Foto: AP O ex-piloto alemão Michael Schumacher em foto de 2006, enquanto esquiava na Itália |
As pessoas que sobrevivem a lesões cerebrais traumáticas são três vezes mais propensas do que a população em geral a morrer prematuramente, com frequência devido a suicídio ou algum ferimento fatal, reportou um estudo internacional, chefiado por cientistas britânicos, publicado nesta quarta-feira (15).
As descobertas, publicadas no "JAMA Psychiatry", Jornal da Associação Médica Americana, sugerem a necessidade de cuidados e acompanhamento mais longo de pessoas que sofrem essas lesões.
Segundo o informe, a lesão cerebral traumática (TBI, na sigla em inglês) pode ser provocada por um golpe na cabeça que resulta em fratura no crânio, hemorragia interna, perda de consciência por mais de uma hora ou uma combinação destes fatores.
O recente acidente de esqui que deixou o campeão alemão de Fórmula 1 Michael Schumacher em coma é um exemplo de TBI.
Cientistas da Universidade de Oxford e do Instituto Karolinska, em Estocolmo, analisaram dados de lesões cerebrais traumáticas na Suécia entre pessoas nascidas a partir de 1954.
Eles compararam registros médicos de mais de 218 mil sobreviventes de TBI com o de 150 mil irmãos destes, bem como dois milhões de indivíduos de um grupo de controle.
"Nós descobrimos que as pessoas que sobrevivem seis meses depois do TBI continuam três vezes mais propensas a morrer prematuramente do que a população de controle e 2,6 mais propensas a morrer do que seus irmãos não afetados", explicou a líder do estudo, Seena Fazel, pesquisadora-sênior do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford.
A morte prematura foi definida como a registrada antes dos 56 anos de idade.
As principais causas de morte prematura em sobreviventes de TBI foram suicídio e ferimentos fatais sofridos em acidentes de carro e quedas.
"Os sobreviventes de TBI são mais de duas vezes mais propensos a se matar do que seus irmãos não afetados, muitos dos quais foram diagnosticados com distúrbios psiquiátricos após seu TBI", disse Fazel.
Uma vez que as diretrizes médicas atuais não recomendam aos médicos avaliar a saúde mental ou o risco de suicídio em pacientes sobreviventes de TBI, as descobertas sugerem uma abordagem de cuidados de mais longo prazo.
"Os sobreviventes de TBI deveriam ser monitorados cuidadosamente, em busca de sinais de depressão, abuso de substâncias e outros distúrbios psiquiátricos, pois são todas condições tratáveis", afirmou Fazel.
As razões para este risco aumentado de morte prematura não estão claras, mas Fazel afirmou que pode estar relacionado com julgamento comprometido.
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