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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Governo planeja dar benefícios fiscais a alimentos saudáveis

O Plano para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis do Ministério da Saúde visa reduzir a ocorrência de doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, câncer e diabetes.

A previsão é de que o programa, atualmente em fase de consultas, entre em funcionamento no mês de maio.

Estão previstas ações de combate aos chamados fatores de risco ligados a essas doenças, como tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo, alimentação não saudável e obesidade - esta, objeto de outro plano, a ser lançado em outubro.

As medidas incluem aumentar a oferta de alimentos saudáveis nos mercados, para frear a substituição de alimentos in natura (frutas e hortaliças) por comidas industrializadas nas despensas dos brasileiros, tendência verificada em pesquisas recentes.

O maior consumo de alimentos processados, não raro ricos em calorias e gordura, é apontado por especialistas como uma das principais razões por trás do crescimento nos índices de obesidade no país.
O estímulo aos alimentos in natura ocorreria por duas vias: parcerias com agricultores familiares e pequenas associações de produtores e benefícios fiscais, como menos impostos e taxas ou até a concessão de subsídios que reduzam seu preço nas prateleiras.

SOBRETAXA
A coordenadora de Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, disse à BBC Brasil que é favorável ainda à sobretaxação de alimentos obesogênicos (processados e com alta densidade de calorias).

"A questão ainda será levada à discussão com outros setores", afirma.

O programa também visa garantir o fornecimento de comidas saudáveis às escolas. Hoje, uma portaria do Ministério da Educação determina que a merenda escolar contenha ao menos 30% de alimentos frescos.

Segundo Malta, no entanto, muitas escolas distantes de regiões produtoras de hortaliças enfrentam dificuldades para cumprir a regra.

Outra ação prevista no plano busca baixar a quantidade de sal e açúcar em alimentos processados. Em abril, o governo fechou um acordo com a indústria alimentícia para limitar a quantia de sal em produtos como pães e macarrão instantâneo.

A intenção, diz Malta, é reduzir nos próximos dez anos o consumo diário per capita de sal, hoje em 12 gramas, para 5 gramas, valor considerado ideal.

O próximo passo é negociar com a indústria alimentícia a redução na quantia de açúcar. Malta lembra que, por meio de acordo semelhante, conseguiu-se eliminar de alimentos fabricados no Brasil a gordura trans, prejudicial à saúde.

ATIVIDADES FÍSICAS
Além das medidas de incentivo à alimentação saudável, o programa relaciona uma série de ações, muitas das quais já anunciadas, destinadas a estimular a prática de atividades físicas.

Uma delas, o Programa Academia da Saúde, prevê repasse a municípios de verbas federais para a construção de áreas públicas propícias à realização de exercícios.

Outra ação busca facilitar a reforma de escolas para viabilizar a prática de aulas regulares de educação física e atividades esportivas fora do horário escolar.

O governo também pretende estimular obras de iluminação pública, calçamento e segurança no trânsito, para incentivar o brasileiro a caminhar mais pelas ruas, e promover campanhas que incentivem a prática esportiva e hábitos saudáveis, valendo-se da realização, no Brasil, da Copa do Mundo de 2014 e da Olímpiada de 2016.

Fonte Folhaonline

Saúde do Brasil vive processo de americanização, diz Temporão


Recém empossado diretor de um instituto internacional que tem como objetivo buscar soluções para a saúde pública dos 12 países da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), o ex-ministro José Gomes Temporão vê em curso um processo de "americanização" do setor no Brasil.

Para ele, a falta de uma fonte estável de recursos faz com que as famílias e as empresas assumam cada vez mais um papel que deveria ser do Estado.

Sanitarista de formação, Temporão, 59, avalia que seu maior mérito nos três anos e dez meses como ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi colocar a saúde numa "dimensão política". Filiado ao PMDB, ele cogita ir para o PSB e não descarta ser candidato no futuro.

Atualmente, além de comandar o Isags (Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde), que recebeu investimentos federais de cerca de R$ 1 milhão, mantém vínculos com a Fiocruz (onde ingressou há 31 anos) e integra uma equipe internacional de avaliação do sistema de saúde da China, que estuda reformas para o setor.

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Folha - Por que criar o Isags?
José Gomes Temporão - A saúde vem se tornando cada vez mais importante em termos globais. Cerca de 30% de toda a cooperação que o governo brasileiro faz com outros países é em questões de saúde. O Brasil desenvolveu a cooperação Sul-Sul, aumentou a participação na OMS, exportou programas inovadores.

O Isags expressa uma vitória importante: colocamos a saúde como tema prioritário na agenda política do continente. Queremos que funcione como catalisador de iniciativas, como potencializador de tecnologias, colocando esse conhecimento à disposição dos ministérios da saúde do continente.

No ano passado, a OMS divulgou que doenças tropicais que afetam o continente, como a dengue, atingem um bilhão de pessoas no mundo, mas são negligenciadas pela indústria farmacêutica. Como enfrentar isso?

