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quinta-feira, 12 de julho de 2018

Infecções de garganta, nariz e ouvido: conexões doloridas

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Getty Images
As infecções que acometem os sistemas respiratório e auditivo estão relacionadas e podem se tornar mais graves se não bem cuidadas. Anti-inflamatórios e analgésicos fazem parte do tratamento

Pequenos canais ligam a garganta, o nariz e o ouvido. Ainda que essa não seja uma lembrança do dia a dia, ao ter uma infecção em uma dessas regiões, fica clara – principalmente com a dor e o incômodo – a ligação entre eles. Uma dor de garganta pode, por exemplo, ser a responsável por uma infecção no ouvido.

O sufixo “ite” entre doenças significa inflamação. Crônicas ou não, as doenças que acometem o sistema respiratório e auditivo podem causar dor e incômodo, se não forem bem tratadas. Entender a diferença entre cada uma delas e como cuidar delas é essencial na orientação correta.

“Basicamente, não existem diferenças ao pensar nos agentes causadores dessas doenças, que podem ser os vírus ou as bactérias, sem se esquecer dos fungos que causam as micoses, principalmente, no conduto auditivo externo”, revela o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Cícero Matsuyama.

Porém, apesar dos causadores serem os mesmos, sintomas e tratamentos dependem de qual parte do corpo foi acometida. É aí que entra a importância de saber a diferença entre as infecções mais comuns.

As principais doenças de garganta são as rinofaringites, as laringites e as amigdalites. Ou seja, cada uma delas significa a inflamação em alguma parte do sistema respiratório: faringe, laringe ou amígdalas. Elas causam dor local, dificuldade de deglutição, febre, mal-estar, dores musculares e dor para se alimentar (por conta da passagem do alimento).

“A laringite já é um pouco diferente porque ela leva à rouquidão. Uma das características de quem tem a patologia é a tosse. Ainda que os acometidos pela amigdalite e pela faringite também possam ter tosse, a dor local é o sintoma em maior evidência”, comenta o otorrinolaringologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Danilo Anunciatto Sguillar.

Já as patologias que acometem o ouvido são as otites, que podem ser externas ou médias. As médias estão mais relacionadas ao inverno e as externas mais ao verão. Isso porque as otites externas acontecem, normalmente, pelo excesso de água no ouvido, comum quando as pessoas passam muito tempo em piscinas ou no mar, sendo consideradas doença “de nadador”.

Já as otites médias acontecem, principalmente, a partir de uma sinusite ou uma rinofaringite. A interligação entre a garganta, o nariz e os ouvidos faz com que o acúmulo de secreção corra para o ouvido médio, acumulando-se na região.

“Um dos nervos responsáveis pela sensibilidade da garganta inerva, também, o conduto auditivo externo, por isso, uma pessoa tem dor de ouvido, principalmente na deglutição, quando está acometida por uma inflamação de garganta”, complementa o Dr. Matsuyama.

Um vilão chamado inverno
De acordo com o otorrinolaringologista do Hospital Santa Catarina, Dr. José Carlos Burlamaqui, na época de inverno, quando a temperatura está instável e o ar seco, o muco fica muito espesso e acaba ficando nos seios do rosto, piorando os quadros das infecções.

“As pessoas que mais sofrem são aquelas que, imunologicamente, são mais suscetíveis, crianças pequenas e as pessoas mais velhas. Acometidos por diabetes, em sua forma muito grave, submetidos a implantes, HIV positivo com carga viral alta e obesos são outros grupos de risco”, comenta ele.

Como evitar o problema
A transmissão dos vírus é feita por meio das secreções das tosses e dos espirros. Portanto, lavar as mãos corretamente e frequentemente é essencial para não transmitir ou contrair as doenças. Além disso, ao espirrar ou tossir, é necessário proteger a boca e o nariz com lenços ou com a parte interna do braço.

“O fator imunológico está diretamente ligado às patologias. Um quadro que começa com uma amigdalite e vira bacteriano pode ocorrer por alguns motivos, como dormir pouco, se alimentar mal, o que gera uma piora do quadro. Para evitar isso, é aconselhável que o paciente beba bastante água, durma sempre no mesmo horário, alimente-se bem e tenha um estilo de vida saudável como um todo. Além disso, evitar o contato com pessoas doentes e manter os lugares arejados são atitudes que ajudam”, comenta o otorrinolaringologista da BP.

