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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pesquisa relaciona o cuidado das mães ao controle da ansiedade

Colo de mãe é maravilhoso, e isso é indiscutível. No entanto, além de deixar os filhotes dengosos, esse carinho materno ainda controla a ansiedade e, consequentemente, o peso dos filhos.

A conclusão é de Carola Eva, especialista do Instituto de Neurociência Ottolenghi Cavalieri, da Universidade de Turim, na Itália. Em estudo realizado com camundongos geneticamente modificados, publicado este mês na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), os filhos que foram assistidos pela mamãe rato tinham menos sinais de ansiedade e peso normal.

A italiana trabalhou com ratinhos geneticamente modificados para que seus cérebros não produzissem o neuropeptídeo Y, um neurotransmissor que regula o comportamento metabólico, emocional e energético nos mamíferos, incluindo o homem. Depois, a equipe de Carola comparou os efeitos dessa intervenção genética em duas situações diferentes: quando os animais recebiam desde cedo o carinho da mãe e quando não tinham esse tipo de atenção.

Os cientistas perceberam, então, que, quando não havia cuidado da mãe, os efeitos da alteração genética eram praticamente nulos. Tanto os ratos normais quanto os modificados apresentavam comportamento ansioso e baixo peso. Porém, quando os filhotes recebiam atenção da mãe, a diferença entre os normais e os geneticamente modificados era enorme. Os primeiros permaneciam saudáveis, enquanto os últimos continuavam apresentando os problemas.

A conclusão da pesquisadora foi, portanto, que a produção do neurotransmissor no cérebro depende do carinho da mãe, afinal, mesmo os ratinhos normais que não receberam cuidados apresentaram os sintomas de ansiedade e perda de peso. “A atenção materna altera permanentemente o comportamento ansioso e o peso corporal dos filhotes por meio da regulação do gene, ou seja, a produção do neurotransmissor no cérebro depende do carinho da mãe”, diz ao Correio Carola (leia entrevista).

Perda

Como em muitas pesquisas com animais, os resultados, apesar de terem sido obtidos em ratos, trazem dados que podem dizer muito sobre os seres humanos. A própria pesquisadora lembra que há estudos que apontam a influência da atenção materna na parte emocional das crianças. Nesse caso específico, porém, a falta de amor materno pode ter um resultado um pouco diferente em crianças: aumento de peso. Isso porque é comum que a ansiedade faça as pessoas descontarem o sentimento de estresse comendo.

De acordo com a psicóloga infantil Jaqueline Pessoa de Lima, do Espaço Clínico Psicoarte, a ansiedade é um indicativo de perda, ou seja, é sinal de que a criança está sentindo falta da mãe. Ela explica que o bebê pode então tentar suprir essa carência na alimentação. “Às vezes a mãe não percebe que está falhando em dar atenção ao filho, mas precisa ficar atenta, pois pode prevenir problemas emocionais futuros”, destaca. “Hoje em dia é muito comum as mães terceirizarem essa atenção ou até mesmo recompensarem os filhos com presentes, o que é um erro. A criança precisa de participação ativa, de carinho, e não de objetos”, completa.

Foi o que percebeu Luna Boechat, 28 anos, mãe de Pedro, 1 ano e 10 meses. Segundo ela, o garotinho começou a apresentar sintomas de ansiedade quando ela voltou a trabalhar, passando a ficar agitado e carente. A situação se tornou ainda mais delicada porque o pai, o geólogo Bruno Velasco, 33, precisa viajar com frequência. Segundo Luna, já houve muitas situações em que Pedro perguntou insistentemente pelo pai, chegando ao extremo de colocar uma cadeira do lado da porta para esperá-lo.

O comportamento do pequeno acendeu o sinal de alerta na mãe, que passou a conversar mais com o filho. Ela também passou a reservar todo o seu tempo livre para dar atenção ao menino, momentos em que procura demonstrar o quanto é querido. Os fins de semana, por exemplo, são sagrados, dias para serem vividos em família. “Se ele quer minha atenção é porque ele está precisando dela, então não posso negar”, diz Luna.

