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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Corpo humano abriga quase 10 mil espécies de micróbios

Pela primeira vez, pesquisadores mapearam as comunidades de micro-organismos do corpo humano, como bactérias e fungos. 

O Projeto Microbioma Humano, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, publicou ontem um conjunto de 14 estudos nas revistas "Nature" e "PLoS". 


Editoria de arte/folhapress
As pesquisas usaram técnicas de sequenciamento de DNA para identificar esses organismos e mostrar sua diversidade e abundância nos seres humanos, além de suas funções no corpo. 

Os micro-organismos analisados foram retirados de 242 homens e mulheres. A coleta foi feita em diferentes partes do corpo, como pele, boca, intestino e vagina. 

Até então, só as bactérias do trato gastrointestinal haviam sido catalogadas pelo projeto MetaHIT, que envolve oito países. 

Os pesquisadores concluíram que quase 10 mil espécies de micro-organismos perfazem as comunidades ecológicas no nosso corpo. 

Eles também mostraram que cada parte do corpo tem uma população diferente de micróbios, cada uma com sua função --no caso do intestino, os micro-organismos ajudam a digerir os alimentos. 

O projeto mostrou ainda que cada pessoa tem um microbioma único, com tipos e quantidades diferentes de bactérias para realizar o mesmo trabalho. Uma quantidade alta ou baixa da mesma bactéria não quer dizer que uma pessoa seja mais ou menos saudável. 

James Versalovic, pesquisador do projeto e chefe do departamento de patologia do Texas Children's Hospital, nos EUA, afirma que a maioria dos micróbios no corpo não causa doenças. 

"Esperamos que com esses dados as pessoas fiquem menos paranoicas e não usem antibióticos ou sabonetes bactericidas para tudo. Interferir no equilíbrio do microbioma pode causar mais danos que benefícios." 

Versalovic diz que definir o microbioma de um adulto saudável e saber quais são e o que fazem os micróbios que habitam o ser humano era o primeiro objetivo do Projeto Microbioma Humano. 

Agora, com o material genético proveniente de comunidades completas de micróbios, os próximos passos serão comparar os micróbios de pessoas saudáveis com os de doentes para entender como os problemas se desenvolvem e criar novas drogas. 

Um dos estudos do MetaHIT já mostrou que quem tem menor diversidade de bactérias na flora intestinal tende a ser obeso, a ter mais gordura no fígado e responder pior a dietas. 

"Essa é só a ponta do iceberg. O interessante será observar como os dois genomas --o humano e o dos microrganismos-- interagem", diz Vasco Azevedo, professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. 

Fonte Folhaonline

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