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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Cuidados com a alimentação nas praias

É nas praias que encontramos barracas e carrinhos com camarão frito, porções de peixes, queijo coalho, empadinha, pastel, raspadinha, cerveja, batida, sucos, refrigerantes, sorvetes, mate gelado, geladinhos, lagosta, ostras entre outros alimentos e bebidas

Na hora da alimentação, é preciso cuidado com o que será escolhido para evitar intoxicação e outros tipos de doenças.

O biomédico Roberto Martins Figueiredo, o Dr. Bactéria, alerta para alguns problemas comuns que as pessoas enfrentam ao ingerir estes alimentos.

Bebidas em latas
Antes de abrir as latinhas de refrigerante e cerveja, lave-as com água corrente ou use canudos. Ao terminar, amasse a lata e dê um no canudo, para evitar que estes sejam reaproveitados.

Camarão
Rico em aminoácido histidina, ao ser refrigerado em condição não adequada ou estar velho, é possível originar a histamina, substância que pode levar a processos semelhantes a alergia com sudorese, aumento do calor do corpo, manchas avermelhadas e outros problemas sérios como edema de glote. Nestes casos, será preciso a aplicação de um antialérgico.

Para evitar esta situação, é importante observar como está o camarão antes de ser frito. Se houver qualquer alteração ou dúvida, não ingerir. A casca do camarão deve sair por inteiro e facilmente. Se estiver grudado na carne, é melhor não consumir.

Pastel
Em primeiro lugar, observe a higiene geral do local e se os pastéis estão em local refrigerado (veja também se a caixa térmica está limpa). Verifique a condição do óleo, observando se ele é trocado assim que há alteração no aroma e no sabor, se há formação intensa de espuma e muita fumaça.

Importante: Deixou cair o alimento na areia? Não tente limpar e nem assopre. Jogue imediatamente fora!

Raspadinha
O gelo deve ser próprio para consumo. Por isso, este doce é um pouco mais perigoso, afinal, é difícil saber a procedência do gelo e se ele realmente foi feito com água potável. A bactéria presente no gelo não morre com a alta temperatura do congelamento, por isso, provoca problemas na saúde dos consumidores.

Para evitar o problema seguem algumas sugestões:
  • Condições de higiene do carrinho.
  • Condições de higiene do manipulador.
  • Condições de higiene do gelo (inclusive se ele está apoiado sobre um pano e qual a condição dele).
  • Condições dos xaropes.
  • Perguntar qual a procedência do gelo.
  • O leite condensado não pode estar diretamente na lata, tem que estar num recipiente plástico tipo bisnaga, limpo.
  • Observar também se não existe contato da mão do manipulador que empurrou o carrinho, pegou dinheiro, pegou vários objetos, com o produto que você está comprando. Pode não parecer, mas se você não observar todos estes itens o risco é muito grande.
Sanduíches naturais
Os alimentos que formam este lanche são todos perecíveis, por isso, é preciso prestar atenção em alguns detalhes antes de comprar:
  • Condições de higiene do vendedor.
  • Condições de higiene da caixa térmica utilizada para transporte.
  • Impossibilidade do contato manual direto do manipulador com os produtos que ele está vendendo.
  • Embalagem dos sanduíches.
  • Pergunte se a maionese é caseira ou industrial.
  • As feitas em casa apresentam ovo em sua composição, o que pode fazer muito mal à saúde.
  • Rotulagem (nome do produto, ingredientes usados, data de fabricação e validade) e o mais importante, temperatura do produto, tem que estar frio, não tem acordo, se não estiver em uma temperatura baixa, não compre, caso contrário, pode pegar uma doença como diarreia e vômito.

Conjuntivite durante o verão

Vermelhidão, ardência e coceira intensa nos olhos podem ser sinais de conjuntivite

A doença, que se caracteriza por uma inflamação da conjuntiva, membrana que recobre o globo ocular, pode ser causada por bactérias, vírus e fungos. O aumento das temperaturas e umidade do ar característicos do verão favorecem a disseminação da sua forma viral, principalmente em locais fechados e/ou com grandes aglomerações.

