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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Benzodiazepínicos - como e quando devem ser usados?

O que são benzodiazepínicos
Os Benzodiazepínicos são um grupo de drogas estruturalmente relacionadas, usadas inicialmente como sedativos, hipnóticos, relaxantes musculares e antiepilépticos, e outrora denominados de "tranqüilizantes menores".
 
Acredita-se que estes agentes produzam efeitos terapêuticos ao potencializar a ação do Ácido Gama-Amino-Butírico (GABA), um importante neurotransmissor inibidor.
 
Segundo a duração de sua ação, são classificados em benzodiazepínicos de ação longa ou de ação curta.
 
Foram introduzidos como alternativas mais seguras que os barbitúricos, pois eles não suprimem o sono REM na mesma extensão que os barbitúricos, mas tem um potencial significativo para induzir dependência e propiciar o uso indevido.
 
O poder de viciar paciente
Mesmo quando são usados em doses terapêuticas, a sua interrupção abrupta induz uma síndrome de abstinência em até 50% das pessoas tratadas por seis meses ou mais.
 
Os sintomas de abstinência parecem ser mais intensos com as preparações de ação curta; com os benzodiazepínicos de ação longa os sintomas de abstinência aparecem uma ou duas semanas depois da interrupção e duram mais, mas são menos intensos.
 
Como com outros sedativos, é necessário um programa de desintoxicação lenta para evitar complicações graves como as convulsões da abstinência.
 
Critérios mais rigorosos na prescrição
Os Benzodiazepínicos são utilizados nas mais variadas formas de ansiedade e, infelizmente, nos dias de hoje, a sua indicação médica não tem obedecido, como seria desejável, a determinadas regras amparadas no devido embasamento científico.
 
Ao receitarmos tais medicamento, devemos lembrar que os Benzodiazepínicos são apenas ansiolíticos e nada mais que isso. Não são antineuróticos, antipsicóticos ou anti-insônia, como podem estar pensando muitos clínicos e pacientes.
 
A melhor indicação para os Benzodiazepínicos são os casos onde a ansiedade presente NÃO faz parte da personalidade do paciente, ou, melhor ainda, os casos onde a ansiedade NÃO seja secundária a outro distúrbio psíquico. Resumindo, serão bem indicados quando usado para a ansiedade que estiver muito bem delimitada no tempo e tiver uma causa bem definida.
 
Naturalmente, podemos nos valer dos Benzodiazepínicos como coadjuvantes do tratamento psiquiátrico, quando a causa básica da ansiedade ainda não estiver sendo prontamente resolvida. No caso, por exemplo, de um paciente deprimido e, conseqüentemente ansioso, os Benzodiazepínicos podem ser úteis nos primeiros dias da terapêutica medicamentosa, enquanto o tratamento antidepressivo não estiver exercendo o efeito desejável. Trata-se, neste caso, de uma associação medicamentosa provisória e benéfica ao paciente. Entretanto, com a progressiva melhora do quadro depressivo não haverá mais embasamento científico para a continuidade do uso dos Benzodiazepínicos, principalmente em se levando em conta os efeitos colaterais esperáveis.
 
Interações medicamentosas
A Cimetidina, os anticoncepcionais orais (ACO), o Dissulfiram, a Isoniazida, o Propanolol e o Alcool podem reduzir o clearence e aumentar a meia vida da maioria dos diazepínicos. Essas interações interferem com a redução do fluxo sanguíneo hepático e com a inibição competitiva das enzimas microssomiais oxidativas hepáticas.
 
Outras drogas usadas concomitantemente podem ainda potencializar a ação dos diazepínicos, tais como: barbitúricos, anticonvulsivantes, hipnoanalgésicos, anestésicos, antipsicóticos, etc.
 
Os efeitos colaterais
Os pacientes em uso de benzodiazepínicos devem ser advertidos com relação aos riscos existentes de surgimento de sedação, sonolência, ataxia, disartria, prejuízo de execução de tarefas banais como dirigir carros, manejar máquinas ou executar outras ações que exijam coordenação motora fina.
 
Lentificação do curso do pensamento e déficit intelectivo-cognitivo são também observados, e ao EEG observa-se aumento de ondas beta: ondas lentas e de baixa voltagem.
 
Entretanto, um prejuízo temido é o que em geral ocorre sobre as funções cognitivas, com redução da capacidade de concentração e prejuízo amnêmico. Tais alterações são dose-dependentes e podem colocar a vida do paciente em risco.
 
Pode ainda ocorrer amnésia lacunar, mais comum com o uso de substâncias de curta duração de efeito (Triazolam, Midazolam, Lorazepam, Alprazolam), ou com doses mais altas e irregulares. Essa amnésia é mais preocupante quando se usa alcool ao mesmo tempo.
 
Pode também ocorrer também a amnésia de fixação, mais frequentemente associada com o uso prolongado e/ou o emprego de doses elevadas dessas substâncias, independente da duração dos seus efeitos.
 
E deve-se salientar ainda que existem evidências que sugerem que o uso prolongado de Benzodiazepínicos pode induzir a alterações permanentes quanto ao déficit intelectivo-cognitivo e ao prejuízo da memória, o que constitui, dessa forma, IATROGENIA.
 
Exemplos:
 
ALPRAZOLAM - Frontal, Tranquinal
 
BROMAZEPAM - Brozepax, Deptran, Lexotam, Nervium, Novazepam, Somalium, Sulpam
 
CLOBAZAM - Frizium, Urbanil
 
CLONAZEPAM - Rivotril
 
CLORDIAZEPÓXIDO – Psicosedim
 
CLOXAZOLAM - Elum, Olcadil
 
DIAZEPAM - Ansilive, Calmociteno, Diazepam, Diazepan, Kiatriun, Noam, Somaplus, Valium
 
LORAZEPAM - Lorium, Lorax, Mesmerin
 
Alternativas aos diazepínicos
 
BUSPIRONA - Ansienon, Ansitec, Bromopirim , Brozepax, Buspanil, Buspar
 

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