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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Oportunidade: Bolsa de estudos na área de cuidados paliativos

Em continuidade às iniciativas educacionais de apoio e capacitação de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), o Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP/HSL) está oferecendo duas bolsas de estudos com descontos de 80% para os cursos de Pós-graduação em Cuidados Paliativos.

A primeira é voltada para médicos que querem fazer a modalidade de Especialização. A segunda para a área de Aperfeiçoamento que poderá ser preenchida por profissionais de outras categorias, como enfermeiro, psicólogo ou assistente social.

O requisito indispensável é que os candidatos já trabalhem em uma instituição que atenda majoritariamente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Cuidado Paliativo é uma das áreas que mais crescem atualmente no setor da saúde. Seu principal atrativo é que os profissionais aprendem que o foco não é a doença a ser curada ou controlada, mas o paciente como um todo. Tanto o curso de Aperfeiçoamento como o de Especialização dá ênfase ao aprofundamento do conhecimento teórico-científico e ao desenvolvimento de competências e habilidades práticas, integrando o cuidado paliativo ao da busca pela cura ou pelo controle das doenças.

"Trata-se de uma forma de contribuir ainda mais no que se refere à disseminação do conhecimento para uma área de necessita de profissionais com uma visão estratégica, integrada, multidimensional e humana, como a abordagem e formas de tratar e cuidar dos sintomas de sofrimento físico, psíquico, social e espiritual; atendimento à família, estratégias de comunicação e intermediação de conflitos e habilidade para trabalhar em equipe", explica o Prof. Dr. Daniel Neves Forte, que atua na coordenação dos cursos

Serviço
Evento: Pós-graduação
Inscrições: Até 27/01/2016
Local: Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa
Endereço: Rua Professor Daher Cutait, 69 – São Paulo-SP
Informações: https://iep.hospitalsiriolibanes.org.br/web/iep/home

Blog da Saúde

Fiocruz prevê 16 mil casos de microcefalia em 2016

Até meados do ano passado, a doença era considerada rara no Brasil e no mundo. O número de casos no país explodiu a partir de agosto, meses depois de uma epidemia de zika no Nordeste

O número de casos de microcefalia no Brasil aumentou 10% em uma semana e alcançou a marca de 3.893 notificações. Os registros ocorreram em 764 municípios, em 20 Estados e no Distrito Federal. Embora o ritmo de crescimento tenha apresentado leve queda, o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, afirma ser cedo para fazer qualquer previsão. O vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, alerta que os números ainda deverão crescer. "Chegaremos a 16 mil casos neste ano", estima.

Para Stebeli, a epidemia de zika é um dos mais graves problemas de saúde pública já enfrentados pelo Brasil. "A evolução epidemiológica de problemas relacionados à infecção é muito mais rápida do que em outras doenças, como HIV e tuberculose", diz. "Estamos assistindo à chegada de uma geração de bebês que necessitam de cuidados intensos para sua melhor qualidade de vida", afirma. "Será necessária assistência para essas crianças, fora o impacto para a família", explica.

A microcefalia era, até meados do ano passado, uma doença considerada rara no Brasil e no mundo. O número de casos no País explodiu a partir de agosto, meses depois de uma epidemia de zika no Nordeste. Exames feitos em bebês e fetos com a má-formação reforçaram a tese de pesquisadores de que o aumento de casos é causado pela transmissão vertical - da mãe para o bebê, na gestação.

A amostra mais recente ocorreu em Minas, com um bebê que nasceu com microcefalia. Análises feitas da medula espinal identificaram a presença do zika vírus. O boletim divulgado ontem relatou ainda 49 mortes por má-formação congênita. Desse total, em cinco se confirmou relação com zika.

"O cenário é muito dinâmico. Ele ainda vai mudar bastante", avalia Maierovitch. Ele lembra que o vírus, transmitido pelo mesmo vetor da dengue, já está presente em vários países. "A tendência é de que ocorram novos casos no Hemisfério Norte e em países onde há infestação do mosquito."

Sudeste e carnaval
Uma das preocupações das autoridades sanitárias brasileiras é a Região Sudeste, onde o vírus começou a circular há pouco tempo e, por isso, a grande maioria da população é suscetível. "O Nordeste já enfrentou uma epidemia no verão passado. Não temos os números, mas há uma estimativa de que parte da população esteja imunizada. O mesmo não acontece no Sudeste", diz Maierovitch. Para ele, é preciso continuar o trabalho de redução na infestação do mosquito. "Para não deixarmos a curva de casos subir."

O diretor reconhece que o carnaval representa mais um fator de risco para o número de casos aumentar. Não por causa da circulação de pessoas, pois o vírus já está presente em quase todos os Estados do País, mas pela tendência, nesse período, de as pessoas adotarem atitudes de maior risco. "O contato interpessoal é maior e as pessoas ficam mais expostas ao mosquito, porque saem para as ruas. Daí a necessidade de insistir para medidas de proteção como uso de repelentes."