Equilíbrio

Muito carinho também é a fórmula encontrada pela família de Iago Brazil, 6 anos, para ajudá-lo a controlar a ansiedade. O menino mora com o pai, Igor, 31, desde que tinha 1 ano e meio e se mostra agitado e com dificuldade de se concentrar. Igor conta que sempre procura conversar com o filho para entendê-lo melhor e acalmá-lo. Ele acha que a ansiedade do garoto nada tem a ver com a ausência da mãe, mas sim com o fato de ele ter hiperatividade. Até porque o menino mantém contato constante com a mãe e outros familiares. “Ele também tem muito carinho da minha mãe, minha irmã e minha noiva”, conta o pai. “Ele recebe muito amor.”

O segredo parece estar no equilíbrio. A psicóloga Jaqueline Lima alerta também para o excesso de atenção, que também não faz bem. “Superproteger os filhos pode trazer danos ainda piores, pois a criança não se desenvolve e fica sempre dependente dos pais”, salienta. Segundo a especialista, muitas mães, em consulta, se preocupam com o fato de o filho brincar sozinho, por exemplo. “Mas isso quer dizer que a criança está em desenvolvimento”, observa. Para Jaqueline, é necessário que as mães prestem mais atenção aos filhos e ao próprio comportamento para, só então, dosar essa atenção e aplicá-la de forma efetiva.

Três perguntas para

Carola Eva, pesquisadora da Universidade de Turim

Qual foi o principal propósito de seu estudo?
Queríamos estudar a importância do receptor Y1R no sistema límbico e os efeitos dos cuidados maternos nas emoções e no crescimento.

Como a pesquisa foi realizada?

Para realizar o estudo, geramos ratos geneticamente modificados, dos quais foi retirado o gene Npyr1 no sistema límbico, uma região do cérebro que exerce funções cruciais no aspecto emocional e metabólico. Nós mostramos que a remoção desse gene causa ansiedade e diminuição do peso corpóreo nos animais. No entanto, o efeito dessa remoção só é nítida em comparação a ratos normais quando eles são criados por mães que demonstravam cuidado intenso. Quando as mães não são cuidadosas, os efeitos genéticos não são mais vistos, porque mesmo ratos normais podem ter seu peso e níveis de ansiedade alterados (quando não recebem carinho).

O seu estudo vale para as pessoas?

É difícil dizer. Mas existem estudos que mostraram como o cuidado materno ajuda a regular o modo como a pessoa lida com a ansiedade e sua capacidade de responder ao estresse.

Idosos "frágeis" apresentam maior circunferência abdominal

Estudo, que avaliou 77 pessoas acima de 60 anos, integra o projeto Fragilidade do Idoso Brasileiro (Fibra)


Estudos já provaram que pessoas com mais de 60 anos, portadoras da Síndrome da Fragilidade, apresentam, em geral, pressão arterial mais elevada e maiores fatores de risco em relação a problemas cardiovasculares. Mas uma pesquisa realizada pela enfermeira Rachel Gabriel Bastos Barbosa, em Fortaleza, no Ceará, constatou que este grupo também apresenta maior circunferência abdominal e colesterol HDL (bom) baixo.

— São todos fatores que predispõem a riscos de infartos e acidente vascular cerebral (AVC) — revela a orientadora da pesquisa, Nereida Kilza da Costa Lima, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo, que envolveu 77 idosos acima de 60 anos, integra o projeto Fragilidade do Idoso Brasileiro (Fibra).

Como se caracteriza a síndrome
Perda das reservas do organismo em pessoas acima dos 60 anos é a principal causa da doença, explica a professora. Com base em definições da pesquisadora americana Linda Fried, da Columbia University (EUA), foram levados em conta os seguintes critérios para a caracterização da síndrome: perda de peso recente do idoso — em média, 4,5 quilos ou 5% do seu peso corporal; queixas de cansaço avaliadas por um questionário; testes de força realizados com dinamômetro — aparelho que é fechado com as mãos; questionário que constate baixo nível de atividade física; e cronometragem de tempo em caminhada da distância de 4,5 metros. Se a pessoa tiver 60 anos ou mais e apresentar três dos parâmetros, pode ser considerada frágil, segundo Nereida.

