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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dengue tipo 4 em Niterói reforça temor de epidemia

É a primeira vez que esse vírus circula no Rio; população não tem imunidade contra ele

A Secretaria Municipal de Saúde de Niterói, no Grande Rio, registrou 11 casos de dengue tipo 4 em moradores da cidade neste ano. A confirmação de novos pacientes com esse sorotipo reforça o risco de epidemia no Estado no próximo ano, já que a população não tem imunidade contra esse vírus. Desde agosto, o município do Rio está em estado de alerta para a dengue, por determinação do prefeito Eduardo Paes, que disse esperar “a maior das epidemias da história”.

“Por nós termos identificado o vírus 4 no Rio de Janeiro e ser a primeira vez que esse vírus circula aqui, obviamente causa preocupação pela possibilidade de aumento de casos no ano que vem. Fizemos um alerta há alguns meses para todas as prefeituras, com base no fato de já termos um número significativo de caso de dengue tipo 1 esse ano e o surgimento dos casos do tipo 4”, afirmou o superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.

O superintendente acredita que foi apenas coincidência o fato de o vírus 4 ter sido isolado somente em Niterói. “O tipo 4 não está restrito a Niterói. É questão de tempo isolar o vírus em outros municípios”, afirmou. O Estado contabilizou, até 15 de outubro, 161.315 casos de dengue - cinco vezes mais do que o notificado no ano passado - e 133 óbitos pela doença. Ao longo de 2010, houve 41 mortes. O novo relatório sobre a dengue será divulgado amanhã.

Este ano, o dengue tipo 1 prevaleceu no Estado. Esse foi o sorotipo da doença que provocou a epidemia de 1988. “A população que nasceu depois não teve contato com o sorotipo 1 e não está imunizada. O vírus 4 também não havia circulado no Estado. Então, há uma grande parcela da população que está suscetível aos dois vírus.
Se vai haver mais ou menos mortes depende da capacidade de organização dos serviços de saúde”, afirmou o infectologista Alberto Chebabo, chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário da UFRJ.

Em outubro, representantes do Ministério da Saúde estiveram no Rio para cobrar das prefeituras plano de combate à dengue - naquele momento, 52 dos 92 municípios não haviam apresentado planos de contingência em caso de epidemia. “Criamos um ranking de municípios com boas práticas e nas últimas semanas tivemos um aumento grande de prefeituras cumprindo as metas pactuadas. A reunião teve impacto positivo importante”, afirmou. De acordo com Chieppe, o Estado montou 56 centros de hidratação este ano e já licitou a compra de novos equipamentos.

Depois de casos registrados no Norte e Nordeste, os dois primeiros casos de dengue 4 no Sudeste foram registrados em Niterói. Duas irmãs, de 21 e 22 anos, tiveram a confirmação em março. Elas não haviam viajado, o que aponta para uma transmissão autóctone (dentro do Estado). A prefeitura fez, na ocasião, uma operação de bloqueio, dedetizando todas as casas da vizinhança, no bairro do Cafubá, na Região Oceânica, que registrou outros três casos. Os demais ocorreram em São Domingos (três), São Francisco (dois), na Zona Sul, e um no Engenho do Mato, também na Região Oceânica.

Fonte Estadão

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