O médico explica, ainda, que os ditos populares também podem estar corretos. Dormir e sair de casa com o cabelo molhado, tomar friagem e andar descalço são exemplos de maneiras de resfriar o corpo, fazendo a imunidade oscilar. Com isso, crescem as chances do corpo ser acometido por uma doença.

Quando a pessoa já está infectada, analgésicos e antitérmicos ajudam a diminuir o incômodo. Existem, também, dois tipos de anti-inflamatórios: não hormonais e hormonais. O primeiro são os mais comuns, como o ibuprofeno e a nimesulida. Já os hormonais são os corticoides. É possível tratar as infecções de garganta e ouvido de cunho viral com os dois tipos de medicamentos.

“Os quadros inflamatórios surgem quando há um aumento da produção de prostaglandina. A prostaglandina é gerada por meio da ação de uma enzima chamada Ciclooxigenase (COX). Os anti-inflamatórios agem inibindo a ação da COX. Sem COX, há menor produção de prostaglandinas e menos estímulos para ocorrer inflamações”, ensina a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti.

Por outro lado, o otorrinolaringologista do Hospital CEMA alerta para o uso de anti-inflamatórios sem prescrição médica, que pode ser extremamente perigoso. A primeira orientação para as pessoas acometidas deve ser a utilização de analgésicos (dipirona ou paracetamol), pois essas afecções são autolimitadas, devendo melhorar em aproximadamente cinco dias.

No caso de infecções bacterianas, é necessária a prescrição médica de antibióticos. De acordo com a farmacêutica, essas são algumas das principais classes disponíveis no mercado:

  • Betalactâmicos: têm como mecanismo de ação a inibição da síntese da parede celular bacteriana.
  • Antibióticos que alteram a topoisomerase: interferem na ação da enzima topoisomerase II no superenovelamento do DNA bacteriano, não permitindo sua transição ou replicação.
  • Polimixinas: agem alterando os fosfolipídios da membrana celular da bactéria.
  • Glicopeptídeos: agem inibindo a síntese da parede celular bacteriana.
“As imunizações preconizadas na rede pública ou privada têm ajudado muito na prevenção das possíveis complicações, porém a procura pela assistência médica adequada e especializada, nos casos da não melhora após alguns dias da instalação da doença, se faz necessária para um bom restabelecimento corporal dos pacientes”, alerta o otorrinolaringologista do Hospital CEMA.

A orientação pela procura de um médico deve ser feita quando o paciente reclama de dores persistentes no ouvido e garganta que levem à dificuldade de deglutição, quando houver dificuldade de abrir a boca, dificuldade respiratória ou apresentar febre muito alta.

Os quadros arrastados, que duram mais de cinco a sete dias, merecem atenção especial. É preocupante quando não há melhora ou há piora ou um quadro que tem uma leve melhora e afunda novamente. Nesse momento, a doença pode ser bacteriana, necessitando de uma avaliação médica.

UNA-SUS oferta cinco cursos

una sus tela celular 2018Interessados podem se inscrever até 21 de dezembro. 20 de janeiro é o prazo final para terminar todas as atividades e então receber o certificado de conclusão

A UNA-SUS disponibiliza cinco cursos a profissionais de saúde. Interessados podem se inscrever até 21 de dezembro, tendo até 20 de janeiro para finalizar todas as atividades e então receber o certificado de conclusão. O usuário que já estiver matriculado em ofertas anteriores tem até 29 de julho para finalizar as atividades. Caso não consiga terminar, poderá se matricular nas novas ofertas.

Há cursos para todos os tamanhos de agenda e ritmos de rotina, com carga-horárias que variam de 6h, como é o caso do Atualização do Manejo Clínico da Influenza, até 60h como no Coinfecção TB-HIV. Todos são gratuitos, ofertados na modalidade a distância e têm início imediato.

Confira!

Atualização do Manejo Clínico da Influenza
Com carga horária de 6h, a iniciativa tem como objetivo atualizar médicos que atuam em toda rede assistencial para reforçar o manejo adequado da influenza, de acordo com os protocolos vigentes do Ministério da Saúde, que preconizam o uso da medicação antiviral e a atenção especial aos casos de síndrome respiratória aguda grave.

O curso foi atualizado segundo o mais recente protocolo, publicado no final de 2017, e aborda o diagnóstico diferencial entre o resfriado comum de síndrome gripal e a síndrome respiratória aguda grave, os principais riscos de complicação e as medidas que reduzem a transmissão da doença.