Entre os 77 idosos avaliados, Rachel identificou três grupos, comparados pelas medidas de suas pressões arteriais. Do total, 23 foram considerados frágeis, 23 não-frágeis, e os outros 31 foram identificados como pré-frágeis. Estes apresentavam um ou dois dos critérios de avaliação.

Além da série realizada em ambulatório, os pacientes utilizaram aparelhos semi automáticos para fazer, em casa, suas próprias avaliações. Nereida conta que eles foram selecionados em domicílios e encaminhados para os exames em ambulatórios, em Fortaleza.

De acordo com a professora, uma terceira forma de avaliação usou o sistema Mapa de medida de pressão arterial, onde o paciente é monitorado por um aparelho num período de 24 horas.

— Foi justamente aí que foram encontradas as principais diferenças e apontado que a pressão arterial dos idosos mais frágeis era mais alta — relata.

Além da pressão arterial, outros exames laboratoriais foram realizados, revelando que os "frágeis" também tinham a homocisteína — aminoácido que aumenta com processos inflamatórios, como em pacientes com cardiopatia e com Alzheimer — mais alta.

O combate à fragilidade dos idosos passa pela prática de atividades físicas, alimentação adequada e pelo controle de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, entre outras, que podem agravar o quadro. Ela alerta que a síndrome já atinge 46% da população mundial com mais de 85 anos.

Fonte Zero Hora

Anvisa lança blog para esclarecer sobre uso de Talidomida

Remédio está associado ao nascimento de crianças com malformação congênita

Talidomida - apoio, orientação e informaçãoA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou, na segunda-feira, o Blog Talidomida (talidomida-anvisa.blogspot.com), para manter cidadãos e profissionais de saúde informados sobre as mudanças no controle do medicamento, trazidas por uma resolução divulgada no início do mês.

O blog informa as novas regras para a prescrição, acesso, controle, monitoramento e fiscalização da Talidomida, que foi responsável pelo nascimento de mais de 10 mil crianças com malformação de membros e órgãos em todo mundo, entre as décadas de 1950 e 60.

É possível encontrar artigos científicos, histórico, bula atual do medicamento, relação das doenças para as quais o uso da substância é permitido e toda a legislação vigente sobre o tema. Há ainda a orientação para o descarte do medicamento e o cronograma de treinamentos que a Anvisa está promovendo, em todo o país, para capacitar os profissionais de saúde que lidam direta ou indiretamente com a Talidomida.

Em 1954, quando passou a ser utilizada na Alemanha, a Talidomida era indicada para o tratamento de diversas condições, tais como irritabilidade, baixa concentração, ansiedade, insônia, enjoos, hipertireoidismo, doenças infecciosas, entre outras. Após alguns anos, passaram a se proliferar relatos de recém-nascidos com malformações nos braços, nas pernas e nos órgãos internos.

Atualmente, o medicamento é receitado para homens, mulheres — desde que não estejam em idade fértil — e crianças acima de 12 anos, conforme orientação médica, no tratamento de doenças como hanseníase, Aids, lúpus e doenças crônico-degenerativas.

Fonte Zero Hora

Chá verde ajuda a reduzir medidas na cintura, diz estudo

Pesquisa da PUCRS mostrou que idosos que ingeriram três xícaras de chá verde ao dia perderam peso, mesmo sem praticar atividades físicas


Preparado a partir das folhas frescas da planta Camellia sinensis e rico em catequinas, o chá verde integra o grupo de bebidas funcionais, com substâncias que atuam na redução de riscos de doenças crônicas. Em uma pesquisa de mestrado realizada na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), o chá verde apresentou resultados positivos na redução de peso e de circunferência abdominal em idosos, mesmo sem exercícios físicos.

A nutricionista Ana Elisa Senger, autora da pesquisa, inseriu o chá verde na dieta de 45 pacientes do ambulatório do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, no Hospital São Lucas. A intenção da pesquisadora era investigar a eficácia da bebida em fatores de risco da Síndrome Metabólica, como obesidade abdominal, hipertensão arterial sistêmica, diabetes tipo 2, triglicerídeos aumentados e colesterol bom (HDL) reduzido.

