O Conselho Federal de
Farmácia lançou em setembro de 2013 uma nova resolução, que autoriza os
farmacêuticos a prescreverem remédios que não exijam prescrição médica,
como analgésicos e antitérmicos. Com essa norma, o cliente que quiser
comprar um desses medicamentos poderá receber um receituário com a
assinatura e o carimbo do farmacêutico - entretanto, a prescrição não
será obrigatória. Mas a medida ainda é polêmica e está sendo questionada
pelo Conselho Federal de Medicina.
Independente da resolução entrar ou não em vigor, não pense que o farmacêutico está ali atrás do balcão só para lhe entregar os medicamentos. Existem diversas dúvidas que você pode tirar com ele sobre como ministrar a sua medicação e quais os possíveis efeitos colaterais - inclusive, o farmacêutico pode ser o melhor amigo daquele que saiu apressado da consulta médica ou recebeu um atendimento mais curto e não conseguiu fazer todas as perguntas que deveria.
Independente da resolução entrar ou não em vigor, não pense que o farmacêutico está ali atrás do balcão só para lhe entregar os medicamentos. Existem diversas dúvidas que você pode tirar com ele sobre como ministrar a sua medicação e quais os possíveis efeitos colaterais - inclusive, o farmacêutico pode ser o melhor amigo daquele que saiu apressado da consulta médica ou recebeu um atendimento mais curto e não conseguiu fazer todas as perguntas que deveria.
Confira aqui no que o farmacêutico pode te ajudar:
Como é feita a aplicação do medicamento?
Quem nunca saiu do consultório com a receita na mão e as orientações do
médico, mas assim que chegou à farmácia já tinha se esquecido de metade
das recomendações? Nem sempre o que precisamos saber está escrito na
receita, como o intervalo de tempo que devemos dar entre uma dose e
outra, se é melhor ingerir em jejum, acompanhado de água, etc. "Se
indagado, o farmacêutico pode auxiliar o cliente sobre as especificações
do tratamento medicamentoso, como posologia, horários de ingestão e se
ele é melhor absorvido quando ingerido com água ou leite, por exemplo",
afirma a farmacêutica Camila Letícia Faria Tavares, coordenadora da
Ultrafarma Saúde LTDA.
Qual o melhor medicamento para o meu caso?
Para medicamentos que não precisam de receita, como um anti-inflamatório
para dor de garganta, ou então a pílula do dia seguinte, muita gente
pula a visita ao médico e busca na farmácia a automedicação. É
importante, antes de mais nada, ressaltar que toda alteração grave em
nosso organismo deve ser analisada por um especialista, e que em alguns
casos a automedicação pode mascarar um problema mais grave, como no caso
da dengue, cujos sintomas podem até ser confundidos com uma gripe mas o
uso de ácido acetilsalicílico (aspira) deve ser evitado. No entanto,
se a sua queixa é de ordem mais prática e você busca um medicamento na
farmácia, ninguém melhor que o farmacêutico para te orientar a respeito
das diferentes posologias e o que seria mais adequado ao seu caso. "Nós
podemos explicar para o cliente a forma de ação do remédio no organismo,
as reações que ele poderá causar, ou até mesmo a interferência que ele
pode causar em pessoas que tem doenças crônicas, como diabetes e
hipertensão", explica a farmacêutica Camila. "Além disso, ele também
pode dar orientações sobre melhores horários para ingestão e outras
noções de aplicação."
Tem genérico? Vai funcionar igual?
Mesmo que na sua receita não esteja indicado o
medicamento genérico, nada te impede de perguntar ao farmacêutico se há
essa versão disponível na farmácia. Segundo a Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária), os medicamentos genéricos são produtos com o
mesmo princípio ativo que medicamentos de marca. "O principio ativo é a
substância responsável pelo efeito terapêutico no paciente, ou seja, é
por causa dele que o remédio faz efeito", diz a farmacêutica Patrícia
Moriel, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). No geral, o
médico indicará na receita o nome desse princípio, e não necessariamente
da marca do medicamento - dessa forma, cabe ao paciente indagar a
existência de uma versão genérica. Segundo a Associação Brasileira das
Indústrias de Medicamentos Genéricos, o preço de um medicamento genérico
é menor porque nele não estão embutidos gastos com propagandas, nem
custos de pesquisa para o desenvolvimento do principio ativo - por isso
eles são mais baratos, mas tem exatamente a mesma ação que um
medicamento de marca com o mesmo princípio ativo.
