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terça-feira, 21 de março de 2017

Proibido pela Anvisa Alimento de criança Papa no Prato

Os produtos da marca Papa no Prato eram comercializados sem registro da Anvisa

Os produtos da marca Papa no Prato, comercializados online por um fabricante desconhecido, não possuíam registro na Agência, o que motivou a proibição de todos os lotes do produtos divulgados.

Assim, os produtos Etapapá 1, 2 3 e Frutas, bem como todos os outros produtos da marca Papa no Prato foram proibidos de serem fabricados, distribuídos, comercializados e divulgados em todo o Brasil.

A Anvisa salienta, ainda, que os alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância são alimentos infantis de registro sanitário obrigatório.

Rotulagens irregulares
A empresa Prodiet Nutrição Clínica Ltda comunicou à Anvisa problemas de identificação de informações nutricionais em 8 lotes do produto Alimento Nutricionalmente Completo para Nutrição Enteral ou Oral.

Os lotes 16108526, 16108527, 16108528, 16108529, 16108530, 16807014, 16807015 e 16807016 do produto da Marca Trophic Bio – Prodiet, pote PEAD de 800g, da empresa Prodiet Nutrição Clínica Ltda apresentaram informações nutricionais de vitaminas divergentes daquelas informadas nos rótulos.

A Anvisa decidiu, assim, pela proibição da distribuição e comercialização dos 8 lotes em questão e que a empresa fabricante promova o recolhimento do estoque existente no mercado. Essas resoluções sanitárias foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (20/03).

ANVISA

segunda-feira, 20 de março de 2017

Saiba como usar e armazenar corretamente os medicamentos

Após um episódio onde confundiu a hora de tomar uma medicação importante, Rosália Czezacki, de 77 anos, decidiu que já estava em tempo de organizar melhor onde guardava seus comprimidos. “ Depois daquilo eu me organizei

O que eu tomo cedo fica na cozinha e o que eu tomo para dormir fica lá no quarto do lado da cama. Um dia ele tava soltinho e eu achava que sabia qual era o de agora e o de depois. Tomei um remédio de manhã que eu tinha que tomar a noite. Mas eu fiquei cansada de sono”, conta a aposentada.

Essa confusão na hora de tomar o medicamento pode acontecer com qualquer pessoa. Você deve ficar atento aos cuidados com a rotina, como saber em qual local da casa os medicamentos certos ficam armazenados e em qual horário devem ser administrados. Os efeitos da troca da medicação certa podem ir além da sonolência da Rosália, chegando até a provocar complicações mais sérias.

Todo o cuidado é necessário para não correr o risco. Por isso, seguem algumas orientações do Ministério da Saúde:

1. Mantenha os medicamentos em lugares secos e frescos, seguros e específicos para este fim, fora do alcance de crianças e animais. Evite guardar os medicamentos com produtos de limpeza, perfumaria e alimentos.

2. Guarde na geladeira apenas os medicamentos líquidos, conforme orientação de um profissional de saúde. Não guarde medicamentos na porta da geladeira ou próximo do congelador. A insulina, por exemplo, perde o efeito se for congelada.

3. Se você utilizar porta-comprimidos para guardar os medicamentos, deixe somente a quantidade suficiente para 24 horas. Os recipientes devem ser cuidadosamente mantidos limpos e secos.

4. O armazenamento de medicamentos deve ser individualizado para evitar erros e trocas com medicamentos de outras pessoas.

5. Lave as mãos antes de manusear qualquer medicamento.

6. Manuseie os medicamentos em lugares claros. Leia sempre os nomes para evitar trocas.

7. É importante o uso regular dos medicamentos, observando os horários prescritos.

8. Tome os comprimidos e as cápsulas sempre com água ou conforme a orientação de um profissional de saúde.

9. Consulte seu médico ou farmacêutico caso seja necessário partir ou triturar os comprimidos.

10. Abra somente um frasco ou embalagem de cada medicamento por vez.

11. Mantenha os medicamentos nas embalagens originais para facilitar sua identificação e o controle da validade.

12. Observe frequentemente a data da validade e não tome medicamentos vencidos.

13. Consulte seu médico ou farmacêutico caso observe qualquer mudança no medicamento: cor, mancha ou cheiro estranho.

14. Utilize preferencialmente o medidor que acompanha o medicamento. Evite o uso de colheres caseiras. Lave-o após o uso.

15. Não passe o bico do tubo do medicamento em feridas ou na pele quando for utilizar pomadas. Você pode contaminar o medicamento.

