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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Estudos sobre malefícios do açúcar foram ocultados por cerca de 50 anos

Novas evidências mostram que a indústria de açúcar escondeu uma pesquisa científica que ligava o açúcar à doença cardíaca e ao câncer de bexiga em ratos

A Sugar Research Foundation, o grupo que financia os estudos, encerrou o projeto e não publicou os resultados. Os nutricionistas advertem que o açúcar, e não a gordura, é em grande parte culpado de muitos dos problemas nas nossas dietas modernas. Durante décadas, os lobistas açucareiros têm apontado para estudos ligados ao açúcar e ao câncer. Quando um estudo no ano passado descobriu que os ratos nas dietas açucaradas eram mais propensos a desenvolver câncer de mama, a Associação do Açúcar – um dos maiores grupos de lobby do açúcar nos EUA – chamou-o de “sensacionalista”. O grupo insiste que “nenhuma ligação credível entre açúcares ingeridos e câncer foi estabelecida”.

Mas médicos e pesquisadores afirmam que a indústria açucareira pode ter intencionalmente mantido a pesquisa sobre essa relação impedida de ser publicada. Um novo estudo na revista PLOS Biology revela como a Associação do Açúcar trabalhou para suprimir descobertas científicas sobre os efeitos nocivos do açúcar de mesa em roedores há quase 50 anos. O relatório detalha os resultados de dois estudos não publicados, conhecidos como Projeto 259, que foram financiados pelo lobby do açúcar no final da década de 1960. Ambos envolveram pesquisas sobre os efeitos da alimentação de açúcar em ratos.

No primeiro estudo, um grupo de ratos foi alimentado com uma dieta equilibrada de cereais, feijão, peixe e levedura, enquanto os outros ratos receberam uma dieta com alto teor de açúcar. Os pesquisadores descobriram que os consumidores de açúcar estavam sob maior risco de acidentes vasculares cerebrais, infartos e doenças cardíacas, e tinham níveis de gordura (triglicerídeos) mais elevados do que o normal no sangue.

O segundo estudo comparou os ratos alimentados com açúcar com ratos alimentados com amido e descobriu que os roedores que consumiam açúcar eram mais propensos a ter níveis elevados de uma enzima associada ao câncer de bexiga em humanos. No entanto, nenhuma dessas pesquisas de roedores viu a luz do dia. A Sugar Research Foundation cortou o Projeto 259 e não publicou nenhum dos resultados.

Terra

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Empresários e enfermeiro são presos por reutilizar produtos cirúrgicos

Investigação do Nuroc revelou que o trio reutilizou 2.536 vezes produtos descartáveis em um hospital particular da Serra

Dois empresários e um enfermeiro foram presos nesta terça-feira (16) suspeitos de adulterar produtos cirúrgicos para obter mais lucro. Batizada de “Lama Cirúrgica”, a operação comandada pelo Núcleo de repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), aconteceu em Vitória e Serra, e revelou que o trio reutilizou 2.536 vezes produtos descartáveis em um hospital particular da Serra.

De acordo com a polícia, os produtos eram reprocessados ilicitamente e utilizados em procedimentos cirúrgicos na área ortopédica em hospitais privados, causando potencial dano à saúde de usuários e da coletividade. A reutilização de produtos descartáveis é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Nuroc chegou até os criminosos depois de receber uma denúncia anônima. Os empresários Gustavo Deriz Chagas e Marcos Roberto Krohling Stein – proprietários da Golden Hospitalar -, e o enfermeiro Thiago Waiyn foram presos e são acusados de lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica e adulteração de produtos medicinais.

Investigações
As investigações tiveram início em outubro do ano passado, depois que uma operação do Nuroc e da Vigilância Sanitária apreendeu produtos médicos e etiquetas adulteradas. O avanço das investigações revelou adulteração de códigos de registro, número do lote, data de fabricação e validade do produto em produtos e etiquetas apreendidos no Golden Hospitalar e no centro cirúrgico de um hospital da Serra.

Essa foi a primeira fase da operação. As investigações prometem identificar também a existência de fraude em produtos reprocessados, que são vendidos como novos/originais fossem, em prejuízo de operadoras de plano de saúde e seus beneficiários. O Nuroc ainda investiga a participação de hospitais privados e distribuidoras de produtos para a saúde atuantes em Vitoria, Serra, Cariacica e Vila Velha.

