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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Como funcionam os exames pré-natais

As dúvidas e/ou preocupações mais frequentes durante a gravidez são se o bebê é saudável e se está se desenvolvendo normalmente
 
O objetivo dos exames pre-natais é garantir o bom andamento das gestações de baixo risco e, também, identificar adequada e precocemente quais as pacientes com maiores chances de evolução desfavorável durante a gravidez. Os exames pré-natais podem garantir uma gestação segura, mas devem ser realizados logo que a gestação for confirmada.
 
Neste artigo, conheceremos os exames que obstetras usam para avaliar o desenvolvimento do feto.
 
A gravidez envolve muitos exames pré-natais
No decorrer da gravidez, uma mulher grávida deve fazer vários exames. Eles são divididos nas seguintes categorias:
 
- teste de gravidez - o primeiro exame
 
- exames de rotina e não invasivos - ocorrem durante cada visita ao consultório do obstetra
  • pressão arterial
  • glicose/proteína na urina
  • batimentos cardíacos do feto
- exames de sangue - geralmente feitos em diferentes momentos durante a gravidez
  • tipo sanguíneo, fator Rh
  • hemograma
  • HIV, hepatite B, sífilis
  • exame de tolerância a glicose
- exames com swab (espécie de cotonete de cabo comprido esterilizado em um incólucro de papel) - geralmente feitos em diferentes momentos durante a gravidez
    • Papanicolau - para verificar a presença de DSTs, diferentes bactérias
    • teste para estreptococos do tipo B (somente nos EUA)
    • ultra-som - feito ao menos uma vez durante a gravidez
- exames feitos sob circunstâncias especiais
  • amniocentese
  • biópsia de vilo corial
  • exame de sangue fetal ou cordocentese
  • monitoramento fetal
Vamos dar uma olhada nos diferentes exames para saber como funcionam e o que podem nos dizer sobre o bebê que se desenvolve.
 
Antes do pré-natal: O teste de gravidez
Normalmente, esse é o primeiro teste realizado quando há suspeita de gravidez. Há uma variedade de kits de testes vendidos nas farmácias sem necessidade de receita e todos detectam um hormônio protéico chamado gonadotrofina coriônica humana (hCG). Quando um óvulo é fertilizado, o embrião começa a produzir hCG. Os níveis de hCG aumentam após a concepção e ele pode ser detectado na urina da mãe. Dez dias após a concepção, os níveis de hCG chegam a cerca de 25 mili-Unidades Internacionais (mIU). Basicamente, o teste caseiro é um exame de urina que busca hCG.
  1. Colete uma amostra de urina - normalmente se usa a primeira urina da manhã, quando os níveis de hCG estão mais concentrados, ou se passa o bastão de teste pelo fluxo de urina.
  2. Caso você tenha coletado a urina, mergulhe o bastão nela ou coloque uma gota no bastão de exame.
  3. Os melhores bastões têm uma cobertura de plástico incrustada com anticorpos ao hCG.
  4. Os bastões de teste também têm um segundo anticorpo para o hCG conectado a uma etiqueta de alguma cor (por exemplo, bolhas de látex coloridas, enzima que produz uma reação colorida).
  5. Se houver níveis suficientes de hCG presentes na urina (mais de 25 mIU), o hCG vai se ligar ao segundo anticorpo e fazer que ocorra uma reação colorida (ou seja, um resultado positivo).
Se o teste for positivo, é recomendado ligar para seu médico e realizar um segundo teste no consultório para confirmar a gravidez. O médico também pode pedir um exame de sangue para determinar com precisão a quantidade de hCG presente, que pode ser usada para avaliar a saúde do bebê.
 
