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segunda-feira, 10 de março de 2014

Como dar a notícia da gravidez no trabalho

Como dar a notícia da gravidez no trabalho   Jose Torres/Stock.xchng
Foto: Jose Torres / Stock.xchng
Especialista sugere que profissional tenha pelo menos dois anos de empresa antes para serem reconhecidas antes de engravidar
 
Especialista em recolocação de executivos, o diretor-geral da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado, Rafael Souto, orienta que executivas com planos de engravidar tenham pelo menos dois anos na empresa, tempo suficiente para serem reconhecidas pelo seu trabalho. Quanto mais serviços prestados com qualidade, maior a chance de mostrar ao gestor que "vale a pena" esperar por aquela funcionária. Confira algumas dicas para minimizar riscos no trabalho ao planejar uma gravidez:

1. Trace suas metas
Antes de planejar uma gravidez, avalie o peso que a carreira tem em sua vida. Se sua meta é ser uma executiva de sucesso, por exemplo, é prudente negociar com a empresa o melhor momento para colocar o plano em ação.
 
2. Acerte o timing
A recomendação é aguardar pelo menos dois anos dentro de uma organização antes de engravidar. Quanto menor o tempo na função, maior a chance de perder espaço no retorno. Com maior tempo de dedicação profissional, é mais fácil convencer os gestores de que vale a pena esperar pelo retorno da funcionária.

3. Analise o ambiente
Investigar a cultura da empresa em relação à maternidade é uma forma de se prevenir contra surpresas desagradáveis. Conversas com colegas que tiveram filhos recentemente é uma forma de saber como foi a experiência no trabalho. Caso haja um ambiente receptivo, comunique seus planos com antecedência à chefia.

4. Apresente um plano de transição
Em vez de esperar pelos desígnios da empresa, elabore um plano de transição, sugerindo ideias para facilitar o cumprimento de suas tarefas durante o período de licença-maternidade. A proposta pode ser apresentada junto com a notícia da gravidez, indicando comprometimento da funcionária com a continuidade de suas tarefas.

5. Demonstre desejo de voltar
Muitas empresas ficam inseguras quanto ao retorno das funcionárias após a licença-maternidade. Compartilhar projetos e objetivos da carreira pós-maternidade, mesmo antes da saída, é uma boa forma de afinar a comunicação com os gestores. Caso a mulher pretenda manter sua posição no trabalho, deve deixar isso claro.
 
6. Seja paciente no retorno
Às vezes, ao voltar da licença-maternidade, a funcionária se sente deslocada no ambiente, com perda de funções e responsabilidades. Antes de tomar qualquer decisão precipitada, a orientação é ser paciente e negociar internamente. A volta deve ser interpretada como uma reconquista de espaço, podendo incluir conversa sobre a carreira com a chefia. Caso as perspectivas não melhorem nos meses seguintes, a saída pode ser a procura de um novo emprego.

Fonte: Rafael Souto, diretor-geral da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado
 
Ser ou não ser
A psicóloga Anelise Fleck, especialista em infância e adolescência, alerta para a necessidade de que as mulheres pensem sobre o que realmente querem. E lembra que o dilema é mais amplo do que conciliar maternidade e trabalho. Começa antes, com a decisão de ter ou não filhos, e a definição das prioridades de vida da mulher.

• Como a maternidade é uma viagem sem volta, a orientação é não ceder simplesmente à pressão da sociedade para ter filhos. Um dos riscos é criar "crianças terceirizadas", delegadas a babás e terapeutas. "Todas as escolhas têm um preço, é preciso pensar o preço que se quer pagar - e escolher sem culpa", aconselha Anelise.

Mães são mais felizes no trabalho
Apesar de todos os dilemas que as mulheres enfrentam ao engravidar e das agruras de jornadas múltiplas, a premissa de que a maternidade vai prejudicar a carreira está longe de ser verdadeira. Tanto que trabalhadoras que são mães sentem-se mais felizes do que suas colegas sem filhos.

O resultado aparece na Pesquisa As Carreiras Femininas no Espaço Contemporâneo _ Trajetórias e Perspectivas de Mulheres Profissionais Brasileiras, defendida por Juliana Oliveira Andrade em sua tese de doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 2012:

• Das 694 trabalhadoras entrevistadas, 52,4% têm filhos e 47,6% não.

• Entre as que relatam satisfação plena com a carreira, 57,3% têm filhos - e 42,7% não.

• O percentual de insatisfação e desalinho com a carreira é liderada pelas funcionárias sem filhos: 60% das que se declararam insatisfeitas não eram mães, contra 40% das que tinham filhos.

Assédio moral
Constrangimentos no trabalho por causa da gravidez não devem ser considerados naturais. O nome disso é assédio moral, garantem especialistas.

A pesquisa Carreiras Femininas no Espaço Contemporâneo mostra que 13% das entrevistadas já sofreram algum tipo de assédio no trabalho.

• Uma organização não tem o direito de interferir nessa decisão pessoal. Isso é assédio. A mulher que quer ser mãe não pode negociar porque o relógio biológico é implacável. As clínicas de fertilização vendem um sonho que não é real. Ouvi depoimentos de chorar - alerta a pesquisadora Juliana Oliveira Andrade.

Na Constituição• As mulheres que engravidam têm direito a estabilidade no trabalho durante a gravidez e por cinco meses depois no parto.

• Caso a mulher seja despedida nesse período, tem direito a ser reintegrada ou receber indenização.

• Mesmo em caso de demissão sem o informe da gravidez, se for comprovado que ela estava grávida, tem direito a ser readmitida.

• Uma das estratégias comuns de empresas é demitir a funcionária sem pagar indenização, porque sabem que muitas não procuram seus direitos.

• Mulheres que se sentirem desrespeitadas podem recorrer a sindicatos, advogados trabalhistas e/ou ao Ministério Público do Trabalho.

Fonte: advogadas trabalhistas Zara Lucia Ferreira Pereira e Karen Muliterno de Andrade.
 
Zero Hora

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