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segunda-feira, 18 de junho de 2018

Venda de opioides cresce 465% no Brasil

Resultado de imagem para opióidesOs medicamentos opiáceos – ou opioides – estão em disparada no Brasil

De acordo com um levantamento coordenado pelo pesquisador Francisco Inácio Bastos, da Fundação Osvaldo Crus (Fiocruz), o número de receitas médicas de medicamentos vendidos em 2009 foi de 1.601.043; em 2015, o número chegou a 9.045.945, um salto de 465%.

O artigo, publicado no American Journal of Public Health, revela que as prescrições médicas de produtos à base de codeína, para dores moderadas, cresceram 95%, saindo de 1.584.372 prescrições para 8.872.501 receitas médicas no mesmo período.

Usados, geralmente, para combater dores crônicas e debilitantes de pacientes com câncer ou lúpus, os opioides também são encontrados diluídos na formulação química de medicamentos como os analgésicos, anestésicos e até em xaropes para controlar a tosse. Os fármacos podem ser utilizados para tratar dores de coluna, enxaqueca, dores nas articulações, entre outras. Porém, o uso constante da substância pode levar à dependência e, o abuso, à morte. Os opiáceos são derivados da mesma família da heroína e outras drogas ilegais.

“Nos Estados Unidos, há uma crise de medicamentos prescritos. É o maior índice de mortes por overdose. Aqui não estamos acompanhando essa epidemia. Precisamos exigir melhores dados e transparência para poder fazer prevenção focalizada,” diz a diretora executiva do Instituto Igarapé, Ilona Szabó.

Guia da Farmácia

Suicídios nos EUA geram debate sobre remédios para a depressão

Resultado de imagem para depressão e suícidioNa última semana, a estilista Kate Spade e o chef Anthony Bourdain foram encontrados mortos; marido de Spade admitiu que ela tinha depressão

Uma alta no número de suicídios nos Estados Unidos levanta a discussão sobre a necessidade de tratamentos mais eficientes para a depressão, com pesquisadores dizendo que é uma área complicada de desenvolvimento que foi amplamente abandonada pelas grandes empresas farmacêuticas. Autoridades de saúde dos EUA disseram nesta quinta-feira que houve uma alta expressiva em taxas de suicídio pelo país desde o início do século e pediram uma abordagem abrangente no tratamento da depressão. O relatório foi publicado na mesma semana em que celebridades como Anthony Bourdain e Kate Spade cometeram suicídio.

A Reuters não conseguiu determinar se Bourdain ou Spade faziam tratamento à base de medicamentos. O marido de Kate Spade, Andy Spade, disse em nota nesta semana que a estilista sofria de depressão havia muitos anos e fazia um acompanhamento com seus médicos. Um representante de Andy Spade afirmou que ele não tinha mais comentários sobre o assunto neste sábado. Representantes de Bourdain não foram encontrados imediatamente para comentários.

Com a disponibilidade de diversos anti-depressivos genéricos e baratos, muitos que oferecem apenas benefícios marginais, desenvolver medicamentos para depressão é um desafio. Farmacêuticas têm 140 terapias em desenvolvimento mirando tratar doenças de saúde mental, incluindo 39 delas para o combate à depressão, de acordo com o grupo comercial Produtores e Pesquisadores Farmacêuticos da América. O número é baixo se comparado com as 1100 drogas experimentais de combate ao câncer, produzidas pela mesma indústria, e que podem receber alguns dos preços mais altos.

“A psiquiatria se tornou uma área desfavorável ao investimento”, disse Harry Tracy, cuja newsletter NeuroPerspective acompanha desenvolvimento de drogas para tratamentos de problemas psiquiátricos. “Seguradoras dizem ‘por que deveríamos pagar mais por um novo tratamento?'”. Alguns dizem que drogas anti-depressivas demoram muito para se tornarem eficientes, isso quando funcionam.

Cerca de metade das pessoas com depressão não respondem às atuais terapias, disse o Dr. Husseini Manji, diretor global de Neurociências na Janssen, unidade da Johnson & Johnson. O desenvolvimento de anti-depressivos é arriscado. Pacientes em testes clínicos normalmente mostram uma grande resposta placebo, mascarando a eficácia do medicamento que é testado. Além disso, uma vez aprovados, os anti-depressivos requerem uma grande estratégia de vendas para chegarem a psiquiatras e provadores de cuidados primários.

Outro impedimento é a dificuldade de conduzir pesquisas iniciais em animais para formar uma base para testes em pessoas. “Isso foi um grande desafio para traduzir para testes clínicos em humanos”, disse Caroline Ko, líder do projeto NewCures, um programa formado na Universidade Northwestern que busca reduzir o risco de investimentos em tratamentos para depressão, dores, Parkinson e outras doenças.

A J&J é a única grande empresa farmacêutica fazendo um grande investimento em um novo anti-depressivo, disse Tracy. Outros players menores incluem a Sage Therapeutics, que espera uma decisão das agências reguladoras norte-americanas sobre um tratamento para a depressão pós-parto até o final do ano. A Esketamina da J&J é focada em depressão resistente a tratamentos. É uma droga similar à ketamina, que é usada como anestésico e para aliviar dores, e muitas vezes abusada como uma droga recreativa com o apelido de “Special K”.

A empresa espera pedir a aprovação da esketamina, um spray nasal de ação rápida, na Administração de Drogas e Alimentos dos EUA (FDA) ainda este ano. “Os anti-depressivos comuns podem levar semanas para funcionar. Eles realmente não são úteis em uma situação de crise”, disse Carla Canuso, que lidera os esforços da J&J para testar a droga em pessoas consideradas em risco iminente de suicídio, que é comumente associado à depressão. A Allergan Plc está desenvolvendo o rapastinel, um anti-depressivo intravenoso de ação rápido adquirido pela companhia em 2015.

