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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Evite exercícios durante gripes, infecções virais e problemas musculares

A prática de atividades físicas pode agravar a doença e levar a mais dias de afastamento dos exercícios
 
Por Dr. Ricardo Nahas
 
Embora o inverno tenha chegado ao fim, as grandes variações de temperatura e aquela chuva que nos pega desprevenidos no fim do dia podem deixá-lo gripado, resfriado, com faringite, sinusite, ou seja, infecção de vias aéreas superiores. 
 
Você acorda disposto a manter seu ritmo ditado pela busca do verão "sarado" mas sente uma moleza, nariz entupido que dificulta a respiração, mãos e pés frios e testa quente. O dia nublado com alternância de garoa e chuva um pouco mais intensa. O que fazer? Voltar para a cama ou calçar o tênis? 
 
Mas você é um cara de sorte. A primavera chegou sem aquela gripe anual de inverno. E você está pronto para a conquista da "barriguinha sarada" para o verão. Mas, a passagem pelo banheiro, com cólica, náuseas, com ou sem vômitos, sensação de febre e aquela diarreia, trazem a lembrança do bar na esquina do trabalho, uma água bebida naquele bebedouro duvidoso... E a mesma dúvida vem à mente: calçar o tênis ou voltar para a cama - perto do banheiro, naturalmente !                             
 
Ou ainda, você consome água de procedência conhecida, traz comida de casa, tomou vacina para gripe, mas, é sexta feira, tem aquela festa da empresa e, lembrando os bons tempos de "pé de valsa", você dançou com um gingado daqueles bons tempos, mas com as articulações dos novos tempos. Resultado: os joelhos incharam, o tornozelo ficou quente e vermelho e o tendão de Aquiles doendo a ponto de não conseguir encostar o calcanhar no chão. 
 
Você acaba levantando mais tarde, já que ninguém é de ferro, cambaleia até o banheiro com dificuldade imposta pelas dores do esforço hercúleo e não habitual e pensa que o projeto verão tem 3 meses para dar certo: o que fazer? Calçar o tênis ou voltar para a cama? 
 
Caro leitor, em todas essas situações você deve optar por voltar para a cama e dar o tempo e tratamento necessários para seu corpo se recuperar. Poupe a energia que seria gasta nas atividades propostas pelo seu projeto verão, evitando agravar uma condição transitória e atrasar a sua recuperação. 
 
As infecções virais, resfriados e gripes, tem um curso definido e duração prevista, dispensando tratamentos além da medicação sintomática, para alívio da febre, coriza, entre outros. 
 
O comprometimento da defesa forçando um gasto energético na atividade física pode favorecer infecções por bactérias oportunistas. Você pode trocar a simples gripe por uma amidalite, ou mesmo uma pneumonia. Estas infecções mais graves impõem uso de antibióticos e o tempo de repouso será mais prolongado, atrasando ainda mais seu projeto verão. 
 
O melhor a fazer é curtir a gripe, o resfriado. E ao retomar o treino, faça-o com cautela, diminuindo o volume semanal, para gradativamente chegar ao ritmo habitual. Se você interromper por uma semana, programe o retorno para duas semanas, por exemplo. 
 
A gastroenterocolite aguda, a diarreia, o "piriri", têm como grande complicação a desidratação. Não preciso comentar o quanto a água é importante na atividade física e a falta que ela faz. Sem contar que o exercício só agrava a sua condição pela perda adicional de água que ele traz. Mais uma vez, fique perto do banheiro e da água que o sofrimento não tomará mais do que dois dias e, seu treino, um pouco mais leve no recomeço, poderá ser retomado. 
 
Talvez o mais difícil na recuperação da dança que provocou tantas dores seja a do orgulho. O movimento não habitual provoca processos inflamatórios que desaparecem em 2 a 3 dias, de maneira espontânea, dispensando tratamento, exceto por analgésicos ou anti-inflamatórios no combate à dor e desconforto. 
 
Insistir com exercícios nessas situações é criar condições para que ocorram complicações que custarão muito mais do que dois ou três dias de treinamento. Insistir com exercícios mais intensos, que fazem parte do seu projeto verão, pode resultar em rupturas musculares, tendinites ou até rupturas tendíneas. Mais uma vez, espere as dores passarem e retome gradativamente suas atividades. Você não vai se arrepender. 
 
Nunca desista de fazer exercícios regulares. Eles só têm a oferecer melhora para sua saúde. Mas, como tudo na vida, use com sabedoria e moderação. 
 
Minha Vida

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