Maierovitch também não escondeu preocupação com a situação de São Paulo que, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, já apresenta um grande número de cidades com epidemia de dengue. "É um indicador da vulnerabilidade dos municípios para zika", observa.

Teste 3 em 1
O Ministério da Saúde anunciou no sábado a compra de um produto que está em fase de testes e cuja produção ainda não está certa. No fim de semana, o ministro Marcelo Castro participou de uma cerimônia em que prometia a compra de 500 mil testes "três em um", para diagnóstico simultâneo de dengue, chikungunya e zika.

Na ocasião, foi afirmado que os kits começariam a ser entregues em fevereiro. "Ele é promissor, mas é um projeto a médio prazo, para alguns meses", diz o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.

O teste tem como ponto de partida um kit desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz. "O produto vai existir, mas algumas etapas ainda são necessárias", completa. A Fiocruz ainda não apresentou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro do novo método de diagnóstico, por exemplo.

O vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, afirma que documentos estão sendo reunidos e que essa etapa vai ser cumprida, mas não é essencial para que o novo kit passe a ser usado. "Atualmente, os laboratórios de referência fazem testes chamados 'in house', uma espécie de teste caseiro que também não passa por certificação da Anvisa", observa.

Foto: Reprodução

Agência Estado

Fobia de dentista atinge 10% da população e pode ser superada com psicoterapia

A terapia cognitivo-comportamental desobriga o uso de sedação durante o atendimento de pacientes com odontofobia. O benefício foi constatado após cinco sessões de apoio psicológico em 79% dos participantes de uma pesquisa britânica

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar muitas pessoas com fobia a superar o medo de visitar o dentista, permitindo que recebam o tratamento odontológico adequado sem necessidade de sedação. Esse tipo de ansiedade é comum e torna-se um problema sério quando impacta fortemente o bem-estar do indivíduo. Pessoas fóbicas evitam cuidar dos dentes com o especialista e, por isso, acabam com uma saúde bucal mais pobre, o que traz impactos importantes para a saúde em geral. Estimativas recentes da Pesquisa de Saúde Odontológica em Adultos conduzida no Reino Unido sugerem que uma em cada 10 pessoas tenha fobia de ir ao dentista.

A psicoterapia dura, tipicamente, entre seis e 10 semanas, e tem ajudado os pacientes a superar uma série de problemas psicológicos, mais notavelmente depressão e distúrbios associados à ansiedade. Tanto as intervenções comportamentais quanto as cognitivas obtêm sucesso na redução da fobia de ir ao dentista, aumentando as visitas ao consultório odontológico, de acordo com alguns estudos.

Agora, uma pesquisa publicada no British Dental Journal investigou as características de 130 pacientes — 99 mulheres e 31 homens — que frequentaram o serviço psicológico do Instituto de Saúde Bucal do King’s College London. Essas pessoas foram investigadas quanto aos níveis de ansiedade associada ao tratamento dos dentes, ansiedade geral, depressão, pensamentos suicidas, uso de álcool e outras medidas de saúde relacionadas à qualidade de vida.

Três quartos delas pontuaram 19 ou mais na Escala de Ansiedade Dental Modificada (MDAS), um índice que mede o medo de dentista. Esse escore indica a fobia, disseram os pesquisadores. Medo da anestesia e da broca foram os mais citados. Quase todos os pacientes, 94%, reportaram problemas com dentes, boca ou gengiva no dia a dia, impactando na qualidade de vida.

Outras complicações
Uma boa proporção dos pacientes que participaram do estudo tinham outras condições psicológicas: 37% apresentavam níveis altos de ansiedade geral e 12%, níveis significativos de depressão. Pensamentos suicidas foram reportados por 12% e 3% afirmaram que, recentemente, haviam considerado a possibilidade de atentar contra a própria vida. Os indivíduos que citaram suicídio foram imediatamente alocados em programas de prevenção da faculdade.

Os participantes do estudo passaram por um programa de 10 semanas de TCC. Na metade do tratamento, já houve ganhos significativos, disseram os pesquisadores. Após cinco sessões, 79% conseguiram ir ao dentista sem precisar de sedação. Tim Newton, do Instituto Dental do King’s College London e principal autor do estudo, explica que as pessoas com fobia de ir ao dentista geralmente precisam ser sedadas para ficarem relaxadas, de forma que o profissional possa fazer o tratamento odontológico.

“Contudo, essa é uma solução temporária, que não as ajuda a superar o medo a longo prazo. O principal objetivo do nosso serviço de TCC é permitir que as pessoas recebam o tratamento bucal sem necessidade de serem sedadas. Fazemos isso trabalhando individualmente com elas. Nós definimos os objetivos de acordo com as prioridades de cada uma”, detalha.