“Durante o verão, os cuidados com a prevenção da conjuntivite devem ser dobrados. Em casos confirmados de contaminação pela forma viral, a pessoa deve ser afastada do trabalho e atividades grupais para evitar o contágio”, afirma Dr. Alberto Chebabo, médico infectologista que integra o corpo clínico do Alta Excelência Diagnóstica.

Para prevenir o contágio da conjuntivite por bactérias, é importante tomar cuidado com o contato das mãos com os olhos, sempre se atentando a higiene. Já as conjuntivites virais são transmitidas tanto pelo contato pelas mãos, como também por transmissão aérea. “Quando for inevitável ficar em multidões e aglomerações de pessoas, tente ficar perto de entradas de ar. Também evite passar as mãos no rosto e nos olhos antes de lavá-las”, reforça Dr. Chebabo.

Segundo o médico, a conjuntivite também pode se apresentar na forma alérgica, desencadeada pelo contato da conjuntiva com substâncias alérgenas, que acabam levando a sua inflamação. A melhor forma de prevenção dessa forma é evitar contato com poeira, livros e roupas guardadas por muito tempo, que podem conter grande quantidade de microrganismos como fungos e ácaros. “Se for necessário manusear estes objetos, é importante fazer em ambiente aberto e arejado”, reforça o infectologista.

Sintomas
Os principais sintomas da conjuntivite são vermelhidão do olho e ardência, com sensação de “olho arranhado”, além de inchaço na pálpebra. No caso das conjuntivites alérgicas é também comum a coceira no olho. Nas conjuntivites infecciosas, o indivíduo apresenta secreção purulenta no olho, enquanto que na conjuntivite alérgica a secreção é clara e pode ou não estar presente.

Tratamento
Os colírios são os principais medicamentos para tratamento das conjuntivites. Os colírios lubrificantes podem ser utilizados para lavar a conjuntiva. Porém, frequentemente é necessária a utilização de colírios que contenham substâncias antialérgicas ou antibióticos nas conjuntivites infecciosas.

É importante a consulta com oftalmologista para que o diagnóstico do agente causador seja feito corretamente, com a prescrição do colírio adequado para o tratamento do problema. Vale lembrar também que nem sempre o olho vermelho significa conjuntivite. Algumas outras doenças também apresentam os mesmos sintomas, por isso é tão importante procurar um especialista.

Foto: Reprodução

Distúrbios do sono podem causar situações desconfortáveis, perigosas e até assustadoras

Distúrbios do sono podem causar situações desconfortáveis, perigosas e até assustadoras Gonza Rodrigues/Arte ZHDe acordo com a OMS, cerca de 40% da população sofre com algum distúrbio do sono. Conheça os mais comuns (e mais estranhos)

Passamos um terço da vida dormindo. O que parece uma perda de tempo para muita gente é uma atividade essencial para a saúde. Durante o sono, o organismo volta à condição na qual iniciou o dia, com um repouso que inclui relaxamento muscular e redução da pressão arterial, dos batimentos cardíacos e da produção de urina. É também o momento de consolidação da memória e de termorregulação, o controle da temperatura corporal. Além disso, diversos hormônios são fortemente influenciados pelo sono, como a insulina, que controla a glicose no sangue, a leptina, responsável pela saciedade, a grelina, que estimula o apetite, e a somatotrofina, que age no crescimento.

Fábio Maraschin, pneumologista especializado em medicina do sono, afirma que dormir de forma adequada é um dos três pilares fundamentais para se ter uma vida saudável — os outros são exercício físico regular e boa alimentação. Para ele, dormir bem significa ter ritmo (sono regulado, com um horário para dormir e outro para acordar), quantidade (varia de pessoa para pessoa) e qualidade, ou seja, um sono reparador, sem interrupção, que impede a sonolência ao longo do dia.