Os casos clínicos interativos com vídeos de especialistas, que já faziam parte das ofertas anteriores, continuam os mesmos. Além disso, o aluno continua tendo acesso a materiais de apoio, como fluxograma de tratamento e orientações de etiqueta respiratória.

Para se matricular e acessar o curso, clique aqui.

Dengue
Com carga horária de 10h, a iniciativa tem como objetivo familiarizar os profissionais de saúde, conforme as recomendações mais recentes do Ministério da Saúde, no que tange o manejo clínico da doença.

A partir da análise de casos clínicos, os alunos poderão refletir sobre os sintomas apresentados em situações fictícias e avaliar a melhor forma de tratamento para cada paciente.

Para se matricular e acessar o curso, clique aqui.

Saúde da População Negra
Com carga horária de 45h, o curso é livre e busca promover o debate sobre iniquidades e racismo institucional, a partir de dados epidemiológicos e informações gerais sobre a população negra, sua cultura e práticas tradicionais de saúde.

A oferta oportuniza a reflexão para uma atuação na perspectiva do cuidado centrado na pessoa e na família, visando a melhoria da qualidade de atendimento e a redução das desigualdades, alinhadas aos princípios do Sistema único de Saúde (SUS) e da Política Nacional Integral da População Negra (PNSIPN).

Para se matricular e acessar o curso, clique aqui.

Hanseníase
Com carga horária de 45h, a oferta tem como objetivo preparar os profissionais de saúde para atuarem no controle da transmissão da hanseníase e diminuir as incapacidades causadas pela doença. Nesse contexto, o curso ressalta a importância do diagnóstico oportuno e do efetivo controle de contatos.

Dividido em três unidades - Vigilância; Diagnóstico; e Acompanhamento da hanseníase na Atenção Básica – o conteúdo conta com a utilização de casos clínicos transversais, que abrangem e integram os aspectos de controle da doença. Além disso, traz vídeo-aulas com explicações de especialistas e vídeos de apoio com dramatizações que tratam do tema. São também utilizados hipertextos, caixas de ajuda e glossário para que se possa aprofundar os conhecimentos de termos técnicos.

Para se matricular e acessar o curso, clique aqui.

Coinfecção TB-HIV
Com carga horária de 60h, o curso fornece subsídios para que os profissionais de saúde atendam integralmente, e de forma qualificada, as pessoas coinfectadas por tuberculose e HIV. Para isso, o curso aborda tanto aspectos etiológicos, como aspectos psicossociais e clínicos da associação entre as doenças, bem como a importância de tratar as doenças de forma conjunta.

Voltado para profissionais de nível superior, o curso é composto por três unidades, que tratam de aspectos de apoio psicossocial e manejo clínico de coinfecção, com foco especial no diagnóstico de tuberculose nas pessoas que tem HIV, e a organização de serviços para atendimento de pessoas coinfectadas por TB-HIV. Além de uma unidade dedicada a casos clínicos interativos que simulam situações reais.

Para se matricular e acessar o curso, clique aqui.

Fonte: UNA-SUS

Relação entre prescrição de antidepressivos e aborto ou parto

Resultado de imagem para antidepressivosA probabilidade de usar antidepressivos pode estar aumentada dentre as mulheres que abortam, mas o aumento do uso não é atribuído aos abortos, mas a diferenças nos fatores de risco para depressão, de acordo com um estudo publicado na revista JAMA Psychiatr

Investigadores americanos usaram dados de 396.397 mulheres (30.834 com primeiro aborto no primeiro trimestre e 85.592 com um primeiro parto) para examinar a correlação com o início da uma primeira prescrição de um antidepressivo.

Os pesquisadores descobriram que, em relação às mulheres que não fizeram aborto, as mulheres que tiveram um primeiro aborto apresentavam um risco elevado de uso de antidepressivos pela primeira vez em modelos básicos e totalmente ajustados.

No entanto, comparando mulheres que fizeram um aborto com mulheres que não fizeram aborto, as taxas de incidência ​​totalmente ajustadas não foram estatisticamente diferentes no ano anterior ao aborto e no ano após o aborto.

No modelo totalmente ajustado, os fatores de risco mais fortes associadas com o uso de antidepressivos foram ter tido um tratamento psiquiátrico anterior, ter anteriormente usado uma medicação anti-ansiedade, e ter previamente feito uso de medicação antipsicótica.

O estudo concluiu que o aumento do uso de antidepressivos não é atribuível ao fato de se ter um aborto, mas a diferenças nos fatores de risco para depressão.

JAMA Psychiatr