A droga foi designada como um avanço terapêutico na FDA, e seus resultados de testes clínicos são esperados para o início de 2019. No mês passado, a companhia adquiriu uma outra droga anti-depressiva de seu colaborador Aptinyx. Dra. Julie Goldstein Grumet, especialista em Saúde comportamental do Centro de Pesquisa e Prevenção ao Suicídio, disse que 122 pessoas tiraram suas vidas por suicídio por dia na semana passada. Muitas nunca foram diagnosticadas com doenças mentais. “Estamos perdendo oportunidades de testar pessoas para o risco de suicídio”, disse. Fonte:

R7

Alzheimer: remédio em formato de adesivo chega ao SUS

Imagem relacionadaO medicamento na forma de adesivo tem menos efeitos colaterais

O Sistema Único de Saúde (SUS) já está disponibilizando um adesivo transdérmico de rivastigmina, medicação utilizada para o tratamento do Alzheimer. Com o nome comercial Exelon Patch, o adesivo pode ser colocado em oito regiões da pele, permitindo a absorção do remédio ao longo do dia. Esse é o único remédio para o Alzheimer disponível em formato transdérmico.

Apesar de ter outras duas versões – em cápsula e solução oral –, em forma de adesivo, o medicamento diminui a possibilidade de efeitos colaterais que podem afetar o sistema digestivo, como náusea e vômito, se comparado às opções orais. A administração através da pele ainda garante que a dose diária seja aplicada corretamente, facilitando a tarefa dos familiares ao cuidar do paciente. Como o Alzheimer não tem cura, o remédio terá de ser utilizado até o fim da vida para minimizar os sintomas, por isso a versão transdérmica oferece maior comodidade.

No Brasil, além da rivastigmina, existem outras três medicações disponíveis para o tratamento do Alzheimer nas farmácias e na rede pública de saúde: donepezila, galantamina e memantina, que foi integrada ao SUS no ano passado. Com exceção da última, todas as outras podem ser utilizados na fase inicial da doença.

Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a diminuição das funções cognitivas uma vez que as células cerebrais degeneram e morrem, causando declínio constante na função mental. Os principais sintomas da doença são: dificuldade de memória (especialmente de acontecimentos recentes), discurso vago durante as conversações, demora em atividades rotineiras, esquecimento de pessoas e lugares conhecidos, deterioração de competências sociais e imprevisibilidade emocional.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa doença é responsável por 60% a 70% dos casos de demência – grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais. Estima-se que 47 milhões de pessoas sofram de demência no mundo, sendo registrados 10 milhões de novos casos anualmente. No Brasil, o Alzheimer está entre as dez maiores causas de morte e é um problema que afeta 1,2 milhão de pessoas. Por ser uma doença incurável, o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença já que o tratamento ajuda a impedir o seu avanço e amenizar os sintomas.

Funcionamento da medicação
A substância ativa do Exelon Patch é a rivastigmina, que atua no aumento da quantidade de acetilcolina no cérebro, molécula neurotransmissora necessária para o bom funcionamento cognitivo. Na forma de adesivo, essa medicação possui três tamanhos: 5, 10 e 15 cm², embora apenas as duas primeiras estejam disponíveis para distribuição no SUS.

Essa diferença de tamanho/dosagem é necessária para preparar o corpo do paciente para o recebimento da quantidade mais alta do remédio – considerada a mais eficiente na redução dos sintomas -, além de minimizar qualquer possível efeito colateral. Entre as reações adversas mais comuns, que atingem mais de 10% dos pacientes, estão: perda de apetite, dificuldade para dormir, incontinência urinária, reações na pele na área de aplicação, sangue no vômito ou nas fezes, desconfortos estomacais após as refeições, entre outros.

Segundo Rodrigo Rizek Schultz, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ), a principal vantagem do adesivo é a entrega da substância ao longo do dia, geralmente mantendo o mesmo nível da rivastigmina no organismo durante todo o período de uso. “Quando via transdérmica, os produtos são liberados ao longo de 24 horas, evitando os picos de medicação, como acontece com os comprimidos, por exemplo, que quando são ingeridos entregam doses altas, que vão caindo ao longo do dia, sendo necessário fazer a reposição”, explicou. Nas versões orais, o Exelon deve ser tomado duas vezes ao dia. Ele ainda comentou que pessoas idosas costumam utilizar muitas medicações orais, portanto, o Exelon Patch oferece uma alternativa para o paciente, diminuindo a quantidade de comprimidos ingeridos.

Aplicação
Segundo a indicação da bula, o Exelon Patch deve ser trocado a cada 24 horas e pode ser colocado em oito regiões do corpo: Parte superior dos braços esquerdo ou direito; Lado direito ou esquerdo do peito; Parte superior das costas, do lado esquerdo ou direito; e Parte inferior das costas, do lado esquerdo ou direito. Especialistas recomendam que o adesivo seja colocado em regiões diferentes a cada nova troca – como um tipo de ‘rodízio’ -, garantindo descanso para a pele.

Outra orientação é que antes da aplicação a pele esteja limpa, seca e sem pelos, além de estar livre de hidratantes ou loções que possam interferir na aderência. Regiões da pele que tenham cortes, erupções ou irritações devem ser evitadas. O adesivo pode ser utilizado no banho, na piscina ou na praia, mas é necessário certificar-se de que ele não tenha descolado depois. Caso isso aconteça, um novo deve ser aplicado para o restante do dia e trocado no dia seguinte, conforme o esquema habitual adotado.

Veja