— A privação do sono é um problema sério. Nós vivemos em um mundo maluco, corrido, falta hora para dormir. E as pessoas acham que não é importante — considera o médico. Uma pesquisa divulgada em 2009 pela Associação Brasileira do Sono mostrou que 43% dos brasileiros não tinham um sono restaurador e apresentavam sinais de cansaço no decorrer no dia.

Não se sentir descansado mesmo após uma noite aparentemente normal pode ser um indicativo de distúrbio, o que, além de diminuir o bem-estar e a produtividade na rotina, pode levar a quadros mais graves, como doenças cardiovasculares e depressão.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 40% da população apresenta algum tipo de distúrbio do sono. Insônia, terror noturno, apneia e sonambulismo são alguns deles. Conheça os tipos mais comuns e também os mais assustadores.

Paralisia do sono
"Deitando para dormir, eu me sentia estranhamente exausta. Meus olhos se fechavam, minha boca se fechava. Tudo desligava, menos minha atenção, minha consciência."

"Eu tinha zero controle do meu corpo. Não importava o quanto eu tentasse, não conseguia mover meus braços, minhas pernas."

"Você está acordado, completamente paralisado, sem conseguir se mexer."

"Eu comecei a ouvir vozes, gritos e choros."

Os relatos acima poderiam pertencer à trama fictícia de um filme de terror. Os depoimentos são verídicos, parte do documentário O Pesadelo, lançado neste ano. Dirigida por Rodney Ascher, a obra trata da paralisia do sono, um distúrbio relativamente comum, caracterizado pela total falta de mobilidade do corpo por um momento, normalmente ao acordar (mais raramente, antes do adormecer), por mais que a pessoa esteja consciente. Em alguns casos, o fenômeno pode ser acompanhado de alucinações, motivo suficiente para tornar a realidade assustadora — e o documentário, composto também por encenações das experiências dos entrevistados, aterrorizante.


O sono é formado por dois estágios: o REM (sigla do inglês, que significa movimentos rápidos dos olhos), caracterizado por uma atividade cerebral mais rápida e de baixa amplitude, e o não-REM, mais lento, que, por sua vez, é subdividido em três fases, de acordo com a profundidade. No REM, ocorrem os sonhos mais vívidos e o relaxamento muscular é máximo. Ambos vão se alternando ciclicamente ao longo da noite. Enquanto dormimos, o corpo é condicionado a não responder aos incentivos do sonho. Na paralisia do sono, o cérebro acorda de um estado REM, mas o corpo segue paralisado.

— O cérebro entende que você ainda está dormindo. A mente acorda, e o corpo, não. Algumas pessoas não conseguem nem abrir a pálpebra — explica Fábio Maraschin, pneumologista especializado em medicina do sono.

Não se sabe exatamente o que leva às alucinações, mas uma das hipóteses é que elas sejam fruto de um estado de pânico iminente, e o cérebro está hiperalerta. Conforme Luciana Palombini, médica especialista na área e membro da Associação Brasileira do Sono (ABS), a paralisia do sono pode acontecer com pessoas saudáveis:

— Ela está bastante relacionada ao estresse, à falta e à irregularidade do sono. Há estudos que dizem que é genético.

O fenômeno também é um dos sintomas da narcolepsia, doença em que a pessoa adormece em momentos inesperados, causada pelo déficit de um neurotransmissor estimulantes (a hipocretina) no cérebro

 — Pacientes com narcolepsia têm intrusão do sono REM quando estão acordados. Há perda de força muscular (a pessoa pode adormecer e cair), paralisia do sono e sonolência diurna efetiva — define Fábio.

Luciana afirma que existe medicação para conter o distúrbio da paralisia do sono, mas, como os efeitos colaterais são significativos, somente em casos de narcolepsia os remédios costumam ser indicados.

