Um novo estudo concluiu que, para evitar que um câncer de mama se espalhe
para a axila, a radioterapia é tão eficaz quanto a cirurgia --tratamento
considerado padrão-- e ainda causa menos efeitos colaterais.
A análise do risco de o câncer se espalhar para a axila envolve a biópsia do
nódulo linfático da axila chamado sentinela, por ser o primeiro para onde o
câncer pode seguir.
Se ele estiver comprometido com a doença, indica-se a retirada cirúrgica de
todos os nódulos linfáticos da axila, o que pode causar dores e inchaço no
braço, dificuldades para movimentar o ombro e impacto na qualidade de vida.
Um grupo de pesquisadores, liderados por Emiel Rutgers, do Instituto de
Câncer da Holanda, resolveu então testar a hipótese de que a radioterapia
pudesse causar menos efeitos indesejados e ser tão eficaz quanto a cirurgia para
evitar o espalhamento do câncer.
O estudo, apresentado nesta segunda-feira (3) no encontro da Asco (Sociedade
Americana de Oncologia Clínica), envolveu 1.425 pacientes que tinham linfonodos
sentinelas já afetados pelo câncer. Elas foram divididas em dois grupos: 744
fizeram a cirurgia para a retirada de todos os nódulos linfáticos e 681
receberam radioterapia.
Depois de cinco anos, a ocorrência de câncer na axila foi baixa e similar nos
dois grupos (quatro casos no grupo da cirurgia contra sete no da radioterapia),
e não houve diferenças em relação à sobrevida das pacientes. Já os efeitos
colaterais foram mais frequentes entre quem fez a cirurgia (28% das pacientes
desse grupo relataram esses sintomas, contra 14% da radioterapia).
"O estudo mostra que o tratamento radioterápico é uma alternativa melhor para
evitar os efeitos colaterais indesejados da cirurgia", afirmou Rutgers. Ele
disse ainda que pretende acompanhar as pacientes por até 15 anos para obter
resultados de longo prazo.
Fonte Folhaonline
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