Profissionais de saúde e pessoas que frequentam áreas rurais serão
informadas dos riscos da doença, que matou 3 no mês passado, na cidade
A Vigilância Epidemiológica de Campinas vai colocar em prática duas campanhas
para orientar moradores e profissionais de saúde sobre os perigos da febre
maculosa. Neste ano, foram registrados cinco casos da doença, mas só em outubro
quatro pessoas foram contaminadas e três delas morreram.
A febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato-estrela infectado por
bactéria que se hospeda em animais silvestres, especialmente a capivara.
Apesar das mortes, a Vigilância Epidemiológica descarta a ocorrência de
surto. Dois adultos morreram depois de visitar o distrito de Joaquim Egídio e
uma criança de 10 anos, que morreu no último dia 20, moradora no mesmo distrito,
esteve num pesqueiro na cidade vizinha de Morungaba, que também iniciou campanha
para investigar o caso e orientar a população.
Segundo a diretora da vigilância, Maria do Carmo Ferreira, esses locais são
regiões endêmicas, mas uma investigação foi iniciada para descobrir se há focos
de infestação da bactéria por onde as vítimas transitaram.
Segundo a diretora, as campanhas, que serão simultâneas, têm o objetivo de
alertar as pessoas que procuram locais de risco sobre a transmissão da doença e
orientar os profissionais de saúde para a possibilidade de fazer um diagnóstico
precoce para reduzir o alto índice de letalidade da doença.
"Trata-se de uma ação educativa para que as pessoas que estão expostas tomem
cuidado com a possibilidade de transmissão. Vamos distribuir panfletos
educativos para essas pessoas e instalar placas nas regiões visitadas, como
trilhas, para alertá-las", diz Maria do Carmo.
"Ao mesmo tempo, vamos fazer reuniões com profissionais de saúde e pedir para
ficarem atentos com pacientes com os sintomas, que podem ser confundidos com os
da gripe e da dengue. Vamos pedir para que eles perguntem se a pessoa esteve em
área de risco. Precisamos de um diagnóstico rápido, porque nossos estudos
constataram que o índice de letalidade da doença é muito alto", completa.
Parque fechado
O Lago do Café, no Parque Taquaral, continua fechado para
visitação pública. No ano passado, 13 das capivaras que ali viviam foram
sacrificadas depois que um funcionário do parque - que já estava fechado para
visitação do público por causa da infestação de carrapatos contaminados com a
bactéria - morreu por causa da doença. No total, três funcionários do parque
morreram contaminados pela febre maculosa.
As autoridades de saúde descartaram qualquer ligação dos novos casos com uma
possível contaminação dos carrapatos nas capivaras que ainda existem no
parque.
Fonte Estadão
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