Em comemoração ao Dia Mundial da Conscientização da Trombose, celebrado em 13 de outubro, o programa de produção e disseminação de informações e tecnologias de qualidade e segurança do paciente do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Proqualis/Icict/Fiocruz) lança o aplicativo de classificação de risco e prevenção perioperatória do tromboembolismo venoso (TEV)
O aplicativo, chamado Risco e Prevenção de TEV, foi desenvolvido no escopo do projeto de pesquisa “Desenvolvimento e avaliação de uma estratégia para implementação do checklist de cirurgia segura da Organização Mundial da Saúde (OMS)” e pode ser instalado, gratuitamente, em qualquer dispositivo.
A coordenadora geral do Proqualis e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Púbica (Ensp/Fiocruz), Margareth Portela, explica que o aplicativo foi desenvolvido a partir da introdução de um item para averiguação da necessidade de profilaxia para tromboembolismo, um problema que ocorre com frequência e pode ser prevenido. “Incluir esse item gerou a necessidade de discussão sobre a profilaxia do tromboembolismo, muito pouco padronizada, pelo que observamos. Assim, desenvolvemos o aplicativo voltado para a classificação de risco de tromboembolismo e recomendações para a sua prevenção, conforme o risco”, diz Margareth.
De acordo com a médica cirurgiã do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSFE) e colaboradora do projeto de pesquisa que desenvolveu o aplicativo, Claudia Regadas, a realização de cirurgia é um importante fator de risco isolado para a ocorrência de TEV, especialmente quando o procedimento tem longa duração, e envolve cirurgia oncológica, bariátrica, ortopédica do quadril ou joelho, ou cirurgia do politraumatizado. “Outros fatores como idade do paciente, uso de anticoncepcional hormonal, insuficiência cardíaca congestiva e muitos outros também devem ser considerados ao avaliar o risco de desenvolvimento de TEV”, explica Claudia.
A médica acrescenta que a indicação de profilaxia de TEV baseia-se na alta frequência de complicações graves e no fato de a maioria dos pacientes ser assintomática ou apresentar sintomas inespecíficos. O risco de embolia pulmonar fatal cai para 0,15% quando é feita profilaxia com heparina por 7 dias. “A profilaxia adequada é o modo mais efetivo de prevenir o TEV, entretanto, existe ainda extrema variabilidade em sua utilização, refletindo um distanciamento entre as recomendações baseadas em evidência científica e a prática clínica, sendo descrito subindicação ou uso por tempo menor que o recomendado”, afirma Claudia.
Doenças cardiovasculares
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte prevenível em todo o mundo. Entre os problemas cardiovasculares que mais matam estão o ataque cardíaco, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o tromboembolismo venoso (TEV). A campanha global é liderada pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH) e reforça a importância da prevenção e tratamento adequado do TEV.
Dia Mundial de Conscientização da Trombose
O Dia Mundial de Conscientização da Trombose tem como objetivos: aumentar a conscientização sobre a doença; reduzir o número de casos não diagnosticados; incrementar medidas para prevenção baseada em evidências; incentivar sistemas de saúde a criar estratégias para garantir as melhores práticas de prevenção; diagnosticar, tratar e incrementar recursos adequados a estas ações e para o apoio à pesquisa relacionada à redução da carga da trombose.
Mais dados sobre o TEV – A literatura aponta que em pacientes cirúrgicos, na ausência de profilaxia, o risco de TEV é de 15% a 40%. Por outro lado, um estudo realizado em 358 hospitais, envolvendo 32 países, com 70 mil pacientes internados, apontou uma taxa de risco de TEV de 50%, com apenas metade dos classificados de risco realizando a profilaxia (fonte: Venous Thromboembolism riskprophylaxis in hospitalised medically ill patients). Para baixar o aplicativo Risco e Prevenção de TEV: https://proqualis.net/listadeverificacao/aplicativo-risco-e-prevenção-de-tev
Fonte: CFF
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