O Isags e a Unasul vão fazer um trabalho político para avançar nessa área. Não apenas no caso das doenças ditas negligenciadas, mas também no das doenças que, no momento, são as que mais matam em nossos países: diabetes, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, câncer...

Vamos entrar forte na gestão de tecnologias de saúde. Um exemplo: há uma necessidade de colocar equipamentos de radioterapia, para tratamento de câncer, no continente. Por que não fazer uma integração entre os países para uma aquisição continental, negociando com os fornecedores e reduzindo custos? Por que não fazer parcerias no campo da inovação, da pesquisa e do desenvolvimento?

A saúde é sempre uma das áreas mais mal avaliadas dos governos. Por que é tão difícil elevar a qualidade do SUS?

São múltiplos os aspectos. Um é a especificidade da saúde, que não pode esperar. Uma pessoa, em situação de sofrimento, precisa ser acolhida, e nem sempre isso é possível na escala em que as pessoas demandam.

O segundo aspecto é financeiro. O sistema de saúde brasileiro sofre de um problema crônico que já dura 15 anos, que é o subfinanciamento, que nos empurra gradualmente para uma espécie de americanização do sistema de saúde e leva à degradação dos serviços.

Por quê?

O Brasil gasta aproximadamente 8% do PIB em saúde. Quando se olha a divisão entre gasto público e privado, o público é apenas 38% do total. Quem está financiando a saúde no Brasil são as famílias, principalmente, e as empresas. O gasto per capita das famílias de classe média que têm planos é pelo menos duas vezes e meia maior do que o do SUS --e o SUS atua da promoção ao transplante.

O sr. sempre defendeu a regulamentação da emenda 29. Nesse ano, com a relação entre Congresso e Executivo estremecida, o tema voltou à tona...

Na campanha, a então candidata Dilma afirmou que era uma questão de que ia tratar pessoalmente. É claro que, quando você vira presidente e a dinâmica das relações do Congresso começa a acontecer, as coisas mudam. Tenho certeza que a presidenta continua preocupada.

O que acha da decisão do governo paulista de destinar até 25% das vagas em hospitais públicos para pacientes de planos?

Sou totalmente contra. Essa medida traz o risco de criar uma dupla porta. Não sou contra as pessoas que têm planos usarem esse serviço. Desde que o SUS seja ressarcido pelo plano. Sem criar uma estrutura para atender um e uma estrutura para atender outro. Temos que construir modelos que reduzam as diferenças, não que as aprofundem.

Qual sua principal conquista e sua principal derrota à frente do ministério?

A maior conquista foi ter recolocado a saúde pública numa dimensão política, numa perspectiva ampla. Com múltiplos temas: a questão da sexualidade, do aborto, da quebra de patente, da gestão, da informação, da educação, da promoção da saúde. A derrota foi não ter conseguido regulamentar a emenda 29.

Por um lado, a tecnologia avança numa velocidade incrível; por outro, a população envelhece também de forma rápida. É possível manter um sistema de saúde universal que dê conta de atender essas demandas?

Essa é a grande preocupação de todo o mundo. Pessoas vivendo mais significa mais doença crônica. E doença crônica, mais tecnologia de diagnóstico, novas drogas. Por outro lado, estamos num processo de transformação cultural. A internet virou o doutor Google. É um processo muito complexo, que cria novas demandas. A questão central hoje é a política de incorporação de tecnologias em saúde.

É impossível imaginar um cenário com tudo para todos, sem critério e sem controle. O correto é oferecer tudo o que for técnica e cientificamente adequado a custos compatíveis para todos.

O sr. viu retrocesso na discussão sobre aborto durante a eleição?

Essa questão só vai ser enfrentada com clareza quando a gente conseguir construir uma consciência na população de que essa não é uma questão da religião, não é uma questão do Estado, é uma questão das mulheres, da sua autonomia. Estou na expectativa da votação pelo Supremo da questão da gravidez de feto anencéfalo, que pode recolocar a questão.

O sr. continua no PMDB?

Sim. Andei conversando com o PSB, mas estou aguardando o quadro político ficar mais desanuviado. É bastante provável que eu vá para o PSB. É um partido que tem mais a ver com minha postura ideológica.

Um partido progressista, com um programa mais à esquerda e novos quadros, como o governador Eduardo Campos [de Pernambuco].

A ideia é disputar cargo eletivo?

Não. Minha agenda hoje é realmente tocar o Isags e continuar minha carreira de sanitarista, trabalhando em saúde pública. Não descarto nenhuma opção mais à frente, mas no momento não.

Fonte Folhaonline

Uso "terapêutico" de álcool por ansiosos leva à dependência


Um novo estudo mostra que o hábito de consumir álcool para "afogar as mágoas" e aliviar o estresse pode ser uma porta de entrada para o alcoolismo para pelo menos um tipo de pessoa: aquelas com sintomas de ansiedade.