Para quem sofre somente do primeiro mal, a médica sugere relaxar e tentar movimentar os olhos de um lado para o outro. Ter uma boa higiene do sono, ou seja, tudo aquilo que envolve a preparação para dormir, também ajuda

Respiratórios
A apneia e o ronco são distúrbios de origem respiratória e também os mais comuns entre toda a população. A apneia obstrutiva do sono é caracterizada por pausas na respiração associadas a repetidas quedas na quantidade de oxigênio nas artérias durante o sono.

A parada (apneia) ou a redução (hipopneia) do fluxo de ar pelas vias aéreas dura pelo menos 10 segundos. Segundo Fábio Maraschin, cada vez que ocorre uma apneia, o cérebro estimula a pessoa a acordar e voltar a respirar:

— Ela pode não ter consciência, mas tem vários microdespertares e o sono fica fragmentado. Além disso, como entra menos oxigênio no organismo, o distúrbio aumenta o risco de doenças cardiovasculares.

De 90% a 95% dos casos de apneia, de acordo com a Associação Brasileira do Sono, são acompanhados por ronco, problema causado pelo estreitamento ou mesmo obstrução das vias respiratórias. Sozinho, o problema pode não ser prejudicial, mas serve de alerta para a apneia.

Luciana Palombini afirma que a apneia ocorre em todas as idades e todos os gêneros, mas é mais recorrente em homens de meia-idade com excesso de peso. As crianças apresentam respiração ruidosa, têm sono agitado e normalmente transpiram muito ao dormir. — Nelas, o distúrbio pode causar déficit de atenção — diz.

Sono primeiro, depois cirurgia
O bancário Luciano Trindade, 39 anos, morador de Cachoeirinha, é diagnosticado com obesidade mórbida. Estava em busca daquela que seria a última autorização para fazer a cirurgia de redução de estômago, em outubro do ano passado, quando a esposa comentou ao médico que o marido roncava muito. Por precaução, foi solicitado a polissonografia, exame que monitora o sono, e Luciano foi diagnosticado com apnéia severa — acima de 30 ocorrências em uma hora.

— Durante o dia, quando eu precisava ficar atento, ficava, mas se era uma atividade mais parada, como uma reunião, eu dormia mesmo. Ou então se estava pegando carona, o sono vinha muito rápido — contou.

A redução de estômago foi adiada. Fabio Maraschin justifica que o ideal, para se fazer qualquer procedimento cirúrgico, é que o paciente esteja o mais saudável possível. No caso de Luciano, o risco seria maior porque as células e o organismo como um todo estariam menos oxigenados.

— Além disso, depois dessa cirurgia, o paciente tem que estar disposto a seguir um plano de alimentação e exercício. Se ele não dorme direito, pode ficar sem disposição para isso — concluiu.

Foi recomendado que Luciano usasse o aparelho Cpap (aparelho de pressão positiva), uma máscara que auxilia na respiração, por quatro meses, mas ele acabou usando durante um ano.

— Demorei para marcar a cirurgia e segui usando. A qualidade do sono, tanto minha quanto da minha mulher, melhorou muito — opinou Luciano.

Terror noturno
Mais comum entre as crianças, o terror noturno é uma parassonia — distúrbios de movimentos anormais durante o sono — em que o indivíduo grita, como se estivesse sendo atacado. Depois, ele acorda desesperado. Os episódios costumam ter duração de um a três minutos.

O problema não é sinônimo de pesadelo, situação na qual a pessoa acorda ao se assustar e sentir medo. No terror noturno, os gritos e a agitação ocorrem quando se está dormindo. Além disso, os pesadelos ocorrem no sono REM e o terror noturno, no não-REM

Sexomnia
A sexomnia também é um tipo de parassonia. A pessoa que sofre desse distúrbio tem comportamentos sexuais enquanto dorme. Ela não percebe que está fazendo tais atividades (normalmente, masturbação) e, quando acorda, não lembra do ocorrido. Rara, a síndrome passou a ser classificada como um distúrbio do sono recentemente.

— É um sonambulismo com comportamento sexual. O tratamento pode ser comportamental ou com medicação — explica Luciana.