A farmacêutica Camila afirma que você pode perguntar na farmácia o que é um genérico, qual a sua ação, se ele está disponível para compra, e até mesmo a diferença entre um genérico e o similar, uma vez que o segundo também tem o mesmo princípio ativo, mas eles não passam por testes de bioequivalência, e, por isso, não podem ser comparados 100% com os remédios de referência.
A farmacêutica Camila afirma que você pode perguntar na farmácia o que é um genérico, qual a sua ação, se ele está disponível para compra, e até mesmo a diferença entre um genérico e o similar, uma vez que o segundo também tem o mesmo princípio ativo, mas eles não passam por testes de bioequivalência, e, por isso, não podem ser comparados 100% com os remédios de referência.
Esse medicamento pode interagir com outros?
Pode ser que o médico tenha se esquecido de
perguntar e você tenha se esquecido de avisar, ou então você está
comprando algo sem receita ? de qualquer forma, é muito importante saber
se aquele remédio que você está comprando pode interagir com outros que
você eventualmente tome, como os anticoncepcionais, que podem ter sua
eficácia diminuída se ingerido com algumas classes de antibióticos. "O
farmacêutico pode dizer se aquele produto que a pessoa está comprando
não vai interferir nas medicações que ela já toma", ressalta Camila
Letícia. Caso você esteja comprando um remédio sem receita, lembre-se de
levantar essa questão com o farmacêutico. "Caso você não tenha feito
essa pergunta ao médico, indague para o profissional na farmácia que ele
irá te orientar sobre a melhor conduta ? no caso dos anticoncepcionais e
antibióticos, por exemplo, ele pode indicar que você continue ingerindo
os dois, mas mantendo as relações sexuais com camisinha durante o
tratamento antibiótico", diz a farmacêutica Patrícia.
Só tem em gotas ou também tem comprimido?
Existem medicamentos que possui várias
apresentações: comprimidos, gotas, xaropes, injetáveis etc... E nem
sempre o que funciona para uma pessoa pode funcionar para outra - tudo
depende do perfil do paciente. "Pessoas com problemas de estômago, por
exemplo, o médico pode receitar um injetável, se ele não consegue
engolir um comprimido, pode ser em gotas", ensina a farmacêutica Camila.
Se o médico não deixou isso especificado na receita e você tem alguma
dificuldade, pode tirar essa dúvida na hora da compra. O farmacêutico
pode lhe explicar quais são as opções disponíveis e qual pode funcionar
melhor para você - com exceção dos injetáveis, que precisam
necessariamente de orientação médica.
Tenho uma alergia, vai interagir?
Caso a pessoa não tenha perguntado ao médico sobre a interação entre o
medicamento prescrito que alergias que ela eventualmente tenha, não há
problema em tirar essa dúvida com o farmacêutico. "Nesse caso, o
profissional irá explicar quais as substâncias presentes do medicamento
de que forma ele pode ou não interagir com a alergia", afirma Camila
Letícia.
Tem problema misturar com alguma comida ou bebida?
Esse é o famoso "posso tomar uma cervejinha no domingo?", que passa
batido na consulta médica. Se esse é o caso, leve a dúvida para a
farmácia. "Os antibióticos, por exemplo, não podem ser ingeridos com
bebidas alcoólicas", afirma a farmacêutica Patrícia. Além disso, eles
podem te explicar outras interações com alimentos - por exemplo,
remédios que são melhor absorvidos em jejum, ou então aqueles que devem
ser ingeridos antes ou junto da refeição.
Tem uma dose que é melhor que a outra?
Geralmente o médico prescreve o medicamento na
dosagem necessária para cada caso. "Quando é um medicamento sem
indicação médica, o farmacêutico pode auxiliar o cliente em relação à
dosagem e como é o melhor jeito de utilizar este medicamento - se é
idoso ou criança, a dosagem faz muita diferença", ressalta a
farmacêutica Camila. Medicamentos com uma dosagem maior, o paciente toma
menos vezes por dia, sendo indicado para pessoas que tem uma rotina
mais complicada, por exemplo. "O farmacêutico também pode auxiliar em
relação ao intervalo de doses, adaptando ao dia a dia do comprador."
Minha Vida
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