BBC O kira jari, ou yakasumba, é um tipo de fungo que tende a crescer sobre o corpo de lagartas |
Fungo raro é procurado na região e países vizinhos por seu poder afrodisíaco
Um fungo pouco comum, classificado como o "novo Viagra da Índia", vem chamando a atenção por seu poder afrodisíaco e já se tornou um produto valioso, capaz de impactar as economias locais da região dos Himalaias, no norte do país.
Trata-se de um tipo de fungo que tende a crescer sobre o corpo de lagartas, conhecido como kira jari ou yakasumba.
O fungo disseca sua presa e depois cresce sobre a cabeça da lagarta morta. Ele aparece sobre a superfície do solo quando a neve começa a derreter, em maio ou junho.
Na China, país vizinho à região, o kira jari já foi difundido como afrodisíaco e muitos atletas o utilizam como uma droga para melhorar seu rendimento físico.
Mas o que chama mais a atenção em torno da novidade é o impacto sobre a economia local.
Lucratividade
Nos últimos cinco anos, muitos habitantes dos vilarejos da região montanhosa dos Himalaias passaram a coletar os fungos e vendê-los a comerciantes locais, que intermediam a venda para empresários de Nova Déli.
O destino final da mercadoria tende a ser o Nepal e a China, maiores consumidores da iguaria.
Uma pequena quantia de kira jari pode render até 150 rúpias (cerca de R$ 6,00), valor considerável para a região.
Alguns chegam a coletar 40 fungos em um único dia e muitos já falam em uma verdadeira "corrida do ouro" em busca de mais Kira jari.
O fungo tem sido encarado como uma nova oportunidade pelos jovens que tradicionalmente buscam emprego em hotéis, no Exército e em indústrias de outras regiões da Índia.
Alternativa perigosa
Desde que o "boom" do fungo começou, em 2007, muitos passaram a percorrer grandes distâncias, muitas vezes em grande altitude e baixas temperaturas, em busca de mais kira jari.
Muitos regressam aos seus vilarejos doentes e sem ter conseguido achar um único exemplar do valioso fungo.
Recentemente uma pessoa chegou a morrer e outra ficou presa durante 13 dias na neve enquanto buscavam o novo "ouro dos Himalaias".
Mas, apesar dos riscos, muitos habitantes da região têm preferido arriscar a vida em busca do "novo ouro dos Himalaias" a se aventurar em empregos que não oferecem a mesma lucratividade.
Fonte Estadão
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