Esse distúrbio ocorre durante o estado de sono não-REM

Sonambulismo
Também classificado como parassonia com manifestação no estado não-REM, o transtorno se caracteriza pela realização de atividades motoras sem que o indivíduo tenha total consciência do que faz. Parte de suas funções cerebrais continua adormecida, e ele fica em um estado de transição entre o sono e a vigília.

Normalmente, os episódios ocorrem uma ou duas horas depois que a pessoa adormeceu, duram de poucos segundos a meia hora e terminam quando ela acorda ou volta para cama para continuar dormindo. Na manhã seguinte, a pessoa não lembra ou recorda muito pouco do que aconteceu

Transtorno alimentar noturno
Outra parassonia, o transtorno alimentar noturno envolve ingestão calórica durante o sono, ou seja, a pessoa se levanta para comer. Nesse distúrbio, a pessoa também não tem plena consciência do que está fazendo e pode não lembrar do episódio no dia seguinte.

Luciana salienta que é importante realizar uma polissonografia (exame do sono), pois, em alguns casos, o paciente pode apresentar outras síndromes. O tratamento inclui medicação e mudanças comportamentais.

Síndrome das pernas inquietas
Entre os distúrbios do sono mais comuns também está a síndrome das pernas inquietas — segundo a Associação Brasileira da Síndrome das Pernas Inquietas, estima-se que o problema acometa 5% da população geral e 15% da mundial adulta.

Nela, o indivíduo queixa-se de um desconforto nas pernas quando vai repousar, o que leva a uma necessidade compulsiva de mexê-las. Movimentos involuntários nos membros inferiores durante o sono e a vigília também ocorrem em aproximadamente 80% dos casos.

O distúrbio pode ter diferentes causas. Uma delas é genética, quando o problema é chamado de primário ou familiar. Anemia e baixos níveis de ferro no sangue já foram associados a esses sintomas, assim como outras doenças crônicas (problemas neurológicos e renais) e transtornos de hiperatividade e déficit de atenção. Algumas mulheres desenvolvem a síndrome das pernas inquietas durante a gravidez.

Insônia
Outro problema frequente é a insônia, caracterizada pela incapacidade de iniciar ou manter o sono. Geralmente causada por hábitos inadequados, ela pode estar relacionada a distúrbios do humor, como ansiedade e depressão — segundo Fábio Maraschin, é difícil identificar qual dos dois vem primeiro.

Se os sintomas ocorrerem pelo menos três vezes por semana e por mais de três meses, a pessoa tem um quadro crônico. De acordo com Luciana, a insônia é mais comum entre as mulheres:

— Essa incidência está relacionada a questões hormonais e também comportamentais. O público feminino tem tendência de culminar pensamentos durante a noite.

A especialista afirma que a insônia é o terceiro maior motivo de procura por ajuda médica quando o assunto é sono. Para o tratamento, normalmente é necessária uma mudança na rotina, como reduzir estímulos ao cérebro durante a noite, diminuir a luminosidade, não trabalhar em horários próximos ao de dormir e evitar cafeína.

Foto: Gonza Rodrigues / Arte ZH

Zero Hora

Hipertensão é a maior causa de partos prematuros não espontâneos

Sofia com a mãe, Maria Julia, no hospital (Foto: Nauro Junior)Pesquisa orientada pelo Caism da Unicamp envolveu 20 hospitais no Brasil. Mães contam experiência em partos prematuros e seus bebês em Campinas

A hipertensão nas gestantes é a causa de mais de 90% dos partos prematuros não espontâneos no Brasil, ou seja, aqueles que precisaram ser programados após indicação médica. A constatação foi feita por um estudo comandado pelo Hospital da Mulher (Caism) da Unicamp em Campinas (SP), que envolveu outros 19 hospitais de referência no país.

O G1 conversou com mães que passaram pela experiência de ter bebês nascidos desta forma e contaram como superaram os problemas.

