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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pesquisadores identificam nova terapia capaz de bloquear progressão do vírus da hepatite C

Pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, encontraram uma nova maneira de bloquear a infecção do vírus da hepatite C (HCV) no fígado. A descoberta tem pontencial de desenvolvimento de novas terapias para as pessoas infectadas com a doença.

“Quando o HCV infecta uma pessoa, ele precisa de gotículas de gordura no fígado para formar novas partículas virais”, explica Jean François, do Departamento de Microbiologia e Imunologia da universidade. “O processo faz com que a gordura se acumule no fígado, levando a uma disfunção crônica do órgão.”

“O vírus da hepatite C está em mutação constante, o que torna difícil o desenvolvimento de terapias antivirais que tenham como alvo o próprio vírus”, diz Jean. “Então decidimos tentar uma nova abordagem.”

Jean e sua equipe desenvolveram um inibidor que diminui o tamanho das gotículas de gordura nas células hepáticas e faz com que os vírus não desenvolvam resistência, deixem de se multiplicar e de infectar outras células. “Nossa abordagem consiste em bloquear o ciclo de vida do vírus, de modo que ele deixe de se espalhar e de causar mais danos ao fígado”, diz Jean. Os resultados do estudo foram divulgados no periódico PLoS Pathogens.

De acordo com Jean, o vírus da hepatite C é um dos vários tipos de vírus que necessitam de gordura para replicar no organismo humano. Para ele, a nova abordagem para reduzir a replicação do HCV pode se traduzir em novas terapias que poderiam ser usadas em outras doenças, como é o caso do vírus da dengue.

Novos casos, contaminações antigas
A principal forma de contaminação pelo vírus da hepatite C é o contato com o sangue infectado. O infectologista Marcelo Litvoc, do Hospital Sírio Libanês, explica que o HCV é mais resistente às condições externas do que o do HIV, por exemplo, e por esse motivo pode determinar um risco maior de contaminação pelo sangue.

Até 1992 os bancos de sangue não testavam para hepatite C, até então uma doença nova, pois o vírus havia sido descoberto em 1989. “Desta forma, as transfusões de sangue e hemoderivados antes da testagem orbigatório dos bancos de sangue, e o compartilhamento de seringas por usuários de drogas injetáveis foram as principais formas de transmissão do vírus”, diz Litvoc.

Estima-se que entre 1,2% a 2% da população brasileira seja portadora do vírus. Mas este número pode ser ainda maior, já que, como a hepatite C não causa sintomas em pelo menos 90% dos pacientes, tanto no momento de aquisição do vírus como após anos de infecção, muitas pessoas sequer sabem que são portadoras. “Nos casos de evolução para cirrose hepática, os sintomas aparecem tardiamente”, diz. Neste sentido, os diagnósticos obtidos hoje são, na verdade, resultados de contaminações antigas.

Novo tratamento aumenta chances de cura
A principal e mais temida consequência da hepatite C é a cirrose hepática, uma das principais causas de morte no Brasil: segundo dados do Ministério da Saúde, as doenças crônicas de fígado são a oitava causa de morte no País. “A hepatite C é a principal causa de transplante hepático em todo o mundo desenvolvido”, completa Marcelo Litvoc.

Por este motivo, realizar o exame preventivo ainda é a forma mais eficaz de combater a progressão doença. As formas mais prováveis de contaminação são o contato compartilhado com objetos, instrumentos e outros utensílios contendo resíduos de sangue (estúdios de tatuagem, salões de beleza, ou em consultórios da área de saúde onde não exista uma esterilização adequada).

Obtido o diagnóstico de hepatite C, o paciente deve ser avaliado para a necessidade de acompanhamento e tratamento com medicações anti-virais, na tentativa de eliminar a replicação viral e diminuir a progressão da doença hepática. “O transplante hepático é a última opção terapêutica para a hepatopatia crônica pelo vírus C, no final da cirrose hepática.”

Segundo Litvoc, novos medicamentos, os chamados inibidores de protease – o boceprevir e o telaprevir -, estão aumentando as chances de cura da doença. No Brasil, as duas novas drogas são capazes de curar entre 70% e 75% dos pacientes.

Fonte O que eu tenho

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