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domingo, 22 de dezembro de 2013

Iniciativa do Unicef esclarece jovens de Fortaleza sobre doenças sexualmente transmissíveis

Brasília – Com o objetivo de melhorar o acesso de adolescentes e jovens aos serviços de saúde e garantir o diagnóstico precoce de doenças sexualmente transmissíveis (DST), como aids, sífilis e hepatite B, uma unidade móvel percorre diversos bairros de Fortaleza (CE), oferecendo atendimento multiprofissional gratuito.
 
A iniciativa é a primeira etapa do projeto Fique Sabendo Jovem, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza. O organismo da ONU pretende firmar parcerias com gestores de outros municípios e levar as ações para várias cidades do país.
 
De acordo com a oficial de programas do Unicef, Tati Andrade, que coordena o projeto em Fortaleza, a proposta é alcançar jovens que, em geral, não procuram os serviços tradicionais por vergonha ou medo de um possível resultado positivo nos exames de doenças sexualmente transmissíveis. Ela esclarece que o aumento no número de casos de contaminação por HIV entre essa parcela da população preocupa autoridades e profissionais ligados à área.
 
"Isso é preocupante porque, com os medicamentos disponíveis atualmente, é possível lidar razoavelmente bem com os efeitos colaterais da doença e de seu tratamento, mas o tratamento precisa ser iniciado precocemente. Pelo relato dos próprios jovens, percebemos que o maior problema nessa questão é o preconceito, notamos que eles viveriam muito melhor se não houvesse isto", disse ela. Tati Andrade acrescentou que o cronograma do projeto vai promover ações voltadas a adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e estudantes da rede pública de ensino.
 
Ainda segundo a oficial de programas do Unicef, o ônibus do Fique Sabendo Jovem conta com uma sala de pré-aconselhamento, onde os profissionais orientarão os jovens sobre direitos sexuais e reprodutivos e uma sala onde serão feitos testes para diagnosticar possíveis DST. Caso recebam resultado positivo, eles serão levados a uma terceira sala, de pós-aconselhamento. "Quando isso acontecer, os profissionais vão acompanhar o jovem, orientá-los sobre os próximos passos, sobre onde buscar auxílio médico e medicamentos. Eles também terão a oportunidade de conversar com outros jovens que vivem com HIV e que podem ajudar nesse processo", disse.
 
Leandro Costa, 26 anos, recebeu o diagnóstico positivo para HIV há dois anos e é ativista do projeto em Fortaleza. Após ter participado das duas ações do Fique Sabendo Jovem, ele diz ter comprovado, na prática, a eficácia da comunicação feita de jovem para jovem. "No ônibus tem uma equipe multiprofissional, com enfermeiro, psicólogo, assistente social, mas muitos dos jovens que recebemos preferem falar e tirar suas dúvidas conosco, que somos jovens como eles. Conversamos claramente e de forma objetiva sobre prevenção, importância do uso do preservativo entre outras coisas. Quase não há resistência, porque falamos a mesma linguagem", disse.
 
Dados do Unicef apontam que o número global de mortes de adolescentes em razão da aids subiu quase 50% entre 2005 e 2012, em forte contraste com a queda de 30% registrada no mesmo período, considerando a população mundial. Ainda segundo o Fundo, somente em 2012, cerca de 110 mil pessoas entre 10 e 19 anos com aids morreram em todo o mundo. Em 2005, o número era 71 mil.
 
De acordo com o organismo da ONU, na próxima fase, no ano que vem, o projeto será implementado em cidades do Sul. É também nessa região que o Ministério da Saúde vai testar uma nova estratégia para prevenir a infecção pelo HIV com o uso de remédio, a partir de 2014. Por meio de um projeto piloto, as unidades de saúde do Rio Grande do Sul disponibilizarão antirretrovirais para grupos vulneráveis ao contato com o vírus.
 
A medida foi anunciada em 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids. Na mesma data, a pasta também anunciou mudanças no atendimento a pessoas portadoras do HIV. Para reduzir as possibilidades de transmissão e oferecer melhor qualidade de vida ao paciente, a partir de agora, assim que a pessoa for diagnosticada com o vírus, ela receberá o tratamento imediato na rede pública. A estimativa é incluir mais 100 mil pessoas no tratamento, em 2014, com a mudança de protocolo.
 
Agência Brasil

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