Páginas

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Uso de progesterona vaginal pode diminuir em 50% os casos de bebês prematuros

Todo ano ocorrem cerca de 7,6 milhões de mortes perinatais no mundo, 98% nos países em desenvolvimento. Nestes locais, os óbitos fetais representam cerca de 57% e a queda deste índice tem sido muito lenta. No Brasil, segundo o Datasus, são registrados por ano cerca de 29 mil casos de óbito fetal, ou seja, a cada 101 bebês, um nasce morto.
 
Dentre as principais causas de mortes perinatais, citam-se as malformações fetais, a prematuridade e a restrição de crescimento fetal.
 
Adicionalmente, a pesquisa Born Too Soon (Nascidos muito cedo), divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostra que cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuramente por ano em todo o mundo. Segundo o levantamento, o Brasil está entre os dez países com os números mais elevados de prematuridade. Pensando nisso, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lança o livro Medicina Fetal (Editora Elsevier), o primeiro do Brasil que reflete, de forma uniformizada, os pensamentos das várias escolas médicas sobre as condutas a serem tomadas para diminuir estes números no país.
 
Estudo pioneiro
A obra traz um capítulo sobre o estudo pioneiro realizado por vários autores internacionais em conjunto com o norte-americano Roberto Romero, Chefe da Divisão de Perinatologia do Departamento do Instituto Nacional de Saúde do Governo dos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, a administração de progesterona vaginal em mulheres com colo uterino curto pode diminuir os casos de parto prematuro em até 50%. “A média de comprimento do colo é de 36mm, mas cerca de 5% das brasileiras apresenta apenas 20mm”, revela Eduardo Fonseca, presidente da Comissão Nacional Especializada em Perinatologia da Febrasgo e editor do livro.
 
Fonseca explica que a ultrassonografia morfológica feita quando a gestação está na 22° semana consegue medir o tamanho exato do colo. Esse dado, associado a outros fatores de risco para prematuridade, como história de parto pré-termo anterior, gemelidade e sangramento vaginal no segundo trimestre, conferem ao obstetra a indicação do tratamento.
 
A progesterona aplicada na vagina atua de duas maneiras no organismo da gestante. “Ela tem ação anti-inflamatória, e o parto prematuro nada mais é do que um mecanismo inflamatório. Além disso, o hormônio proporciona a diminuição das contrações do útero uma vez que provoca a quiescência uterina”, esclarece o presidente da Comissão de Perinatologia.
 
Maus resultados no pré-natal
Outro capítulo do livro Medicina Fetal, este assinado pelo inglês Kypros H. Nicolaides, professor de Medicina Fetal da Escola de Medicina do King´s College London, mostra como rastrear a hipertensão arterial (pré-eclâmpsia), o parto prematuro e as cromossomopatias, principais comorbidades associadas a finais indesejados nas gestações. “O trabalho mostra a importância de uma boa avaliação do binômio materno-fetal no primeiro trimestre da gravidez para definir os riscos daquela gestante de maneira apurada e determinar como a gestação deverá ser seguida: conduta terapêutica e retorno para consultas ambulatoriais”, adianta Fonseca.
 
Fonte Corposaun

Nenhum comentário:

Postar um comentário