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quinta-feira, 21 de março de 2013

Defensoria Pública move ação para retomada de transplantes em hospital federal no Rio

Rio de Janeiro – A Defensoria Pública da União (DPU) ingressou na Justiça Federal com ação civil pública contra a União cobrando a retomada do serviço de transplantes renais e hepáticos do Hospital Federal de Bonsucesso.“Entramos com a ação civil pública contra a União para que ela seja obrigada a recompor sua equipe de cirurgiões no prazo de 15 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil”, disse o defensor público Daniel Macedo.
 
Desde dezembro, o hospital deixou de prestar o atendimento por causa da saída de profissionais. A unidade responde por 70% dos transplantes renais do estado e é a única da rede pública a fazer esse tipo de cirurgia em crianças e adultos.
 
“É a situação mais grave que eu vi na saúde, porque são evidências de que crianças estão falecendo por conta desse sucateamento do Hospital Federal de Bonsucesso. O hospital fazia uma média [anual] de 150 cirurgias de transplantes renais e hepáticos, de 1999 para cá, e de uma hora para outra parou de fazer essas cirurgias. Têm crianças morrendo e outras que poderão falecer, se nada for feito.”
 
O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, responsabilizou o hospital pela falta de cirurgiões, pois foram concedidas licenças para diversos profissionais se afastarem, o que prejudicou o serviço. “A DPU recebeu nossa denúncia e esperamos que a Justiça conceda liminar no caso da emergência. A situação no Hospital Federal de Bonsucesso é muito grave e lamentavelmente temos que recorrer ao Poder Judiciário para resolver os problemas que hoje afetam diretamente o atendimento da população.”
 
Em nota, o Ministério da Saúde informou que está "viabilizando a retomada das equipes transplantadoras do Hospital Federal de Bonsucesso" e "efetuando a abertura de novos serviços aos pacientes que necessitam de transplantes no Rio de Janeiro". A pasta informou ainda que o Hospital São Francisco de Assis foi vistoriado e está habilitado, a partir de amanhã (21), para fazer transplantes renais e hepáticos. O serviço será gerenciado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.
 
Conforme o ministério, a morte de duas crianças, de 11 anos e 3 anos, que aguardavam por um transplante, "não ocorreu por desassistência médica do Hospital Federal de Bonsucesso". O primeiro caso, segundo a pasta, ocorreu "por complicações respiratórias, após [a menina] ter sido atendida em um serviço de emergência em Macaé. Não foi por motivos renais" e o segundo devido infecção generalizada.
 
O ministério informou ainda que a diretoria do hospital abrirá sindicância para verificar "se houve negligência de comunicação entre funcionários do hospital e parentes da criança quanto à possível identificação de doador compatível" em relação ao primeiro caso.
 
Fonte Agência Brasil

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