"A gente sabia que a hipertensão teria um papel central como motivadora, mas a expressividade como ela apareceu foi uma supresa. Estar presente em mais de 90% das indicações foi uma grande surpresa. Está entre as principais causas de mortalidade materna no Brasil. A outra causa é a hemorragia no parto", afirma o obstetra e pesquisador da Unicamp Renato Teixeira de Souza.

O estudo com foco nos partos terapêuticos, como também são chamados, foi concluído após quatro anos desde o início da pesquisa. Esses partos são intervenções muitas vezes salvadoras, tanto para a mãe como para o bebê. O Caism idealizou e organizou os trabalhos, que receberam o nome de Emip – Estudo Multicêntrico de Investigação em Prematuridade.

Entre abril de 2011 e julho de 2012, todos os partos nas 20 maternidades selecionadas no país, maioria públicas e especializadas em gestação de alto risco, foram avaliados pelos pesquisadores; ao todo foram 33.740 ocorrências.

Destes, 4.150 partos foram prematuros, sendo 1.468 terapêuticos. O número significa 35,4% de nascimentos de bebês por indicações médicas. O Brasil está, portanto, no meio termo entre países desenvolvidos - com 50% de partos terapêuticos, o que indica evolução nas técnicas de salvamento - e os menos desenvolvidos - que possuem taxa de 10% a 20% de partos indicados e menor assistência adequada -, segundo o pesquisador.

"Foi a primeira vez que esse estudo, com essa proporção, foi realizado no Brasil. É um estudo fundamental para que os próximos passos sejam dados. Todas as políticas públicas podem ser discutidas a partir desse estudo. Como, onde atuar e de que forma", diz o pesquisador, que concluiu o mestrado com esse trabalho e faz doutorado na Unicamp também explorando o tema.

Para o orientador de Souza na pesquisa, o obstetra e ginecologista do Caism Guilherme Cecatti, é preciso ter assistência adequada para que os bebês possam se desenvolver por mais tempo durante a gestação.

"Não descarto que uma parcela não desprezível desses partos terapêuticos possam ter acontecido sem que uma necessidade absoluta possa ter se caracterizado", afirma o orientador.

Hábitos e sequelas
A pesquisa foi feita com um formulário com mais de 300 tópicos de informação sobre o contexto do acontecimento do parto prematuro. O resultado do estudo chama a atenção dos pesquisadores para os hábitos das mulheres que engravidam e as sequelas nos bebês.

"Os números são expressivos e alarmantes. As mulheres estão engravidando com mais problemas de saúde, mais obesidade, pressão alta, diabetes, idade avançada e todas as características aumentam as complicações durante a gravidez. E, aumentando, a gente vai observar fatalmente uma maior quantidade de partos prematuros terapêuticos", explica Souza.

No entanto, essa condição de nascimento do bebê tende a ter mais complicações e a interrupção da gestação traz consequências diferentes para crianças nascidas por indicação e para as nascidas espontaneamente, por rompimento da bolsa, por exemplo. Mesmo que, nos dois casos, eles tenham a mesma idade gestacional.

"Os prematuros terapêuticos complicam mais e morrem mais do que os bebês prematuros espontâneos. O fato da mãe ter complicações não agrava só o quadro dela, mas também dos recém nascidos. O bebê terapêutico tem um desfecho mais complicado", conta o pesquisador.

Os recém-nascidos prematuros ficam mais suscetíveis a complicações respiratórias, neurológicas, intestinais e infeccionas, além do risco de mortalidade ser maior. Uma forma de ajudar na prevenção é melhorar as condições em que a gestante engravida. Há, por exemplo, um melhor momento para a mulher que é hipertensa ou tem diabetes engravidar, e os obstetras são essenciais nesse planejamento, segundo Souza.

Mãe hipertensa quase perdeu bebê
A pressão alta, ou pré-eclâmpsia - que teve destaque na pesquisa conduzida pela Unicamp - foi decisiva na gestação da assistente administrativa de Indaiatuba (SP) Jamile Fernanda Tomasetto Soster, de 30 anos. O filho Lorenzo nasceu de 29 semanas, aos 6 meses de gestação, com 935 gramas.