Judicialização
Há uma semana o Gazeta Online publicou a série “Justiça como remédio”. Uma das reportagens discutiu o “patrocínio” que a indústria de materiais hospitalares e de remédios oferece a profissionais da saúde e informou que ao menos uma investigação policial estava em andamento. Para o Instituto Ética Saúde, a distribuição de benefícios a profissionais da saúde é uma realidade em todo o país.

Na mesma série, o secretário de Saúde, Ricardo de Oliveira, sugeriu que a corrupção explica parte da judicialização da saúde. Ou seja, há pessoas interessadas em vantagens quando fomentam ações na Justiça para que determinado tipo de tratamento, medicamento ou equipamento médico seja fornecido.

Foto: Reprodução

Disponível orientação sobre nomes de medicamentos

Objetivo é prevenir nomes que possam gerar confusão e troca de medicamentos. Orientação de Serviço detalha resolução sobre nomes

Como evitar que medicamentos com nomes e pronúncias semelhantes possam provocar trocas indevidas de medicamentos? A Anvisa publicou a Orientação de Serviço 43/2017 que detalha aspectos na RDC 59/2014 que trata deste tema. O assunto foi discutido pela Anvisa durante o ano de 2017 e levou à identificação da necessidade de uma metodologia mais adequada para avaliação do nome comercial escolhido pela empresa.

A Orientação de Serviços traz detalhamentos para melhorar a análise técnica feita pela Anvisa e reduzir o risco nestes casos. O documento é uma referência de apoio técnico ao trabalho das áreas relacionadas da Gerência-Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos. No Brasil, os medicamentos podem utilizar o próprio nome do princípio ativo, caso do genéricos, ou nomes comerciais, caso dos produtos similares e de referência.

Erros de medicação
A Lei 6.360/1976 já determinava, em seu art 5º, que os medicamentos não podem ter nomes, designações, rótulos ou embalagens que induzam ao erro. Em 2014, a Anvisa fez uma atualização sobre o tema e publicou a resolução RDC 59/2014, que trata sobre os nomes dos medicamentos, seus complementos e a formação de famílias de medicamentos.

A identificação clara e sem margem de dúvida do nome do medicamento é fundamental para que o uso seja feito de forma correta e com segurança para o paciente. Esse é um fator essencial para reduzir e prevenir erros de medicação, especialmente as trocas. Nomes semelhantes podem gerar erros também na hora da prescrição, preparação, dispensação e administração ao paciente.

Assim, a proposição do nome de um medicamento pela empresa e a avaliação da Anvisa devem considerar os diversos aspectos envolvidos no uso do produto. Nesta avaliação devem ser consideradas as características do medicamento, a grafia do nome e a pronúncia que podem levar à confusão de identificação entre dois medicamentos diferentes, mas com nomes parecidos. A elaboração da Orientação de Serviço foi baseada em uma série de referências, conheça todas.

ANVISA

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Aumento nos casos de febre amarela na Região Sudeste reforça medidas preventivas

Vacina contra a doença deve ser tomada para garantir imunização

Imagem: Reprodução - Frascos da vacina contra a febre amarela

Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2018 – Em apenas duas semanas desde o início do ano, o aumento no número de casos da febre amarela nas áreas rurais da Região Sudeste alerta para um possível surto. Onze mortes já foram confirmadas no estado de São Paulo, enquanto o Rio de Janeiro registrou a primeira morte do ano pela doença. Para os especialistas, a adoção de vacinação adequada da população ainda é o melhor caminho para evitar o contágio.

O vírus é transmitido pelos mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes nas áreas rurais e, potencialmente, pode ser transmitido pelo mosquito Aedes aegypti nas áreas urbanas, o mesmo que prolifera outras arboviroses como a dengue, a chikungunya e a zika. Mesmo considerada pelos especialistas como uma doença perigosa, que pode evoluir para uma forma mais grave em alguns casos, a maioria das pessoas infectadas apresenta pouco ou nenhum sintoma e o quadro evolui para a cura em pouco tempo.