Pré-natal: Exames de rotina não-invasivos
Os exames de rotina não invasivos são feitos toda vez que a paciente vai ao obstetra e incluem:
  • pressão arterial
  • glicose na urina
  • proteína na urina
  • batimentos cardíacos do feto
Pressão arterial
O aumento no volume de sangue e na circulação sanguínea do feto que ocorrem durante a gravidez também intensifica a demanda do sistema cardiovascular da mulher grávida, especialmente sobre o coração. Por isso é necessário medir a pressão sanguínea regularmente para detectar quaisquer sinais de pressão arterial ou hipertensão induzida pela gravidez. Cerca de 5% das grávidas apresentam hipertensão induzida pela gravidez a partir da vigésima semana de gravidez. E esse problema pode levar a algumas complicações:
  • parto prematuro
  • descolamento da placenta, que leva a sangramento
  • redução do funcionamento ou insuficiência dos rins
  • fluxo de sangue reduzido para o bebê (que pode retardar o crescimento e o desenvolvimento)
Hipertensão induzida pela gravidez, inchaço e proteína na urina (albuminúria) consistem em uma condição conhecida como pré-eclâmpsia. As causas da pré-eclâmpsia são desconhecidas e seu tratamento é o parto prematuro. Algumas vezes, altas doses de sulfato de magnésio podem ser administradas para retardar os sintomas até que o parto possa ocorrer de modo seguro para o bebê. No entanto, não se sabe a razão pela qual esse tratamento funciona.
 
A pressão arterial da grávida será medida com um equipamento de medição de pressão ou esfigmanômetro.
 
Glicose na urinaDurante cada consulta, o médico poderá pedir que se passe uma fita de testes pelo fluxo de urina ou que se colete uma amostra de urina, que será testada com uma tira que mede a quantidade de glicose na urina. A presença de glicose na urina pode ser indicação de diabetes gestacional, uma forma de diabetes que normalmente se desenvolve por volta da vigésima semana de gravidez em algumas mulheres. A diabetes gestacional também causa algumas complicações.
  • O bebê cresce mais do que o normal e desenvolve mais gordura. Bebês maiores fazem com que o parto se torne mais difícil.
  • O pâncreas do bebê tem que secretar quantidades maiores de insulina para se livrar do excesso de açúcar vindo da mãe. Após o nascimento, quando o bebê parou de receber essas altas quantidades de açúcar da mãe, os altos níveis de insulina podem fazer com que o nível de açúcar no sangue do bebê caia a níveis perigosos (hipoglicemia).
  • Alguns bebês cujas mães têm diabetes gestacional apresentam problemas para respirar após o parto (insuficiência respiratória).
A diabetes gestacional normalmente pode ser tratada com o controle da alimentação da mãe. Contudo, há casos em que a mãe deve tomar insulina para controlar seus níveis de glicose. Esse tipo de diabetes costuma desaparecer após o nascimento da criança.
 
A tira de testes contém duas enzimas (glicose oxidase e peroxidase), um produto químico (ortolidina) e uma tinta amarela impregnada no papel. As reações ocorrem assim:
  1. a glicose oxidase converte glicose em ácido glucônico e peróxido de hidrogênio;
  2. a peroxidase faz com que o peróxido de hidrogênio reaja com a ortotolidina, produzindo uma coloração azul;
  3. a tinta amarela espalha a alteração de cor por uma área maior em proporção à quantidade de glicose presente.
Se não houver glicose presente, a tira de teste permanece amarela. Se a glicose estiver presente, a cor pode variar de verde-claro a azul-escuro, dependendo da concentração de glicose na urina.
 
Proteína na urina
A presença de proteína na urina indica um problema no funcionamento dos rins e é um dos sintomas de pré-eclâmpsia, como já mencionamos. Para detectar proteína na urina, a tira de testes tem um tampão de pH (tampão de citrato) e um indicador de coloração (azul de bromofenol) impregnado no papel. No pH normal do papel, a maior parte do indicador não está ionizada. As proteínas podem se ligar à forma não ionizada e liberar íons de hidrogênio, o que altera o pH e a cor do papel. Se houver proteína presente, a cor do papel irá mudar de amarelo para verde ou azul, dependendo da concentração de proteínas.
 
Batimentos cardíacos do feto
Um dos momentos mais emocionantes em qualquer início de gravidez pode ser a primeira vez em que se ouve as batidas do coração do bebê. A batida do coração do bebê pode ser vista em um ultra-som por volta da quinta ou sexta semana de gravidez. Por volta de décima segunda ou décima terceira semana, o médico já pode ouvir os batimentos do bebê com um estetoscópio de Pinard ou estetoscópio Doppler especializado. O estetoscópio de Pinard funciona da mesma maneira que um aparelho de ultra-som comum, exceto pelo fato de que não fornece imagens. Em vez disso, os ecos são contados e a contagem é exibida em um visor de LCD. Se o estetoscópio tiver um alto-falante, você pode até ouvir o batimento cardíaco amplificado.
 
