Uma auditoria na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo revelou que a crise financeira na instituição é maior que a anunciada
Em setembro, averiguação de representantes da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e do Conselho Estadual de Saúde mostrou que a dívida alcançava R$ 433,5 milhões. A nova auditoria, feita pela empresa BDO Brazil, indicou que o montante devido pela Santa Casa é superior a R$ 773 milhões.
A maior dívida, relativa à folha de pagamento de funcionários, ultrapassa R$ 114,2 milhões. Na sequência, os débitos com fornecedores alcançam R$ 104,5 milhões.
Entre as irregularidades identificadas pela nova auditoria na administração da Santa Casa, destacam-se pagamentos de bônus com indicadores de preços desfavoráveis, compra de material superfaturado, contratação de empresas prestadoras de serviços em condições desfavoráveis, adoção de política de cargos e salários incompatível com sua condição financeira e até subutilização de equipamentos.
Em julho deste ano, a Santa Casa, que é o maior centro de atendimento filantrópico da América Latina, fechou o pronto-socorro, suspendendo as cirurgias eletivas e os exames laboratoriais, afetando aproximadamente 6 mil pessoas. Um dia após o anúncio do fechamento, a Santa Casa reabriu o pronto-socorro e retomou os atendimentos.
Procurada pela Agência Brasil, a Santa Casa não comentou o resultado da auditoria.
Agência Brasil
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