16. Não encoste no olho ou na pele o bico dos frascos dos colírios e das pomadas para os olhos.

17. Sempre leve todas as receitas, os exames e os medicamentos em uso para todos os atendimentos médicos. Informe ao médico se você toma chás ou faz uso de plantas medicinais.

18. Mantenha a receita médica junto aos medicamentos.

19. Nunca espere o medicamento acabar para providenciar nova receita, para comprá-lo ou buscá-lo na unidade de saúde.

20. Guarde os medicamentos suspensos ou antigos em local separado dos medicamentos em uso.

Gabi Kopko, com informações da caderneta de saúde do idoso, para o Blog da Saúde

Mercúrio será proibido em produtos para saúde

Termômetros e medidores de pressão corporal com coluna de mercúrio serão proibidos a partir de 1º de janeiro de 2019. Medida é resultado da convenção de Minamata

O uso de mercúrio será proibido em alguns produtos de uso comum em serviços de saúde. A diretoria Colegiada da Anvisa aprovou, na Reunião Ordinária na terça-feira (7/3), medidas para retirar do mercado materiais de saúde que utilizam mercúrio na composição. Essas medidas incluem a proibição do uso de mercúrio nos termômetros e medidores de pressão corporal com coluna de mercúrio, além do uso de mercúrio e liga de amálgama não encapsulado em odontologia.

A partir de 1º de janeiro de 2019, estará proibida a fabricação, importação e comercialização dos termômetros e medidores de pressão que utilizam coluna de mercúrio para diagnóstico em saúde. A medida também inclui a proibição de uso destes equipamentos em serviços de saúde, que deverão realizar o descarte dos resíduos sólidos contendo mercúrio, conforme as normas definidas pela Anvisa (RDC nº 306/2004) e Órgãos Ambientais (Federal e Estadual).

A proibição dos termômetros e dos esfigmomanômetros, como são chamados tecnicamente os medidores de pressão, com coluna de mercúrio, é resultado da Convenção de Minamata. A convenção foi assinada pelo Brasil e mais 140 países em 2013 e tem como objetivo eliminar o uso de mercúrio em diferentes produtos como pilhas, lâmpadas e equipamentos para saúde, entre outros

Riscos à saúde humana e ao meio ambiente
O impacto da contaminação do meio ambiente por mercúrio está ligado diretamente aos riscos provocados pela exposição ao mercúrio para a saúde humana. O documento oficial do Ministério do Meio Ambiente, Diagnóstico Preliminar sobre o Mercúrio no Brasil, informa que a exposição a 1,2 mg de mercúrio por algumas horas pode causar bronquite química e fibrose pulmonar em seguida. (Sigeyuki et al., 2000).

Ainda segundo o documento oficial, o mercúrio pode causar problemas ao sistema nervoso central e à tireoide, caso a exposição ao material ocorra por períodos longos.

Dentre as formas do elemento, existe o metil-Hg, que é a mais tóxica aos organismos superiores, em especial aos mamíferos. O metil-Hg se acumula no sistema nervoso central, causando disfunção neural, paralisia e pode levar à morte.

Substitutos do mercúrio
Os termômetros e esfigmomanômetros com coluna de mercúrio já vêm sendo substituídos no Brasil por outras tecnologias. De acordo com um levantamento de junho de 2016, apenas dois termômetros com coluna de mercúrio tinham registro na Anvisa, enquanto foram identificados 63 registros de termômetros digitais.

O mesmo levantamento mostrou que existia apenas um registro de medidor de pressão com coluna de mercúrio contra 42 registros de esfigmomanômetros que não usam essa substância.

Você tem termômetro com mercúrio em casa?
Os termômetros digitais vêm substituindo os termômetros com mercúrio há alguns anos. Apenas dois produtos desse tipo ainda têm registro no Brasil. No entanto, como é um produto sem prazo de validade, é possível que algumas pessoas ainda tenham este tipo de artigo em casa.

