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quarta-feira, 27 de março de 2013

Santa Casa de São Paulo utiliza dispositivos DBS para Parkinson

Em hospitais particulares, procedimento pode chegar a custar R$ 150 mil
 
O Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo passou a utilizar o dispositivo Deep Brain Stimulation – DBS (Estimulação Cerebral Profunda) para portadores de Mal de Parkinson.
 
A introdução do dispositivo é feita por meio de uma cirurgia que utiliza métodos modernos de computação gráfica, neuroimagem e registro da atividade celular intraoperatória através de microrregistro eletrofisiológico. É feita uma pequena abertura no crânio e inserção de microeletrodos em estruturas cerebrais profundas do paciente, aliviando de imediato os principais sintomas do Mal de Parkinson.
 
A técnica tem sido utilizada principalmente em hospitais particulares com custos em torno de R$150 mil. Com a implantação na Santa Casa e, consequentemente, no SUS, pessoas com poucos recursos financeiros para acesso ao método passam a ter uma opção em larga escala.
 
Desde que o processo foi implantado pelos doutores e neurocirurgiões José Carlos Esteves Veiga, Nilton Alves Lara Júnior e Eduardo Urbano da Silva, a Santa Casa de São Paulo já atendeu quatro pacientes com sucesso e, posteriormente, é previsto o aumento da demanda.
 
Uma dessas pacientes é a Sra. Juliana Torres, de 59 anos, que sofria muito com a doença, que a impedia até de se comunicar. Quase um mês após a cirurgia, Torres anda, fala, gesticula e conversa com extrema naturalidade, movimentos que antes da cirurgia eram quase inviáveis.
 
“Depois da cirurgia a primeira coisa que fiz foi ir a uma lanchonete e comer um lanche enorme. Agora estou rindo muito mais, acho que nasci de novo”, conta Torres, que também passou a ingerir menos remédios devido ao novo tratamento.
 
Os pacientes, mesmo depois da cirurgia, continuam retornando ao Hospital a cada dois meses para acompanhamento médico de monitorização. O acompanhamento é necessário para que o médico responsável tenha controle e monitore as vibrações do aparelho instalado no corpo do paciente. Com o passar do tempo, o organismo se adapta e os impulsos passam a ser regulados por maior ou menor intensidade, variando conforme as particularidades de cada caso.
 
Segundo o doutor Nilton Lara, o Mal de Parkinson é uma doença que em breve deve atingir em grande proporção o Brasil. “A população brasileira está envelhecendo e em breve teremos um contingente maior de idosos. São esperadas as manifestações da doença de Parkinson”, justifica.
 
O portador de Parkinson sofre com alteração de equilíbrio, lesões traumáticas cerebrais, intoxicações, tremores, problemas circulatórios cerebrais, rigidez e bradicinesia. Esses sintomas geralmente surgem por conta da degeneração dos neurônios que contém dopamina, responsável pela comunicação entre as células nervosas.
 
Depois da cirurgia a tendência é que o uso de muitos medicamentos, como é o caso de pessoas com a doença, seja restrito a poucos remédios. Só este fator já melhora consideravelmente o quadro do paciente. O serviço está disponível para toda a população que sofre de Parkinson, entretanto, o paciente passa por rigorosa análise dos médicos, entrevistas e exames para avaliar se é necessário o procedimento cirúrgico.
 
Sobre o Mal de Parkinson
O Mal de Parkinson geralmente surge em pessoas com idade a partir de 50 anos, e é muito comum em idosos acima de 65 anos, embora existam casos descritos em jovens. É considerada uma doença do futuro justamente por se manifestar com mais facilidade na terceira idade.
 
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, a estimativa é de que existem pelo menos 200 mil brasileiros com a doença. Segundo o Dr. Nilton Lara, neurocirurgião da Santa Casa de São Paulo, a tendência é o aumento da prevalência dessa doença em nosso meio em breve, fator determinado pelo envelhecimento da população no país.
 
Uma vez que a cura ainda não foi descoberta, o tratamento atua no sentido de prevenir o avanço da doença e controlar a degeneração dos neurônios. A primeira linha de tratamento é medicamentosa, no entanto, após alguns anos a eficácia dos medicamentos diminui e a cirurgia passa a ser uma opção valiosa no tratamento.
 
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de cada 100 mil habitantes do mundo há entre 100 a 200 casos de pessoas portadoras do Mal de Parkinson.
 
Fonte Saudeweb

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