Os participantes, com média de 72 anos, foram divididos em dois grupos: um consumiu três xícaras de chá verde de 200 ml diariamente durante dois meses, enquanto o grupo de controle não ingeriu a bebida no período.

Por meio de pesagem, medição da pressão arterial e da circunferência abdominal a cada 30 dias, e coleta de sangue no início e no fim do estudo, os resultados mostraram que o grupo que incluiu o chá verde na alimentação, mesmo sem atividades físicas e dieta equilibrada, teve uma redução de cerca de 1,2 kg no peso total e de 2,7 cm da circunferência da cintura, associada à taxa de mortalidade e de doenças cardiovasculares. No grupo de controle, os números foram quase insignificantes, com perda de apenas 0,3cm e 500g. Apesar de o chá verde conter cafeína, não houve alteração na pressão arterial dos pacientes.

O questionário de frequência alimentar realizado no início do estudo mostrou ainda que grande parte dos participantes tem inadequação alimentar, com poucas fibras, micronutrientes e minerais.

— Com uma dieta adequada, combinada ao chá verde, os resultados poderiam ser melhores e talvez muitos medicamentos pudessem ser dispensados, pois, à medida que a gordura diminui a longo prazo, glicose e lipídios talvez voltassem aos níveis normais — sugere Ana Elisa.

A orientação de preparo da bebida para a pesquisa foi de infusão de cinco minutos e o consumo teve distância de cerca de uma hora das refeições e dos medicamentos.

Sobre o chá
O chá verde é antioxidante, anti-inflamatório, tem efeito protetor no risco de doenças cardiovasculares, promove perda de peso e maior gasto calórico. Mesmo com tantos benefícios, dados da literatura médica mostram que o uso crônico e exagerado da bebida ou de cápsulas com extrato da planta, como 10 xícaras ao dia por cinco anos, pode causar dano hepático.

O que é Síndrome Metabólica
A associação de diversos problemas que podem levar a doenças cardíacas, AVC e diabetes é chamada de Síndrome Metabólica. O diagnóstico é feito quando o paciente apresenta três ou mais desses fatores de risco: gordura abdominal aumentada, baixo colesterol HDL, triglicerídeos aumentados, hipertensão e aumento da glicemia.

A pesquisa
O trabalho multidisciplinar teve orientação das professoras Maria Gabriela Gottlieb (bióloga), coorientação de Carla Schwanke (geriatra) e apoio da empresa de Taquara, Amor à Vida Produtos Naturais, que forneceu os sachês de chá verde. Os resultados foram divulgados na revista PUCRS Informação.

Fonte Zero Hora

Acupuntura alivia sintomas da TPM

Os resultados também são vistos na diminuição da depressão, ansiedade, cefaleia e menopausa


Muito se fala sobre a eficiência da acupuntura no combate à cólica e às dores que vem com a Tensão Pré-Menstrual (TPM). Segundo Telma Mariotto Zakka, ginecologista, obstetra e pesquisadora do Centro Interdisciplinar de Dor do Hospital das Clínicas de São Paulo, tal método ajuda aliviar os sintomas desagradáveis, mas para ter efeito é preciso descobrir qual o tipo de dor.

— As cólicas menstruais podem ser classificadas em primárias e secundárias. A primeira começa logo depois da menstruação e não está relacionada à presença de doenças. Já a segunda costuma surgir somente após os 30 anos e relaciona-se a alguma doença pélvica ou ao uso de DIU, por exemplo — afirma.

Em geral, a acupuntura costuma ser mais efetiva nas cólicas primárias e, até mesmo, no alívio dos sintomas da TPM. Tanto que o tratamento é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que atesta sua eficácia no alívio de cólicas, irregularidade menstrual, entre outros desconfortos.

Os resultados também são vistos na diminuição da depressão, ansiedade, cefaleia e menopausa. A acupuntura se baseia na introdução de agulhas de 0,25 mm de diâmetro, em pontos específicos do corpo.

Segundo Hildebrando Sabato, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA), quando esses pontos são estimulados, áreas específicas do sistema nervoso central são ativadas, desencadeando uma série de reações neuroquímicas, que terão como resposta a produção de um variado número de substâncias, como serotonina e dopamina.

Fonte Zero Hora