De idade até incompatibilidade imunológica, conheça nove fatores que podem adiar o sonho de gestar uma vida
Um casal pode começar a considerar que está com dificuldades para engravidar quando suspende os métodos contraceptivos e, no prazo de um ano, não tem sucesso.
Isso se os dois estiverem com a saúde em dia e a mulher tiver até 35 anos – afinal, o fator idade é um dos que mais influencia a fertilidade.
Dos 35 aos 40 anos, o tempo de espera cai para seis meses. E acima disso, três meses. Dois abortos espontâneos, em qualquer idade, também podem indicar problemas.
“Se a mulher souber previamente que já tem algum problema, como síndrome do ovário policístico ou mioma, deve buscar tratamento antes de iniciar as tentativas. Uma vez tratado – o que, em alguns casos, pode levar entre três e seis meses – as chances de uma gestação saudável aumentam”, diz a ginecologista Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução humana assistida e diretora-médica do Vida, Centro de Fertilidade da Rede D’Or, no Rio de Janeiro.
Veja a seguir os principais problemas femininos que podem dificultar a gestação:
Ausência de óvulos ou disfunção ovariana: “O ovário é o órgão onde são produzidos os óvulos. As alterações ovarianas comprometem a produção hormonal; ciclo menstrual e os ovários. É necessário um exame clínico detalhado para diagnosticar possíveis distúrbios ovulatórios, sendo necessária a dosagem de hormônios”, diz a médica Maria Cecília Erthal. Os exames também podem identificar falência ovariana precoce, ainda que a mulher não esteja em idade comum para menopausa. Mesmo com o ovário comprometido, as mulheres menstruam normalmente e só descobrem o problema quando são submetidas a exames específicos.
“Há estudos que mostram que o distúrbio está relacionado a hábitos pouco saudáveis e contato com substâncias tóxicas”, explica a especialista.
Síndrome dos ovários policísticos: a SOP é causada pelo desequilíbrio na produção de hormônios, alterando todo o ciclo menstrual da mulher ou até mesmo causando a ausência do fluxo menstrual. O problema acarreta disfunção na ovulação e pode dificultar as chances de engravidar.
Endometriose: a endometriose afeta entre 15% e 20% das mulheres e muitas vezes é descoberta somente quando surge o desejo de engravidar. “Ocorre quando o endométrio, tecido que reveste o útero e é eliminado durante a menstruação, atinge outros órgãos do corpo, como ovários, bexiga, trompas etc.
Os principais sintomas são fortes cólicas durante e após períodos menstruais, incômodo durante relações sexuais e dores abdominais”, diz a ginecologista.
Obstrução tubária: para chegar ao útero, os gametas masculinos e femininos passam pelas trompas. Inflamações ou infecções podem obstruir as tubas uterinas e impossibilitar qualquer chance de gravidez.
Miomas: até 50% das mulheres podem apresentar miomas ao longo da vida, com maior incidência a partir dos 40 anos. Os miomas originam-se a partir do crescimento desordenado de células e podem afetar a função do útero. Entretanto, raramente causam infertilidade, a não ser que cresçam para dentro do útero ou quando se desenvolvem em lugares que impedem a passagem dos embriões.
Idade avançada: “Quanto mais avançada for a idade, maiores serão as dificuldades para engravidar. Isso porque, com o tempo, o ovário começa a diminuir a quantidade e qualidade dos óvulos”, fala Maria Cecília Erthal.
Alterações da tireoide: a tireoide é uma glândula que produz hormônios para regular o metabolismo.“Distúrbios na produção desses hormônios (hipotireoidismo e hipertireoidismo) podem causar problemas em todo o corpo e dificuldade para engravidar”, diz a especialista.
Aumento da prolactina: trata-se também de um distúrbio hormonal. Alterações em sua produção podem causar mudanças no ciclo menstrual e prejudicar o correto funcionamento dos ovários.
Incompatibilidade imunológica: o corpo da mulher pode “rejeitar” o embrião, porque o identifica como um invasor. “É uma hipótese levantada em quadros de aborto de repetição. Tratamento específico pode resolver o problema”, diz a médica do Centro de Fertilidade da Rede D’Or.
Uma vez diagnosticado algum dos problemas citados, busca-se o tratamento adequado para depois voltar às tentativas de gravidez. “Algumas vezes a fertilização é cogitada desde o início, como em casos de obstrução completa das duas trompas ou casos mais severos de endometriose. Mas fertilização deve ser muito bem indicada”, conclui a médica.
Fonte IG
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