Uma substância mostrou, em testes in vitro, que é capaz de bloquear uma
interação entre moléculas que leva à doença de Alzheimer.
O achado é de um grupo de pesquisadores do A.C. Camargo Cancer Center, que
acabam de publicar um novo estudo no periódico "Journal of Neuroscience".
Estudos anteriores (incluindo trabalhos desse mesmo grupo) já haviam
demonstrado que a proteína príon, que ocorre naturalmente no cérebro mas é mais
conhecida como a causadora de doenças como a da vaca louca e de
Creutzfeldt-Jakob, também tem funções benéficas.
Um desses benefícios ocorre quando a príon se une à proteína STI1: a parceria
leva à proteção de neurônios contra agressões.
O problema é que a proteína príon também "gosta" de fazer ligações tóxicas,
como a que acontece com oligômeros beta-amiloides e que leva ao mal de
Alzheimer.
O que os pesquisadores fizeram agora foi usar a proteína STI1 para se ligar à
príon e impedir sua união com a beta-amiloide.
"Mostramos em diferentes modelos bioquímicos e celulares que somos capazes de
bloquear a interação da príon com a beta-amiloide e que a união da príon com a
STI1 reverte a toxicidade no neurônio", afirma Vilma Martins, diretora de
pesquisa do A.C.Camargo Cancer Center.
O próximo passo é testar a proteína STI1 em animais. Ainda é cedo para pensar
no uso da substância em humanos, mas Martins diz acreditar que, se os testes em
laboratório derem certo, a molécula poderia servir de molde para uma droga no
futuro.
Folhaonline
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