Açúcar: estudo mostrou que o consumo de frutose está relacionado a hipertensão |
Já não bastassem todos os cuidados para não exagerar na dose de sal na
comida, agora pode ser que a ingestão de açúcar precise ser regulada para não
gerar ou agravar quadros de hipertensão. Ao menos é isso que sugere uma pesquisa
norte-americana, divulgada recentemente.
O trabalho foi realizado pela Universidade de Colorado Denver, onde a médica
Diana Jalal buscava identificar mais fatores de risco adicionais relacionados
com a pressão alta.
A pressão arterial ideal é de 12/8 mmHg. Quando ela é sistematicamente igual
ou maior que 14/9 mmHg, a pessoa tem hipertensão. A doença é crônica, não tem
cura mas tem controle. Se não for tratada, ela pode gerar consequências fatais,
como enfarte, derrame e falência renal.
Na pesquisa norte-americana, a equipe de Jalal analisou dados da Pesquisa
Nacional de Saúde e Nutrição, realizada nos Estados Unidos entre 2003 e 2006. O
estudo envolveu 4.528 adultos norte-americanos com pelo menos 18 anos e nenhum
histórico de hipertensão. Os participantes do estudo responderam a questões
relacionadas aos seus hábitos de consumo de alimentos e bebidas, como sucos de
frutas, produtos de padaria, bebidas leves e doces.
Jalal descobriu que as pessoas que consumiam 74 gramas ou mais de frutose por
dia (correspondente a 2,5 bebidas leves e adocicadas por dia) tinham uma chance
maior de ter pressão alta. A proporção era de 26% para pressão 13,5/8,5, 30%
para 14/9 e 77% para 16/10.
“Nosso estudo identificou um fator de risco potencialmente modificável para a
pressão alta. Entretanto, a pesquisa precisa ser continuada para comprovar se a
redução da ingestão de frutose realmente seria uma forma de prevenir a
hipertensão e suas complicações”, relatou Jalal, em seu estudo.
Relação com o excesso de peso
Até hoje, nenhum estudo estabeleceu uma relação direta entre açúcar e
hipertensão. “A relação é indireta. A pressão aumenta em obesos e em pessoas
acima do peso, que chegaram a essa condição ingerindo muito açúcar”, explica o
cardiologista Fernando Nobre, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão
(SHB).
A ingestão exagerada de sal é atualmente apontada como um grande problema
para a pressão sanguínea. E
é possível reduzir o consumo com dicas simples. O ideal é usar uma colher de
chá para toda a alimentação diária.
Mas outros fatores externos, chamados de fatores ambientais, podem
contribuir. Tabagismo, bebidas alcoólicas, estresse e falta de atividades
físicas são alguns dos agentes. Mas também há tendência da pessoa, por questões
hereditárias, e a idade avançada.
Quando a pressão está elevada no organismo, ela fere gradualmente uma fina
camada interna dos vasos sanguíneos. Isso acontece em órgãos como cérebro,
coração e rins.
O estrago é feito de forma silenciosa na grande maioria dos casos, sem
apresentar nenhum sintoma. Quando o desgaste de um vaso sanguíneo é muito
acentuado, ele pode se romper. O resultado pode ser um derrame ou um
infarto.
A hipertensão causa 40% dos infartos e cerca de 80% dos acidentes vasculares
cerebrais (AVC), de acordo com a SBH. Por isso a doença é tão perigosa e
ameaçadora. Ela pode ser fatal logo em sua primeira manifestação.
Nas estimativas da SBH, a hipertensão acomete cerca de 30% da população
brasileira adulta. O índice salta para 50% após os 60 anos e também está
presente em 5% das crianças e adolescentes.
Fonte iG
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