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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Crianças em Luto Podem Sofrer de Estresse Pós-Traumático

Crianças que passaram pela experiência da morte de um dos pais
 "relataram significativamente mais sintomas da PTSD"
Espera-se que crianças que perderam um dos pais sofram, mas pesquisadores concluíram agora que alguns jovens que perderam um dos pais podem ser vulneráveis aos sintomas do distúrbio do estresse pós-traumático (PTSD).

O problema tem sido estudado entre sobreviventes de guerra, desastres naturais e outras formas de violência. O distúrbio, caracterizado pelo medo de voltar a enfrentar novas experiências negativas, também tem sido estudado em crianças e adolescentes sobreviventes de vítimas de suicídio.

Recentemente, pesquisadores começaram a estudar o PTSD em crianças em luto. Os sintomas incluem pesadelos, pensamentos introspectivos, entorpecimento emocional, comportamentos extravagantes e sentimento de culpa por ser um sobrevivente.

Leilani Greening e Laura Stoppelbein, da Universidade do Alabama, em Tuscaloosa, estudaram mais de 36 crianças que perderam um dos pais e compararam com outras que tiveram outros tipos de estresse em suas vidas, variando de desastres naturais a problemas na escola.

Os resultados do estudo, na revista da Academia Americana de Psiquiatria da Criança e Adolescentes, mostram que as crianças que passaram pela experiência da morte de um dos pais "relataram significativamente mais sintomas da PTSD" que outros grupos de crianças estudados, incluindo as que sobreviveram a desastre natural.

"Entre as crianças em luto, meninas, crianças jovens e crianças vivendo com um dos pais vivos as que tiveram marcas mais altas na medição do estresse pós-traumático relataram mais sintomas", escreveram os autores.

"As descobertas sugerem que a maioria das crianças que perderam um dos pais estão reagindo bem, mas perder um dos pais na infância pode colocar algumas preocupações pessoais para a criança em luto", disse Greening à Reuters Health.

A pesquisadora nota que qualquer sintoma do estresse pós-traumático não seria tão grave a ponto de comprometer a capacidade funcional da criança.

"Ao contrário, poderia ser pessoalmente um fator para diminuir a tensão da criança. Muitos sintomas como pensamentos introspectivos sobre a morte dos pais passam despercebidos porque não são diretamente observáveis por outras pessoas", disse Greening.

As pesquisadoras informaram que não estavam surpresas com o fato das crianças em luto poderem estar vulneráveis aos sintomas da PTSD.

"Fomos surpreendidas ao descobrir que uma porcentagem maior de crianças em luto apresentou mais sintomas de PTSD que crianças expostas a um desastre fatal com um tornado", disse Greening.

Também pode haver consequências de longo prazo. "Algumas crianças em luto podem estar mais alertas sobre sua vulnerabilidade a eventos negativos futuros em consequência de sua experiência com a perda pessoal", disse Greening.

Entretanto, a pesquisadora fez alguns alertas. No estudo atual, muitos participantes não tinham desvantagens socioeconômicas. Conforme Greenning, as crianças não eram afetadas por problemas financeiros, brigas familiares ou separações.

"Por isso, as descobertas não podem ser generalizadas para famílias em luto que são afetadas por outros problemas graves que podem exacerbar reações a perdas pessoais", informou.

As pesquisadoras planejam continuar observando o assunto, particularmente a função de perceber as ameaças da vida e a vulnerabilidade a eventos negativos como um fator de contribuição para o desenvolvimento dos sintomas da PTSD em crianças.
 
Fonte Boa Saúde

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