A quantidade de mercúrio presente em termômetros de uso caseiro não chega a ser comprometedora, mas em caso de acidentes é importante tomar as seguintes precauções:
  • Não permita que crianças brinquem com as bolinhas de mercúrio.
  • Utilize luva e máscara e recolha com cuidado os restos de vidro em toalha de papel e coloque em recipiente resistente à ruptura, para evitar ferimento e feche hermeticamente.
  • Localize as “bolinhas” de mercúrio e junte-as com cuidado utilizando um papel cartão ou similar. Recolha as gotas de mercúrio com uma seringa sem agulha. As gotas menores podem ser recolhidas com uma fita adesiva.
  • Transfira o mercúrio recolhido para o recipiente de plástico duro e resistente, feche hermeticamente e cole um rótulo indicando o que há no recipiente.
  • Recipientes que acondicionem mercúrio líquido ou seus resíduos contaminados devem estar armazenados com certa quantidade de água (selo hídrico) que cubra esses resíduos, para minimizar a formação de vapores de mercúrio.
  • Identifique o recipiente, escrevendo na parte externa “Resíduos tóxicos contendo mercúrio”.
  • Não use aspirador, pois isso vai acelerar a evaporação do mercúrio, assim como contaminar outros resíduos contidos no aspirador.
  • Coloque o recipiente em uma sacola fechada.
  • Entre em contato com o serviço de limpeza urbana do seu município ou órgão ambiental (Estadual ou Municipal) para saber como proceder a entrega do material recolhido.
Odontologia sem mercúrio e liga de amálgama
Também foi aprovada uma Consulta Pública com a proposta de proibir o mercúrio e liga de amálgama não encapsulado indicados para uso em odontologia.

A proposta tem três pontos principais:
  1. Proibição em todo o território nacional a fabricação, a importação e a comercialização, assim como o uso em serviços de saúde, de mercúrio e liga de amálgama na forma não encapsulada indicados para uso em odontologia.
  2. Produtos proibidos pela Resolução, que forem retirados de uso, deverão seguir a regulamentação vigente para descarte de resíduos sólidos.
  3. Os cadastros na Anvisa de produtos proibidos, vigentes na data de entrada em vigor desta Resolução, serão automaticamente cancelados.
Em breve, a proposta de texto será publicada no Diário Oficial da União e estará disponível para contribuições no Portal da Anvisa.

ANVISA

Dosador de medicamento deve ser adequado à posologia

Acessórios disponibilizados por fabricantes para administração de medicamentos são objeto de muitas queixas nos canais de atendimento da Anvisa

A Anvisa, por meio de seus canais de comunicação com a sociedade, recebe, frequentemente, reclamações de pacientes e de seus familiares relacionadas ao número inadequado de dosadores de medicamentos nas embalagens, de acessórios inadequados para administrar o medicamento ou de produtos cuja forma farmacêutica requereria um dosador, mas o fabricante não oferece o recurso.

O acessório é imprescindível para a correta administração do medicamento e a adesão ao tratamento. Conforme a RDC 60/2014, o medicamento deve vir, obrigatoriamente, acompanhado de acessório dosador, em quantidade e graduação adequadas.

Queixas
Ao avaliar as queixas recebidas sobre dosadores, as equipes técnicas da Anvisa procuram identificar se existe um erro (uma não conformidade) no registro do medicamento ou na quantidade ou tipo de dosador ofertado.

Quando a Anvisa constata que o dosador ofertado é inadequado, a Agência aciona a empresa detentora do registro do medicamento, por meio de ofício, e determina que o fabricante protocolize, em um prazo de 30 (trinta) dias, o pedido de inclusão de nova apresentação comercial do produto, para modificar ou acrescentar dosadores às embalagens

Precaução
A Anvisa recomenda que os detentores de registro de medicamento se antecipem, no sentido de avaliar seu portfólio de produtos, e realizar o pedido de inclusão de nova apresentação comercial quando detectar uma inadequação no número de dosadores ofertados ou na graduação do acessório dosador, que prejudique a forma correta de administrar determinado medicamento.

Sempre que a Anvisa avalia um pedido de pós-registro de medicamento ou a renovação de registro, os técnicos também verificam se as apresentações registradas possuem o acessório dosador adequado e solicitam as adequações necessárias.

Anvisa

sábado, 18 de março de 2017

Fita anestésica criada na USP é aliada contra o medo de dentista

Filme mucoadesivo, feito de polímero
biocompátivel, consegue reduzir tanto dor
superficial quanto profundapor até 50 minutos
Foto: Arquivo do pesquisador
Cientistas da USP desenvolvem espécie de fita adesiva que libera anestésico na gengiva e alivia dores das picadas de agulha

Os dentistas devem se chatear, mas é fato que nem todos os pacientes se sentem confortáveis ao se submeter a cuidados odontológicos, tão necessários para a manutenção da saúde. Porém, um produto desenvolvido em laboratórios da USP em Ribeirão Preto, promete minimizar aquela aflição da picada de agulha para anestesia bucal. Trata-se de uma fita adesiva que, enquanto fica grudada na gengiva, vai liberando o anestésico.

