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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Cientistas descobrem novo método para tratamento do câncer de pâncreas

Cientistas descobrem novo método para tratamento do câncer de pâncreas Clóvis Prates/Divulgação HCPA
Foto: Clóvis Prates / Divulgação HCPA
Os cientistas decodificaram um processo molecular ativo em
tempo integral e que promove o crescimento acelerado
 de tumores do pâncreas
 
Hipótese ainda requer amplos testes clínicos, mas oferece uma direção para estudos futuros
 
Pesquisadores da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, identificaram um novo alvo para o tratamento do adenocarcinoma ductal pancreático, que responde por mais de 95% dos casos de câncer do pâncreas. Este tipo de câncer, geralmente letal, é resistente à quimioterapia.

Os cientistas decodificaram um processo molecular ativo em tempo integral e que promove o crescimento acelerado de tumores do pâncreas. Eles afirmam que esta descoberta revelou novas formas de "desativar" este processo. Uma estratégia de tratamento a ser considerada é o uso do medicamento bortezomibe, já utilizado para tratar diversos tipos de câncer no sangue.

— Ter este processo como alvo para reduzir a proliferação das células cancerosas pode representar uma nova estratégia de tratamento do câncer de pâncreas — assegura o pesquisador sênior do estudo, o bioquímico e biólogo molecular Peter Storz.

Uma característica do câncer de pâncreas é a maior atividade do fator de transcriptase NF-kB, que ativa a expressão dos genes que mantêm a proliferação das células e as protege contra a morte. São dois processos, conhecidos como clássico e alternativo, pelos quais o NF-kB pode ser ativado. Os pesquisadores bloquearam o processo alternativo – pelo qual o NF-kB é ativado de uma forma diferente e que, por sua vez, ativa outros genes (enquanto que o processo clássico apenas sinaliza os outros genes).

No câncer de pâncreas, ambos os processos, o clássico e o alternativo, estão ativos. A equipe de pesquisa descobriu que a maior atividade do processo alternativo do NF-kB é resultado da supressão do receptor associado ao TRAF2 (fator de necrose tumoral 2). A perda do TRAF2 promove o crescimento rápido dos tumores do pâncreas e está relacionado à sua maior agressividade, segundo Peter Storz.

Os cientistas testaram essa descoberta em 55 amostras humanas de câncer do pâncreas e descobriram que, em 69% dos casos, o TRAF2 não estava funcionando apropriadamente e havia níveis mais altos de outras moléculas participando na via alternativa. Um coquetel de drogas, que inclui quimioterapia, bortezomibe e outros inibidores das moléculas ativadas pela via alternativa podem ajudar no tratamento de pacientes com câncer do pâncreas, segundo o pesquisador.

— É claro que essa hipótese requer amplos testes clínicos, mas nossa descoberta oferece uma nova direção para a pesquisa que busca melhorar o tratamento do câncer de pâncreas — diz.

A equipe de pesquisa inclui os biólogos do câncer Heike Döppler e Geou-Yarh Liou, da Clínica Mayo de Jacksonville. O estudo foi financiado por verbas da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer e dos Institutos Nacionais de Saúde.
 
Fonte Diário Catarinense

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