Estudo norte-americano preconiza relaxamento e respiração profunda para cair no sono
Um novo estudo sugere que uma técnica simples, de apenas 10 minutos, pode reduzir a tensão e tornar mais fácil o momento de dormir.
A abordagem, projetada para ser feita pouco antes de ir para a cama, envolve técnicas de relaxamento. Os pesquisadores recomendam manter o foco em um lugar sereno e convidativo – por exemplo, ondas de uma praia ou de um lago tranquilo, rodeado por árvores altas - e respiração lenta e profunda. Tudo isso por, no mínimo, 10 minutos antes de deitar.
"A técnica baseia-se em um estudo prévio, que mostra quanto o estresse afeta negativamente o sono", disse Arn Eliasson, consultor de pesquisa do Projeto Saúde Integrativa Cardíaca, do Walter Reed Militar Nacional Medical Center, dos Estados Unidos.
O estudo, apresentado em outubro, durante a reunião anual do American College of Chest Physicians, em Atlanta (EUA), sugere que a técnica reduz o tempo para cair no sono, além de melhorar a qualidade do descanso e reduzir a fadiga.
A pesquisa mostrou que o déficit de sono está associado a risco aumentado de diabetes, doença cardiovascular, depressão, acidentes rodoviários e outros problemas. De acordo com o Centro Nacional de Pesquisa de Distúrbios do Sono, dos EUA, de 30% a 40% dos adultos têm algum sintoma de insônia - a incapacidade de adormecer ou continuar dormindo - e cerca de 10% a 15% dos adultos têm insônia crônica.
Insônia
A pesquisa envolveu 135 homens e 199 mulheres com idade média de 56 anos. Todos os participantes tinham servido o exército ou eram dependentes de militares. Uma minoria tinha transtorno pós-traumático, um grave transtorno de ansiedade que pode se desenvolver após exposição a evento que resulte em trauma psicológico.
Os participantes completaram um questionário de 14 itens. Entre outras questões, eles responderam quanto tempo levavam para cair no sono, a freqüência de distúrbios do sono, qual o uso de medicamentos para dormir e quantas vezes ao longo do mês o cansaço afetou as atividades durante o dia.
Na sequência, os participantes seguiram o programa chamado "Tensão Tamer", que incluiu um workshop de 30 minutos iniciais seguidos de uma série de quatro visitas de 30 minutos com um especialista em gestão de estresse para praticar a técnica.
O estudo mostrou que 65% dos participantes melhoraram a percepção do estresse, mas 34% pioraram seus níveis de estresse. Aqueles que reduziram o estresse mostraram diferenças significativas na qualidade do sono, com menor tempo para adormecer e diminuição da fadiga.
Críticas
No entanto, um especialista em sono pediu cautela na interpretação do estudo. "Esta não é uma técnica nova. Tem um nome luxuoso, Tensão Tamer, mas a redução do estresse sempre foi importante para ajudar as pessoas a dormir," disse Aparajitha Verma, diretor médico do Hospital Disorders, em Houston (EUA).
Para Verma, a redução do estresse vai ajudar de qualquer maneira, mas é imprescindível saber por que as pessoas estão tendo dificuldade para dormir.
"Minha filosofia é que, a não ser que você chegue ao fundo da causa, você não será eficaz. Há sempre uma razão para que a insônia: pode ser depressão, transtornos de humor, problemas digestivos, dores, medicamentos e outros fatores", Verma explicou. "Às vezes, você tem que ser um detetive para encontrar a fonte do problema."
Embora a redução do estresse seja útil, a técnica não deve ir longe. "Isso vai ajudar a dormir, mas não vai garantir boa qualidade do sono, ou resolver um problema na apnéia do sono, por exemplo."
Verma recomenda que as pessoas se comprometam a ter um tempo antes de deitar para relaxar e se desligar das questões e estímulos do dia. "Você precisa fazer do ato de dormir uma prioridade", aconselhou.
Fonte iG
Nenhum comentário:
Postar um comentário