Cada brasileiro consome, em média, 4,46 gramas de sódio todos os dias |
É o sal de cozinha, e não a comida industrializada, a principal origem da ingestão de sódio entre os brasileiros. Ele responde a 71,5% do total do nutriente consumido no país. A conclusão é de um estudo elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) com base em dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF (2008-2009) e da Pesquisa Anual de Serviços (2009), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Cada brasileiro consome, em média, 4,46 gramas de sódio todos os dias, o que corresponde a 11,38 gramas de sal, se aplicada a conversão de 1 grama de sódio para 2,55 gramas de sal. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o consumo de sal não deve ultrapassar 5 gramas, o equivalente a 2 gramas de sódio.
A parcela restante do sódio consumido pela população brasileira, tanto nos domicílios como nas refeições fora do lar, teve origem no nutriente contido nos alimentos industrializados (13,8%), no pão francês (6,0%), nos alimentos in natura (4,7%) e nos alimentos semielaborados (4,1%).
Participação da indústria
Os produtos da indústria da alimentação foram responsáveis por 23,8% do total da ingestão de sódio no país, o correspondente ao consumo diário per capita de 1,06 gramas do nutriente ou 2,71 gramas de sal.
— A indústria de alimentos tem plena consciência de seu dever e responsabilidade de ofertar ao consumidor alimentos seguros, o que significa, também, diminuir o teor de sódio dos produtos do setor — afirma o presidente da ABIA, Edmundo Klotz.
Segundo ele, os resultados do estudo não alteram os acordos firmados entre a ABIA e o Ministério da Saúde para a redução gradual de sódio.
— Nove categorias de alimentos permanecerão recebendo a mesma dedicação e investimentos da indústria, com objetivo de que sejam atingidas todas as metas definidas —disse Klotz.
Consumo varia entre as regiões do país
A região Norte foi a que registrou o mais volume de consumo de sódio no país, com 5,41 gramas de sódio por dia, ou 13,80 gramas de sal. O alto índice de ingestão desse nutriente na região se deve principalmente à adição de sal de cozinha no preparo dos alimentos, que atingiu o volume de consumo diário de 10,87 gramas por habitante. A segunda região com maior consumo de sódio diário foi o Centro-Oeste, (5,26 g), seguido pelo Sul (5,06 g), pelo Nordeste (4,47 g) e, finalmente, pelo Sudeste (3,8 g).
Para o endocrinologista e cientista da Universidade de São Paulo, Alfredo Halpern, chama à atenção a baixa participação do alimento processado no consumo de sódio nas regiões com alto índice de ingestão do nutriente.
— Esses dados deixam evidente a necessidade de uma campanha para a redução da adição de sal no preparo e no consumo dos alimentos dirigida, primordialmente, ao consumidor brasileiro, com grande enfoque na elaboração doméstica de alimentos— concluiu o especialista.
Classe A é a principal consumidora
A classe A registrou a maior ingestão de sódio no Brasil, com consumo diário per capita de 5,04 gramas, seguida pela classe C (4,41 g), pela classe D (4,35 g), pela classe B (4,29 g) e, finalmente, pela classe E (4,02 g).
Para Klotz, o estudo mostra que o poder aquisitivo é um item de menor relevância entre os fatores responsáveis pelo alto consumo do nutriente. “A ingestão de sódio do consumidor nas classes de renda apresentou variação de apenas 25,2%, enquanto o desvio registrado no consumo regional foi de 54,3%”, explica o presidente da Abia.
Fonte Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário