Possíveis complicações incluem:
  • Coágulos sanguíneos
  • Obstrução intestinal
  • Pneumonia
  • Ruptura da pele ao redor do estoma
  • Obstrução ureteral
  • Refluxo ureteral
  • Infecção do trato urinário
NEOBEXIGA ORTOTÓPICA
Essa cirurgia está se tornando comum em pacientes que sofrem uma cistectomia. Um segmento do intestino é dobrado para formar uma bolsa (uma neobexiga, que significa "nova bexiga"). Em seguida, ele é conectado ao lugar da uretra, onde a urina é normalmente esvaziada pela bexiga.
Esse procedimento permite que os pacientes mantenham algum controle normal da urina. Entretanto, existem complicações (inclusive o vazamento noturno de urina). Normalmente, a micção não é igual a como era antes da cirurgia.
Alguns pacientes podem não ser bons candidatos para este procedimento. Converse sobre as vantagens e desvantagens com seu urologista.

Evolução (prognóstico)
Os pacientes são monitorados rigorosamente para ver se a doença piora, independentemente do tipo de tratamento recebido. O monitoramento pode incluir:
  • Cintilografia óssea e/ou tomografia computadorizada para verificar a extensão do câncer
  • Verificar outros sinais de progressão da doença como fadiga, perda de peso, aumento da dor, diminuição da função intestinal e renal e fraqueza
  • Hemograma completo para monitorar a anemia
  • Avaliações cistostópicas a cada 3 a 6 meses depois do tratamento
  • Avaliações citológicas da urina (para as pessoas cuja bexiga não tenha sido removida)
O prognóstico do paciente depende do estágio inicial e da resposta ao tratamento do câncer de bexiga. O resultado para os estágios 0 e I é razoavelmente bom. Embora o risco de reincidência seja alto, a maior parte dos casos de câncer de bexiga que ressurge pode ser removido cirurgicamente.
As taxas de cura para pessoas com tumor de estágio III são abaixo de 50%. Os pacientes com câncer de bexiga de estágio IV raramente são curados.

Complicações

O câncer de bexiga pode se espalhar para os órgãos vizinhos. Ele também pode viajar pelos linfonodos pélvicos e se espalhar para o fígado, os pulmões e os ossos.
As complicações adicionais do câncer de bexiga são:
  • Anemia
  • Inchaço dos ureteres (hidronefrose)
  • Estenose uretral
  • Incontinência urinária

Ligando para o médico

Consulte seu médico se você tiver sangue na urina ou outros sintomas de câncer de bexiga como:
  • Micção frequente
  • Dor ao urinar
  • Necessidade urgente de urinar
Também entre em contato com seu médico se:
  • Estiver exposto no trabalho a químicos que podem causar câncer
  • Fumar

Prevenção

Parar de fumar e eliminar riscos ambientais reduzirão a probabilidade de desenvolver câncer de bexiga.

Fonte iG

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