O especialista, contudo, alerta que os psicólogos precisam fazer uma avaliação rigorosa dos pacientes com fobia de ir ao dentista. Isso porque alguns deles também passam por outras dificuldades, precisando de um tratamento mais específico ou de longo prazo. É o caso, por exemplo, daqueles que relataram pensamentos e/ou intenções suicidas. “Outra questão importante que precisamos salientar é que, embora a TCC tenha reduzido a necessidade de sedação em pessoas com fobia, é possível que elas precisem ser sedadas eventualmente, quando, por exemplo, tiverem de fazer um atendimento emergencial ou um procedimento muito invasivo”, destaca Newton.

Foto: Reprodução

Saúde Plena

Gigantes farmacêuticos pedem em Davos luta contra superbactérias

Eficácia dos antibióticos está diminuindo, fato que preocupa a comunidade científica

Mais de 802 grandes grupos farmacêuticos e médicos pediram nesta quinta-feira (21/01) em Davos que se coordenem os esforços para lutar contra a resistência a antibióticos das superbactérias, um tema de crescente preocupação no mundo, e pediram a mobilização de fundos públicos.

A declaração, emitida durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, foi assinada pelas grandes empresas do setor como a francesa Sanofi, as suíças Novartis e Roche ou as norte-americanas Pfizer e Merck.

A eficácia dos antibióticos está diminuindo, o que preocupa cada vez mais a comunidade científica.

Os pesquisadores chineses anunciaram por exemplo que haviam descoberto um gene que torna ineficazes alguns antibióticos administrados de maneira urgente, quando todos os outros tratamentos fracassam, o que faz temer que hajam infecções que podem se tornar mortais. 

"Nossos resultados são extremamente preocupantes", alertou Liu Jianhua, professor da universidade agrícola de Cantão.

Os grupos farmacêuticos signatários da petição também pedem aos governos que apoiem financeiramente o desenvolvimento de novos antibióticos.

Os autores da carta, que incluem igualmente os gigantes britânicos AstraZeneca e GlaxoSmithKline ou a empresa francesa de diagnósticos Biomérieux, garantiram também que apoiam o plano de ação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para preservar a eficácia dos antibióticos.

A crescente resistência das bactérias aos antibióticos é uma prioridade para os sistemas sanitários, destacaram os signatários da declaração.

Os antibióticos, um grande avanço médico que tem mais de um século, são absolutamente necessários para curar infecções mortais e também para procedimentos como transplantes, as quimioterapias ou o tratamento do HIV.

As infecções que surgem por causa da resistência a esses medicamentos poderiam provocar cerca de 10 milhões de mortes que poderiam ser evitáveis de hoje a 2050 e custar até 100 bilhões de dólares caso o problema não seja resolvido.

Ocitocina: Hormônio do amor pode tratar a depressão pós-parto

Níveis elevados de ocitocina são associados ao fortalecimento de atitudes ligadas ao entrosamento entre pais e filhos, como a vontade de acariciar o bebê

Com incidência estimada entre 20% e 40%, a depressão pós-parto pode ser combatida com a ocitocina, o hormônio ligado à sensação de prazer, bem-estar físico e emocional.

É o que propõem pesquisadores da Austrália na revista Harvard Review of Psychiatry, após fazerem uma revisão científica de 13 pesquisas. Segundo eles, níveis elevados de ocitocina são associados ao fortalecimento de atitudes ligadas ao entrosamento entre pais e filhos, como a vontade de acariciar o bebê.

“Acreditamos que a ocitocina tem potencial para melhorar comportamentos de mães com depressão pós-parto, mas é necessário mais investigação para estabelecer a sua segurança devido ao impacto incerto desse hormônio sobre o humor materno”, destacou, em comunicado, Beth Mah, pesquisadora do Hunter Medical Research Institute e integrante do estudo.

Entre os estudos revistos, dois mostraram que grávidas com níveis baixos de ocitocina têm chances mais elevadas de desenvolverem sintomas depressivos após o nascimento dos bebês. Outro, porém, utilizou o hormônio do bem-estar para tratar mulheres com depressão pós-parto e não atingiu o resultado esperado. Em alguns, houve até o desencadeamento do transtorno psiquiátrico. Os resultados divergentes, dizem os pesquisadores, indicam a necessidade de análises futuras.

Crianças cuidadas por mães que sofrem de depressão pós-parto sofrem risco aumento de complicações, como distúrbios psiquiátricos e problemas de desenvolvimento.

“Em comparação com as não depressivas, as mães com o problema interagem com os bebês com menos sensibilidade, relatam se sentir menos competentes e com menos frequência escolhem estratégias recomendadas de parentalidade “, diz Mah.

Segundo a pesquisadora, o efeito benéfico do uso do hormônio é o mais esperado. Há, inclusive, a possibilidade de o hormônio ser usado no tratamento de outros problemas psiquiátricos que possam ser desencadeados pela depressão pós-parto.

“Talvez, o desafio mais importante seja determinar se a ocitocina poderia ser usada como tratamento coadjuvante para melhorar as relações entre a mãe e o bebê que são afetadas pela depressão pós-parto, e também outras condições psiquiátricas”, completa Mah.

Foto: Reprodução

Correio Braziliense