Jamile teve o bebê no Caism, onde havia estrutura para uma criança tão prematura. Mas quase perdeu o filho antes para a hipertensão. A pressão, que começou a subir no quarto mês de gravidez, chegou a 22 por 18, e não baixava com remédios. No primeiro local que recebeu atendimento, em Indaiatuba, o médico queria fazer a cesárea, e o bebê morreria. Jamile entrou em desespero.

"Eu só chorava porque não queria que nascesse. Eles não falavam o que estava acontecendo, o que poderia acontecer. O médico só disse que eu estava com uma doença grave, mas não falou o que era", lembra.

Ela acabou sendo transferida para outro hospital ainda em Indaiatuba, onde a pressão foi estabilizada e o parto pode ser adiado. Mas, as complicações continuaram e Jamile foi diagnosticada com síndrome de Hellp - quando a mãe tem anemia, baixa de plaquetas e aumento das enzimas do fígado, quadro que pode causar a morte dela.

Jamile conseguiu vaga no Caism, onde a situação pode ser controlada pelo máximo de tempo possível, sem prejudicar a mãe e o bebê. Ela chegou a ir para casa, mas dias depois as contrações começaram e o parto foi feito. Lorenzo nasceu muito bem para a pouca idade.

"Eu não o vi, ele nasceu dormindo. (...) Ouvi as enfermeiras falando dele e elas disseram que era um nenê bravo, fica chutando, nasceu com apgar 9 e 10 [nota para a condição física do bebê]. Não tem nem tamanho pra nascer com essa nota", lembra emocionada.

Lorenzo foi para a UTI neonatal e colocado no oxigênio, mas nem precisava. Ele mesmo tirou o aparelho e o monitoramento mostrou que ele respirava bem.

"Foi essencial, fundamental o tempo. Acho que eu teria morrido se tivesse ficado no outro hospital. Tudo aconteceu na hora que tinha que acontecer. A gente passa a acreditar em milagre, a dar valor a cada minuto. Cada ml que aumentava no leite era sinal de evolução", relata.

O bebê já tinha força para mamar no peito quando completou 1,235 kg e teve alta com 1,740 kg, após 46 dias de internação. Atualmente ele está com 9 meses e com saúde de sobra. "Com 7 meses já nasceram os dentinhos e ele já ficava em pé", lembra a mãe.

Má formação e perda
Uma má formação no coração acelerou o parto da Sofia, filha que a nutricionista de Valinhos (SP) Maria Júlia Miele teve há 14 anos. Com 36 semanas e cinco dias de gestação, e a decisão de que a menina precisava nascer na tentativa de preservar a vida, Sofia nasceu.

"Fui para o hospital com contrações e a equipe que examinou achou que o bebê estava demonstrando alteração cardíaca. Acharam que era melhor nascer pra 'resolver'. A gente fica pensando às vezes quando tá grávida 'tudo bem nascer com 37 ou 38', mas o normal é depois das 39 semanas. Faz muita diferença. Um dia dentro do ventre faz uma diferença de cinco dias fora do útero. O que ele pode ganhar de peso, imunidade, formação pulmonar e cardíaca é muito diferente dentro e fora do útero", lembra.

Sofia chegou a passar por uma cirurgia cardíaca com 10 dias de vida, e depois por outra aos 5 meses de idade. Segundo a mãe, se na primeira ela estivesse mais forte, a segunda operação poderia esperar para fazer com 2 anos de idade. A bebê precisou ficar internada na Unidade de Tratamento Intensivo e, em 16 meses, ela só pode ficar em casa por três meses.

"A imunidade dela era menor, teve uma série de infecções, não tinha o sistema imune pra superar, o pulmão não estava tão maduro para receber ventilação por uma máquina. Foram várias consequências de respiração", conta Maria Júlia.

