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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

As doenças mais comuns da gravidez

Pré-natal: consulta é imprescindível para prevenir as principais
 doenças da gravidez
Conheça sintomas e saiba como tratar os problemas mais frequentes que podem surgir nos nove meses de gestação
 
As doenças mais frequentes durante a gravidez – respondendo por 80% dos casos – são as infecciosas, principalmente aquelas que atingem o trato urinário. Elas podem causar complicações graves como um aumento no risco de aborto, antecipação do trabalho de parto e até septicemia.

No entanto, as que mais preocupam os obstetras são as síndromes metabólicas, como a pré-eclâmpsia e a diabetes gestacional, que são mais fatais tanto para as mães quanto para os bebês.
 
“A gestação predispõe a alguns desses problemas. Por mais simples que pareçam, sempre é preciso tratar”, alerta Edilson Ogeda, do Hospital Samaritano, em São Paulo.
 
“Uma boa nutrição, atividade física e consulta pré-natal regular minimizam, e muito, o risco da mulher apresentar qualquer um desses problemas”, ressalta Luiz Fernando Leite, ginecologista e obstetra do hospital e maternidade Santa Joana.
 
Conheça as principais condições que podem afetar a gravidez: 
         
Pré-eclâmpsia
Entre os problemas mais graves de uma gestação, sem dúvida a doença hipertensiva específica da gravidez (como é hoje chamada a pré-eclâmpsia) é a que mais preocupa os médicos. No Brasil, por dia, três mulheres são vítimas da doença. Em geral, ela acomete as futuras mamães no terceiro trimestre e é mais comum na primeira gravidez.
 
“O problema acontece devido a uma alteração vascular da placenta, que eleva a pressão arterial”, explica Luiz Fernando Leite, do Santa Joana. A doença pode causar o envelhecimento da placenta, o parto prematuro ou evoluir para eclampsia ou ainda para a Hellp Síndrome.
 
“Os sintomas são inchaço, dor de cabeça e de estômago, espuma na urina (pelo aumento de proteínas na urina), convulsões, dores abdominais e vista embaralhada”, explica Rosa Maria Neme, ginecologista e obstetra do Centro de Endometriose de São Paulo.
 
Se confirmado o diagnóstico, as consultas com o médico devem ser mais frequentes, assim como os exames clínicos. A mulher deverá adotar uma dieta com pouco sal e controlar a pressão. Em alguns casos, ela pode ser internada para tratamento.
 
Diabetes gestacional
É a segunda doença mais frequente da gestação e costuma aparecer ao redor da 26ª ou 27ª semana. “A placenta tem hormônios diabetogênicos, com potencial para desenvolver o diabetes. Aquela mulher cujo pâncreas produz insulina de forma normal passa tranquilamente pela gestação. Mas aquela com alguma deficiência na produção de insulina pode desenvolver a doença”, explica Edilson Ogeda, ginecologista e obstetra do Hospital Samaritano, em São Paulo.
 
O diabetes gestacional é mais frequente em mulheres com histórico familiar da doença na família ou naquelas que engordam muito nesse período, alerta Luiz Fernando Leite. O ideal, lembra o médico, é ganhar no máximo 12kg. No entanto, o especialista ressalva que o diabetes pode não estar ligado somente ao ganho de peso.
 
“Posso ter uma mulher magra com diabetes gestacional . Por isso um pré-natal adequado é tão importante”, diz ele.
 
O diagnóstico deve ser feito por meio da medição das taxas de açúcar no sangue. A sede e o aumento na vontade de urinar, sintomas clássicos da doença, são frequentes na gestação e, por isso, podem passar despercebidos.
           
Infecções urinárias
As infecções mais frequentes do trato urinário durante a gravidez são a cistite e a candidíase. Os sintomas mais frequentes são desejo frequente de urinar, sensação de ardência na vagina, dor no baixo-ventre, corrimento e coceira.
 
“A progesterona (hormônio predominante na gravidez) provoca uma dilatação das vias urinárias que impede a bexiga de esvaziar completamente, favorecendo a cistite. Além disso, devido à queda na imunidade da gestante, a cândida, que habitualmente vive no intestino e faz parte da flora vaginal normal, prolifera e passa para a vagina provocando a candidíase”, explica Rosa Maria Neme.
        
A infecção representa um risco maior no primeiro e no último trimestre da gravidez, podendo causar um parto prematuro. O tratamento é basicamente medicamentoso e vai depender da indicação médica.
 
Anemia
Essa é uma condição bem comum às gestantes e, em geral, transitória. “Na gravidez, há um aumento de 20% no volume de sangue sem haver um acréscimo de glóbulos vermelhos. É como colocar mais água em suco em pó, ele vai ficar menos denso. Por isso, é importante uma dieta adequada ”, ressalta Luiz Fernando Leite, do Santa Joana.
 
Para evitar o problema as grávidas devem apostar em agrião, espinafre, lentilha, feijão branco, frutas secas, fígado, escarola e abacate, indica a ginecologista Rosa Maria Neme. Em alguns casos, o médico pode prescrever vitaminas a fim de minimizar os efeitos da falta de ferro, que pode levar a um crescimento menor do bebê.
 
Distúrbios da Tireoide
As alterações hormonais típicas da gravidez podem descompensar o funcionamento da tireoide, causando o hipertireoidismo ou o hipotireoidismo, esse último mais comum nesse período.
 
“O funcionamento deficiente dessa glândula é muito simples de ser tratado, por meio de medicamento, e não deve afetar a saúde da mãe ou do bebê”, afirma Edilson Ogeda, do Samaritano.
 
O obstetra Luiz Fernando recomenda um exame completo dessa glândula logo no início da gestação, a fim de verificar se o problema é decorrente da gravidez ou anterior a ela.
 
iG

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