Foram anos de estudos buscando alívio para as tensões experimentadas nos consultórios dentários e, enfim, a equipe de pesquisadores das Faculdades de Ciências Farmacêuticas (FCFRP) e de Odontologia (Forp), ambas da USP em Ribeirão Preto, chegou a um filme mucoadesivo anestésico, uma espécie de fita como um esparadrapo biocompatível e biodegradável. É feito com polímero de baixo custo, a hidroxipropilmetilcelulose (HPMC), um derivado de celulose vegetal bastante utilizado nas áreas farmacêutica, cosmética e de alimentos.

Conta Renê Oliveira do Couto, farmacêutico e integrante do grupo, que conseguiram vencer desafios como a adesão eficiente à gengiva, região da boca com superfície de área pequena e bastante irregular, onde geralmente é administrada a anestesia. Para tanto, os “filmes são produzidos com espessura ideal e dimensão, flexibilidade e resistência mecânica adequadas para a administração na mucosa”.

O pesquisador adianta que faltam ainda mais estudos para confirmar os filmes mucoadesivos como substitutos das injeções de anestesias, principalmente em “procedimentos cirúrgicos mais invasivos e complexos”. Ele afirma, entretanto, que o produto pode ser efetivo em microcirurgias, extração de dentes de leite em crianças e raspagem e curetagem dental em adultos.

Os testes dos dentistas, coordenados pelos professores Vinicius Pedrazzi e Paulo Linares Calefi, da Forp, mostram que os filmes reduzem a sensação dolorosa, tanto superficial quanto profunda. A ação anestésica começa após cinco minutos de adesão à mucosa gengival, “atinge efeito máximo entre 15 e 25 minutos e dura por 50 minutos, que é o tempo médio de um procedimento cirúrgico odontológico”, informa o pesquisador.

Produzida em laboratório, fita adesiva anestésica é eficiente para
 uso odontológico  – Foto: Arquivo do pesquisador
A equipe comemora, pois acredita que tenha conseguido, no mínimo, eficiente efeito pré-anestésico, no qual o paciente não sente a punção da agulha (a picada) durante a anestesia. Argumenta Couto que esses resultados trazem avanços na prática clínica odontológica, com aumento da segurança – tanto aos pacientes quanto aos dentistas expostos a acidentes com agulha, e com aumento da adesão ao tratamento daqueles que são afugentados dos consultórios por medo das agulhas.

Sem similar, nacional ou internacional
Geralmente, antes da anestesia, o dentista tenta aliviar o desconforto do paciente, massageando o local na gengiva com gel, pomada ou creme anestésico. “A rotina dos consultórios diz que essas fórmulas não são eficazes pela pouca ou nenhuma mucoadesão, o que faz com que os fármacos sejam lavados pela saliva e traz mais desconforto ao paciente pelo sabor desagradável”, explica o pesquisador. Já os filmes que produziram, ao contrário, se mantêm grudados na mucosa por todo o tempo de aplicação sem inconvenientes ao paciente.

Além desses, um outro produto em forma de fita adesiva é distribuído há uma década no mercado internacional. É o Dentipatch, produzido por uma empresa norte-americana. Entretanto, até o momento “não foi provada sua eficácia para anestesia profunda”, informa Couto.

Os estudos continuam, seja para comparar fórmulas, testar sensibilidades, aderências e chegar à total substituição das agulhas. Se a equipe conseguir seus objetivos, os benefícios devem se estender a todo mundo já que a carência por produtos que diminuam a fobia a tratamentos odontológicos não é prerrogativa brasileira.

Couto trabalha nesse projeto com os professores Osvaldo de Freitas, Renata Fonseca Vianna Lopez, Cristiane Masetto de Gaitani, Camila Cubayachi e Hugo Alexandre Favacho, da FCFRP, e Vinícius Pedrazzi e Paulo Linares Calefi, da Forp. Desde 2012, a equipe se dedicada ao desenvolvimento de fórmulas mucoadesivas (filmes, géis e comprimidos) para a liberação de anestésicos locais na cavidade bucal. O objetivo, segundo Couto, é minimizar a dor, ansiedade ou desconforto de pacientes submetidos a procedimentos odontológicos.

Parte dos resultados dessa pesquisa estão publicados on-line nas edições de dezembro de 2015 da revista Colloids and Surfaces B: Biointerfaces e de junho do ano passado da revista Biomedical Chromatography.

Rita Stella, de Ribeirão Preto