Poucas pesquisas sustentavam essa relação de causa e consequência até agora. Fazendo acompanhamento de saúde e entrevistas com mais de 34 mil pessoas nos EUA, cientistas concluíram que pessoas com problemas como transtorno de pânico ou fobias são especialmente vulneráveis a esse fator de risco.

Pacientes que praticavam o consumo "terapêutico" de bebidas alcoólicas (ou de qualquer outro tipo de droga) contra a ansiedade aumentaram de três a seis vezes o risco de dependência.

Na pesquisa, feita na Universidade de Manitoba (Canadá), 12,6% das pessoas com transtornos de ansiedade desenvolveram alguma forma de alcoolismo após usar a bebida como alívio.

Daqueles que tinham ansiedade, mas não praticavam "automedicação de sintomas com álcool", apenas 4,7% tiveram o problema.

"A análise sugere que 15,9% dos diagnósticos incidentes de transtornos do álcool nessa população podem ser atribuídos à automedicação com álcool", afirmam James Bolton e seus colegas, autores de um estudo publicado na revista "Archives of General Psychiatry".

CÍRCULO VICIOSO
Um outro efeito perverso foi o de que a dependência de álcool ou outras drogas agiu contra a melhora de sintomas de ansiedade a longo prazo. Atuando apenas de forma paliativa e circunstancial, a automedicação tinha uma tendência a se tornar vício.

O abuso de álcool e drogas foi particularmente alto como fator de risco para um tipo específico de transtornos de ansiedade: a fobia social.

Esse é o nome dado ao pavor de interação com outros por medo de reprovação, passar vergonha em público, humilhação etc.

"Uma possível explicação para isso é que a má aceitação social do uso de drogas pode criar um desejo de evitar contato social", afirma Bolton. "Outra é que esses indivíduos já tivessem uma fobia social abaixo do limiar [de diagnóstico], que foi exacerbada pelo uso de drogas."

Segundo o pesquisador, o transtorno de ansiedade acompanhado de dependência também é mais difícil de tratar, porque a abstinência pode provocar uma intensificação dos sintomas que são típicos da ansiedade.

"Ao identificar um comportamento real ou potencial de automedicação, os médicos podem trabalhar para prevenir o surgimento simultâneo da comorbidade [ansiedade ligada ao alcoolismo] em certos pacientes", diz.

Fonte Folhaonline

Ministério da Saúde de Israel importará maconha para uso médico


O governo de Israel aprovou no domingo (7) a normativa que regulará a importação e cultivo local de maconha para usos médicos, consumidos por milhares de pessoas no país.

"O gabinete aprovou as instruções e supervisão necessárias para a provisão de cannabis para uso médico e de pesquisa, em reconhecimento que ele é necessário em alguns casos", informou o escritório do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em comunicado.

"O Ministério da Saúde, em coordenação com a polícia israelense e a Autoridade Antidrogas supervisionarão ditas instruções e também serão responsáveis pela importação e o cultivo local (de cannabis)", acrescenta a nota.

Cerca de 6.000 pessoas consomem maconha para fins medicinais em Israel, segundo indica o jornal local "Ha'aretz", a maioria dos quais sofre de dores crônicas e doenças terminais.

O ministério planeja importar a erva, que contêm a substância ativa conhecida como THC (Tetra Hidro Cannabinol), de países como o Canadá e Holanda, "que demonstraram grande experiência no cultivo, controle de qualidade e supervisão dos ingredientes ativos", explicou o diretor-geral Boaz Lev.

Fonte Folhaonline

Cientistas dos EUA descobrem novo anticorpo da gripe


Cientistas dos Estados Unidos descobriram um anticorpo que age contra 30 das 36 cepas da gripe, o último avanço na busca de um tratamento universal e de uma vacina contra a doença, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira.

O novo anticorpo amplamente neutralizante, denominado CH65, consegue aderir na superfície do vírus da gripe, denominada hemaglutinina, a qual sofre mutação a cada temporada, forçando os especialistas a projetar regularmente uma nova vacina.

Este anticorpo foi encontrado nas células de um voluntário, que tomou vacina contra a gripe desenvolvida para o ano de 2007, destacou o estudo, publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências.

"O que isto nos diz é que o sistema imunológico humano pode ajustar sua resposta à gripe e de fato produzir, embora com uma frequência baixa, anticorpos que neutralizam toda uma série de cepas", disse o autor principal do estudo, Stephen Harrison, do Hospital Infantil de Boston, Massachussetts (nordeste).

"Nosso objetivo é entender como o sistema imunológico seleciona os anticorpos e utiliza essa informação para fazer melhorias que contribuam para a elaboração de uma vacina que favorecerá a amplitude sobre a especificidade", emendou.

Na semana passada, pesquisadores britânicos e suíços anunciaram, na revista americana "Science", a descoberta do primeiro anticorpo humano capaz de eliminar todos os vírus da gripe.

Este anticorpo, denominado FI6, foi posto à prova nos subtipos de vírus da gripe A e sempre demonstrou eficácia contra a hemaglutinina, uma proteína frequentemente variável.

Fonte Folhaonline