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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Novo estudo associa HPV ao câncer de garganta

Não é a primeira vez que pesquisadores associam o vírus HPV
 aos cânceres da região da cabeça e do pescoço
Vírus transmitido pela relação sexual desprotegida aumenta em cinco vezes a chance de ter câncer na garganta e em toda a região do pescoço
 
Uma infecção transmitida sexualmente e geralmente associada ao câncer de colo do útero também está relacionada a um risco cinco vezes maior de câncer no aparelho vocal, segundo um estudo publicado na revista científica Journal of Infectious Diseases.
 
Não é a primeira vez que pesquisadores associam o vírus HPV aos cânceres da região da cabeça e do pescoço. Recentemente, um estudo feito pela Faculdade de Saúde Pública da USP mostrou que 72% dos casos de câncer de cabeça e pescoço apresentam o HPV, um vírus transmitido principalmente em relações sexuais desprotegidas.
 
Neste recente estudo, pesquisadores chineses combinaram os resultados de 55 estudos das últimas duas décadas, e descobriram que 28% das pessoas com câncer de laringe tinham tecidos tumorais com resultados positivos para o vírus do papiloma humano (HPV).
 
Mas esse índice variou amplamente de estudo para estudo – desde a ausência do HPV em pacientes com câncer de garganta, até uma taxa de infecção de 79% nos pacientes com tumores.
 
"A infecção pelo HPV, especialmente pelo tipo HPV-16, de alto risco, foi apontado como significativamente associado ao risco de carcinoma de células escamosas de laringe", escreveu o coordenador do estudo, Xinagwei Li, da Academia Chinesa de Ciências Médicas e da Faculdade Médica da Universidade de Pequim.
 
Além de reverem os estudos, os pesquisadores analisaram também 12 trabalhos que comparavam tecidos cancerosos e não-cancerosos em um total de 630 pacientes. Eles concluíram que os tecidos cancerosos de garganta tinham 5,4 vezes a chance de dar positivo para um exame de HPV, em relação ao tecido não-canceroso.
 
"Estamos descobrindo que o HPV parece estar ligado a vários carcinomas de células escamosas da cabeça, pescoço e garganta", disse William Mendenhall, oncologista especializado em radioterapia, da Universidade da Flórida, em Gainesville, que não participou do estudo.
 
"Acho que o risco do HPV em câncer de laringe é provavelmente relativamente baixo", acrescentou.
 
"A maioria dos pacientes que vemos atualmente vindo com câncer de laringe têm um forte histórico de tabagismo, e também de consumo pesado de bebidas."
 
Além do cigarro e do álcool, a má alimentação e a exposição a certas substâncias químicas podem aumentar o risco de cânceres de cabeça e pescoço (incluindo laringe).
 
A Sociedade Americana do Câncer estima que 12.360 pessoas receberão um diagnóstico de câncer de laringe nos EUA em 2012, e que haverá 3.650 mortes em decorrência da doença.
 
Mendehall disse que, de todos os cânceres de cabeça e pescoço, o HPV parece desempenhar um papel maior não no de laringe, e sim no câncer das amígdalas e do fundo da língua.
 
"A exposição é provavelmente décadas antes. Alguém que desenvolva um câncer da base de língua aos 50 anos provavelmente foi exposto ao vírus anos antes, na adolescência ou na faixa dos 20 anos."
 
Pelo menos metade das pessoas sexualmente ativas contrai HPV em algum momento da vida, segundo autoridades dos EUA, mas o vírus geralmente é eliminado pelo sistema imunológico. Apenas algumas das mais de 40 cepas do HPV estão associadas ao câncer.
 
Fonte iG

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