“A medida mais importante para proteger a população da patologia é tomar a vacina da febre amarela. Embora não exista ciclo urbano da doença registrado nas últimas décadas, é sempre necessário combater o mosquito com potencial de transmissão nas cidades, eliminando seus meios de reprodução, que se localizam geralmente em objetos que contenham água parada, como pneus, vasos e caixas-d’água. Além disso, para que as pessoas consigam se proteger também do mosquito nas áreas silvestres, é necessário o uso de repelente e roupa que cubra a pele o máximo possível”, afirma o infectologista Jessé Alves, integrante do corpo clínico do laboratório Lâmina.

Quem pode se vacinar? Conheça as faixas etárias indicadas e condições restritivas
Segundo o Ministério da Saúde, nas áreas de recomendação de vacina a imunização por via subcutânea, ou vacinação, é indicada para todos os bebês a partir dos 9 meses, que pode ser antecipada para os 6 meses caso haja surto da doença na região. A vacina é feita em dose única.

A vacinação é contraindicada para pessoas que apresentem quadro de alergia severa aos componentes do ovo, crianças que ainda não completaram 6 meses e para mães que estejam amamentando crianças menores de 6 meses. Gestantes também não devem ser imunizadas, mas, em caso de alerta de epidemia ou necessidade de viajar para áreas endêmicas, é importante consultar a opinião de um especialista ou médico de confiança antes de tomar a dose. Idosos com mais de 60 anos e que nunca foram vacinados também devem consultar o médico antes de procurar pela imunização.

Como saber se uma pessoa está infectada? Sintomas mais comuns da doença
Segundo o dr. Jessé, essa doença pode ser confundida com várias doenças comuns devido aos sintomas parecidos, como cansaço, febre alta, dor de cabeça, vômitos, náuseas e dores musculares, que podem durar até quatro dias. A maioria das pessoas apresenta apenas esse quadro e, quando ele termina, o paciente adquire imunidade contra o vírus caso venha a ser picado novamente.

Mas, em alguns casos, a pessoa infectada pode sofrer quadros hemorrágicos, insuficiência hepática e renal, cansaço intenso e a chamada icterícia, quando a pele e os olhos ficam amarelos – dando origem ao nome da doença. Não existe uma forma de tratamento específica para os sintomas comuns da febre amarela, já que a grande maioria das pessoas infectadas apresenta remissão total da doença depois dos primeiros sintomas. Caso haja suspeita de que a doença evoluiu para seu estado mais grave, é imprescindível que o paciente procure um serviço de saúde para que o diagnóstico seja feito de forma eficaz e o tratamento possa ser iniciado o mais rápido possível.

Informações para a imprensa
Saúde em Pauta
Paula Borges – (21) 99789-7643
E-mail: pausa@saudeempauta.com.br

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Gel contraceptivo masculino será testado em abril

O novo método será utilizado por 400 casais durante um ano

O Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (Nichd) dos Estados Unidos desenvolveu um gel contraceptivo masculino, que bloqueia temporariamente a produção de esperma no corpo humano. O novo método começará a ser testado em abril, com 400 casais.

Os testes durarão aproximadamente quatro anos e serão realizados com parceiros dos Estados Unidos, Itália, Grã-Bretanha, Chile, Suécia e Quênia. Batizado de NestoroneGel, o produto contém dois hormônios sintéticos: testosterona e progestagênio.

O progestagênio impede os testículos de produzir testosterona o suficiente para o nível normal de esperma. E a testosterona substitutiva é necessária para contrastar o equilíbrio hormonal, mas sem produzir espermatozoides.

O gel deve ser aplicado nos braços e nas costas dos homens diariamente. “Não é um grande esforço. Só é necessário lembrar de usá-lo todos os dias” , explicou Diana Blithe, diretora do programa de desenvolvimento de contraceptivos do Nichd. O método é capaz suprimir o nível de esperma por aproximadamente 72 horas.

A princípio, os homens deverão usá-lo por pelo menos quatro meses e as parceiras deverão usar algum contraceptivo também. Enquanto isso, pesquisadores monitorarão os níveis de espermatozoide dos homens, que devem cair a menos de um milhão por mililitro para prevenir de maneira eficaz a gravidez.

Uma vez que o número seja suficientemente baixo, o casal utilizará somente o gel contraceptivo por um ano. O método já havia demonstrado eficácia em 2012, porém eram dois produtos diferentes a serem aplicados na pele. Atualmente, as únicas opções contraceptivas masculinas são o uso de preservativo e vasectomia.

Terra