Publicado pelo jornal Sexually Transmitted Infections, estudo indicou maior probabilidade de infecção de gonorreia e clamídia para usuários de aplicativos como Grindr e Scruff
Foto: Divulgação - Desde de 2009, aplicativos gays de encontros como Grindr tem conquistado muitos usuários |
Homem gays ou bissexuais que usam aplicativos de encontros sexuais,
como Grindr, Scruff, Growlr e Recon, são mais propensos contrair uma
doença sexualmente transmissível (DST) do que os outros homossexuais
masculinos que frequentam bares e casas noturnas LGBT. Foi esta a
conclusão de um estudo feito em Los Angeles e publicado na última edição
do jornal científico americano Sexually Transmitted Infections.
Publicado
no veículo científico especializado em DSTs, o estudo coletou dados e
fez testes de doenças sexualmente transmissíveis com 7184 homens do
Centro de Saúde Sexual de Los Angeles, entre 2011 e 2013. Levantamentos
anteriores já sugeriam que gays e bissexuais que buscam relações sexuais
online são mais propensos a praticar sexo sem proteção e a ter mais
parceiros.
Em 2013, um estudo da ONG de Nova York Community Healthcare
Network já indicava dados similares ao do estudo de Los Angeles,
revelando que 50% dos usuários gays e bissexuais de apps de encontros
sexuais admitiam fazer sexo sem preservativo.
Entre os
mais de 7 mil homens pesquisados em Los Angeles, 34% tem apenas um
parceiro sexual. 30% deles buscam encontros em lugares públicos e em
sites especializados, como o Manhunt. Os outros 36% recorrem aos apps
nos smartphones para atingir este objetivo.
Desde 2009, os
aplicativos para conectar parceiros se tornam populares na comunidade
gay masculina. Por meio dos GPSs nos celulares, eles permitem que os
usuários identifiquem e interajam com outras pessoas inscritas nos apps.
Um dos primeiros a ser lançado, o Grindr é mais popular
destes aplicativos, apresentando um crescimento vertiginoso nos últimos
anos. Em 2013, o app divulgou que tinha seis milhões de usuários em 192
países. O Scruff, Glowlr e o Recon atendem a públicos mais específicos.
Os dois primeiros são dedicados à comunidade gay dos ursos, o segundo é
destinado aos praticantes de sadomasoquismo e outros fetiches.
Os apps viraram uma febre na comunidade gay |
Os
pesquisadores de Los Angeles buscaram identificar com a pesquisa se o
uso de aplicativos deste tipo alterou os comportamentos de homens gays
em relação ao risco de infecção. O estudo indica que parte dos usuários
do aplicativo está fazendo sexo desprotegido e se expondo a mais riscos.
A
hipótese apontada pelos pesquisadores é que com os aplicativos de
smartphone é mais fácil e mais rápido conhecer potenciais parceiros,
aumentando assim as chances de sexo anônimo desprotegido.
Consequentemente, o risco de pegar uma doença sexualmente transmissível é
maior.
Ainda segundo o estudo, os usuários de apps têm 23% mais
chances de serem infectados com gonorreia. A probabilidade deles
contraírem clamídia é 35% maior. O levantamento não conseguiu encontrar
diferenças quanto ao diagnóstico positivo de HIV e sífilis
Os
pesquisadores fizeram questão de ressaltar no estudo que os dados do
estudo devem ser vistos com reserva e que eles mostram apenas o
comportamento da população gay que frequenta o Centro de Saúde Sexual de
Los Angeles.
"Os avanços tecnológicos que tornam mais eficiente a
reunião anônima sexual de parceiros podem ter o efeito indesejado de
criar redes de indivíduos de usuários que podem ser mais propensos a ter
doenças sexualmente transmissíveis do que outras pessoas”, escreveram
os pesquisadores no estudo.
Autor do estudo, o epidemiologista do Centro LGBT de Los Angeles Matthew Beymer
o objetivo do estudo é alertar para que homens gays e bissexuais se
relacionem sexualmente com cuidado segurança. "Queremos que os riscos e
benefícios de qualquer nova tecnologia sejam conhecidos",
explicou Beymer.
Com informações da Reuters
iG
Nenhum comentário:
Postar um comentário