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sexta-feira, 23 de março de 2012

CIOs de saúde precisam entender as necessidades dos médicos

Doutores estão frustrados com sistemas imaturos e regras de pagamento por desempenho questionáveis

A habilidade de se compadecer do sofrimento de outra pessoa é uma das admiráveis diferenças que separam o homem do restante do reino animal. É também uma habilidade que pode, certamente, ajudar os executivos de TI em saúde a trabalharem mais efetivamente com seus parceiros clínicos.

Essa percepção chegou a mim enquanto lia os comentários do “Dr. A.”, que reclamou sobre a medicina computadorizada e métricas de pagamento por desempenho que ganharam artigo publicado no Journal of the American Medical Association, sob a manchete “Use of Quality Indicators in Patient Care”.

Dr. A, recentemente, saiu de uma clínica particular que se apoiava em registros em papel e se juntou a um grande grupo afiliado à uma rede de hospital equipada com um grande sistema de registro eletrônico de saúde (EHR, da sigla em inglês). Ele acredita que o cuidado oferecido a seus pacientes na outra clínica era superior ao oferecido hoje. “Acredito que o registro eletrônico e a contagem eletrônica das coisas ajudará, mas ainda estamos em um estágio embrionário que não é bom.”

Uma de suas principais preocupações é a falta de dados clínicos acionáveis. Ele esperava por informações práticas e em tempo real sobre as deficiências a serem tratadas. Em vez disso, recebe boletins financeiros e pedidos para respeitar normas de qualidade para doenças cardíacas, doença arterial periférica e diabetes que ele considera questionáveis.

Ele não está sozinho. Apesar de alguns centros médicos acadêmicos terem publicado relatórios mostrando ótimos benefícios clínicos e financeiros com a implantação dos EHRs, vários estudos falharam em duplicar tais melhorias. Segundo análise recente da HIMSS e do Advisory Board Company, “EMR Benefits and Benefit Realization Methods of Stage 6 and 7 Hospistals”, uma provável explicação para estes relatos conflitantes é que a maioria dos hospitais com EMRs ainda implanta sistemas de suporte à decisão clínica (CDS, da sigla em inglês).

CDS é essencial para o sucesso da informática em medicina, suspeito que a falha em tal sistema é a causa da angústia do Dr. A. E não é apenas o sistema que é necessário, especialistas em informática também são essenciais.

De acordo com uma pesquisa da PwC, “Needles in a Haystack: Seeking Knowledge with Clinical Informatics”, provedores de saúde começam a perceber que seus EHRs têm potencial limitado. “No espaço clínico, há a crença que colocando seus problemas de interoperabilidade em um EHR, tudo vai embora”, afirmou John Edwards, diretor da PwC. “Há evidências nas pesquisas que os provedores estão percebendo que é preciso reforçar os EHRs com pessoal clínico de informática.”

Em termos práticos, estabelecer um sistema CDS exige, no mínimo, ter um diretor médico de informática (CMIO) em cada sistema de saúde para ajudar a criar e dirigir o sistema de organização do CDS. Se o tamanho da organização não sustentar o custo de um CMIO integral, deve procurar um médico na equipe para dividir seu tempo entre os cuidados do paciente e informática clínica. Como o relatório da PwC coloca: “Precisamos (CMIOs) entender como a mineração de dados e computação podem ser usadas para ter sentido no enorme conjunto de dados clínicos”.

E para avaliar a preocupação do Dr. A sobre as regras questionáveis do pagamento por desempenho, CIOs e CMIOs devem juntar forças e observar as práticas sobre quais as regras são baseadas.

Compaixão e empatia são palavras populares nos negócios. Mas uma dose modesta de cada uma ajudará os executivos de TI de saúde a enxergarem o que seus colegas estão passando no momento. Tais percepções podem remover os obstáculos para o cuidado ao paciente custo efetivo.

Fonte: Paul Cerrato InformationWeek EUA; replicada pela InformatioWeek Brasil

Por SaudeWeb

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