Sofia não resistiu a tantos procedimentos e faleceu com 1 ano e 4 meses. Ainda quando a filha estava viva, Maria Julia se engajou em estudos e pesquisas que pudessem esclarecer dúvidas e ajudar a lidar com o momento de perder um filho desta forma. O sofrimento não é só da mãe e do bebê, mas de toda uma família.

"O casal continua? A mulher consegue voltar ao mercado de trabalho? A criança conseguirá ser educada [se sobreviver]? E os filhos terão traumas? É uma cascata violenta em volta e tudo por causa de um bebê prematuro demais", alerta.

Um diário que Maria Júlia escrevia durante o tratamento da filha onde ela contava os detalhes dessa experiência se transformou no livro "Mãe de UTI - Amor Incondicional", e ela perseguiu o caminho de orientar mais mães sobre a necessidade de um bom pré-natal através da criação da ONG "Instituto Abrace".

Foto: Nauro Junior

G1

Confira dicas para evitar a queimadura de limão no verão

Com a chegada do verão, o que muitos desejam é deitar ao sol, na beira da piscina ou do mar, saboreando uma caipirinha ou uma limonada refrescante. Entretanto, é preciso ter cuidado para não sofrer a queimadura de limão

Quando a pele atingida pela fruta entra em contato com os raios ultravioleta, ocorre uma reação alérgica que provoca manchas.

Veja a seguir como prevenir-se e quais os tratamentos dermatológicos indicados.

O que causa a queimadura de limão?
Além de ser uma fruta extremamente cítrica, o limão, assim como a laranja e a tangerina, é rico na substância fotossensibilizante – sensível à luz – chamada furocumarina. Apenas por manusear a casca ou espremer levemente o limão, sua pele absorve o composto rapidamente. Ao entrar em exposição solar, ocorre uma reação fotoquímica, semelhante a uma queimadura.

Para evitar o acidente, você deve lembrar de higienizar as áreas que entraram em contato com o limão. Use sabão líquido e água, esfregando a região antes de voltar ao sol.

Procure uma área coberta para preparar bebidas ou temperar alimentos com a fruta. Se achar necessário, utilize luvas. Tome cuidado mesmo que o tempo esteja nublado, pois os raios ultravioleta estão presentes na atmosfera desde a manhã até o final da tarde.

Saiba quais os riscos da queimadura de limão, o que fazer em caso de acidente e quais os tratamentos necessários.

Riscos e procedimentos em caso de queimadura
Em geral, as pessoas sofrem queimaduras nas mãos, braços e no rosto, principalmente ao redor dos lábios.

A intensidade do acidente depende da quantidade do suco ou restos de limão em contato com a pele, assim como o tempo de exposição aos raios solares e também da sensibilidade de cada pessoa.

Na maioria dos casos, a pele fica avermelhada e sensível. Depois escurece, criando pequenas manchas. Entretanto, quando a queimadura é grave, a área atingida fica inchada, dolorida, bastante vermelha e até mesmo com bolhas. As manchas causadas pela queimadura de limão podem causar ardência também.

Para casos leves de queimação, aposte nas compressas com água filtrada gelada durante o quadro de ardência. É possível aplicar cremes calmantes, como os produzidos à base de cortisona, mas que devem ser indicados por um médico.

As manchas podem desaparecer naturalmente, mas se você deseja recuperar a pele rapidamente a opção são os cremes despigmentantes, que também devem ser indicados por um profissional.

Se você sente dor intensa na região e apresenta bolhas, procure imediatamente ajuda médica. Mais uma vez, os cremes à base de cortisona combinados com o uso de comprimidos anti-inflamatórios serão indicados para diminuir a inflamação e a dor.

Com o tratamento adequado, você previne uma possível infecção e diminui a chance de ficar com marcas definitivas. Além disso, é preciso cuidar a exposição ao sol pelo resto do verão.

Para não agravar a situação, utilize sempre o filtro solar, prefira locais que ofereçam sombra e ambiente ventilado e use tecidos leves, como o algodão, para não irritar a pele em recuperação.

Doutíssima