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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

5 questões sobre Síndrome das Pernas Inquietas

A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é um problema
neurológico relacionado ao sono
Você sabe o que é Síndrome das Pernas Inquietas, condição que afeta o sono e pode estar relacionada à Doença de Parkinson? Veja abaixo o que é a condição e como ela pode ser tratada.

1. O que é a Síndrome das Pernas Inquietas?
A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é um problema neurológico relacionado ao sono. Quando a pessoa se deita começa a sentir uma sensação desagradável nas pernas referida como dores, queimação, “agonia” , aperto, coceira, formigamentos ou cãimbras.

Quando se movimenta as pernas há alívio dos sintomas, ou seja o problema se relaciona à imobilidade. Os sintomas pioram ao anoitecer ou durante a noite.

Em raras vêzes esta sensação aparece durante o dia quando a pessoa fica imóvel durante algum tempo, mesmo sentada. Excepcionalmente há referencia ao sintoma nos braços. Como a pessoa sente necessidade irresistível de ficar mexendo as pernas a todo momento o sono é bastante prejudicado.

A SPI é relativamente comum (alguns trabalhos observaram prevalência de até 10% na população geral) , porém tem várias gradações e muitas pessoas ficam sem diagnóstico por muitos anos, pois não se preocupam em procurar o médico quando a interferência no sono não é importante.

Muitas vezes chegam ao consultório com queixa de insônia e só quando o médico questiona o paciente é que eles referem o problema. Muitos pacientes também apresentam concomitantemente quadro de Movimentos Periódicos do Sono, que são abalos nas pernas durante o sono muitas vezes despertando a pessoa.

Por isso mesmo o diagnóstico é eminentemente clínico pela anamnese (avaliação) do paciente pois só ele pode descrever a sensação ao médico. Não há exames que diagnostiquem a SPI. A polissonografia pode evidenciar os movimentos periódicos, mas só o paciente pode descrever a sensação da SPI.

2. Quais os sintomas de SPI?
A SPI geralmente aparece após os 50 anos, mas em casos familiares pode já aparecer na infância. Em crianças pequenas podem ser confundidos com as “dores do crescimento”. Em 60% dos casos existe história familiar de SPI, ou seja, há uma predisposição genética.

3. Como a condição se desenvolve?
Existem alguns genes já descritos em familias portadoras de SPI. Hoje sabemos que na SPI existe uma anormalidade cerebral no metabolismo da dopamina e da homeostase do ferro. O ferro também está implicado na síntese de dopamina no sistema nervoso central.

Nos casos não familiares quase sempre existe um problema levando à deficiência de ferro como anemias ferroprivas e na gravidez, ou uma doença com deficiência de dopamina (Doença de Parkinson ou uso de medicamentos antagonistas da dopamina usados em psiquiatria) e outros problemas como neuropatias periféricas, doenças medulares, doenças reumatológicas (artrite reumatóide, Síndrome de Sjogren), uremia, diabetes, hipotireoidismo, doença celíaca, deficiência de ácido fólico, deficiência de magnésio e fibromialgia.

4. Como é feito o diagnóstico?
Feito o diagnóstico clínico de SPI é necessário verificar a deficiencia de ferro com dosagens sanguíneas da ferritina, ferro sérico e saturação da transferrina.

Havendo suspeita das doença citadas acima (se ainda não tiverem sido diagnosticadas) outros exames deverão ser solicitados como glicemia, uréia, creatinina, t4, tsh, vitamina b12, folato, eletroneuromiografia, etc.

5. Como é o tratamento?
Quanto ao tratamento havendo deficiência de ferro há necessidade de reposição do mesmo de preferencia por via endovenosa. De um modo geral a reposição do ferro não alivia totalmente os sintomas da spi e devem ser prescritas drogas com efeito dopaminérgico, utilizadas também na Doença de Parkinson. Atualmente o medicamento mais usado é o pramipexol, ingerido ao deitar-se na cama para dormir.

Eventualmente utiliza-se o precursor da dopamina, a levodopa, também utilizada na Doença de Parkinson associada à benzerasida ou à carbidopa. Outras drogas dopaminérgicas são aprovadas para uso na SPI como o pergolide, o ropirinol e a rotigotina (os dois últimos não existentes à venda no Brasil).

Se não houver melhora com os dopaminérgicos a segunda escolha é a gabapentina. Em última opção utilizamos opióides, geralmente a metadona e a oxicodona. Quando houver também movimentos periódicos do sono utilizar benzodiazepínicos, principalmente o clonazepam.

Fonte O que eu tenho

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