Pré-natal: Exames de sangue
No primeiro trimestre de gravidez, há alguns exames de sangue para determinar o seguinte:
  • os níveis de hCG
  • o nível de ferro no hemograma - importante para a hemoglobina e para levar oxigênio suficiente para o bebê em crescimento
  • tipo sanguíneo e compatibilidade de Rh - avalia problemas entre os tipos sanguíneos da mãe e do bebê
  • a presença de anticorpos para certos vírus (por exemplo, HIV, hepatite B) ou presença de bactérias (sífilis, por exemplo)
Os exames de hCG, anticorpos virais, sífilis e exames de sangue procuram e/ou quantificam a quantidade de anticorpos para essas substâncias presentes no sangue. O exame de ferro mede o ferro diretamente ao queimar uma amostra a alta temperatura e definir a quantidade de luz liberada no comprimento de onda específico para o ferro, a qual está relacionada com a quantidade presente.
 
Teste de tolerância à glicose
Entre a vigésima quinta e a vigésima oitava semana de gestação, deve-se fazer um teste de glicose para descartar a hipótese se diabetes gestacional. Primeiro, bebe-se um líquido com alta quantidade de glicose, ou açúcar, e é recolhida uma amostra do sangue uma hora depois. A glicose sanguínea será medida por uma reação com glicose oxidase. Se o nível de glicose for alto demais, eles pode-se pedir um teste de tolerância à glicose adicional. Nesse teste, toma-se uma solução rica em glicose enquanto se está de estômago vazio e amostras de sangue são coletadas a intervalos regulares (normalmente de hora em hora) durante três horas. Os níveis de glicose são medidos novamente. As informações obtidas nesse período indicam melhor a resposta do corpo à carga de glicose e permitem diagnosticar a diabetes gestacional.
 
Exames pré-natais: Testes
Em diferentes momentos da gravidez, o médico pode retirar amostras com swab da vagina ou do reto. As células serão examinadas no microscópio ou serão feitas culturas para determinar possíveis problemas ou doenças.
 
No primeiro trimestre, pode ser que seja solicitado um Papanicolau, em que células do colo do útero serão examinadas para procurar sinais de câncer do colo do útero. Mais tarde, quando o parto estiver próximo (por volta da trigésima quinta semana), o médico irá retirar amostras com swab da vagina e do reto, para fazer cultura a fim de detectar bactérias estreptococos do tipo B. Essas bactérias são comuns em muitas mulheres, sendo consideradas uma parte normal do sistema reprodutor de uma mulher adulta. Para uma criança no útero, no entanto, elas podem se espalhar durante o parto e causar vários problemas:
  • insuficiência respiratória, que pode ameaçar a vida do bebê
  • retardo mental
  • problemas na visão
  • perda de audição
As infecções por estreptococos do grupo B podem ser tratadas com antibióticos intravenosos antes do parto.
 
Exames pré-natais: Ultra-som
Durante a gravidez, pode-se fazer um ou mais exames de ultra-som. O primeiro pode ser feito nas primeiras quatro semanas para definir o tempo de gravidez e determinar a data do parto. Isso é feito ao medir a distância da nuca do bebê à nádega. É possível comparar essas medidas com gráficos para determinar a idade do feto.
 
Por volta da décima primeira e da décima terceira semanas, o ultra-som pode ser usado para saber de alguns aspectos do desenvolvimento de seu bebê, como:
  • o fechamento do tubo neural
  • desenvolvimento correto dos órgãos internos
  • batimentos cardíacos corretos e sua freqüência
Após 20 semanas, também é possível determinar o sexo do bebê ao observar os órgãos sexuais com o ultra-som.
 
Pré-natal: Exames realizados sob circunstâncias especiais
Se forem detectados problemas com o desenvolvimento do bebê ou se os pais apresentarem fatores de risco para doenças genéticas, o médico pode solicitar exames especiais. Por exemplo, se a mãe tiver 34 anos ou mais, ela tem um risco maior de ter um filho com síndrome de Down. Por isso, os pais, junto ao obstetra, podem decidir retirar amostra de líquido ou de tecido do bebê para determinar sua constituição genética. Essas amostras podem ser obtidas por meio de alguns procedimentos:
  • amniocentese
  • biópsia de vilo corial
  • exame de sangue fetal
  • monitoramento fetal
Nesses exames, o médico usa uma agulha ou tubo de sucção para recolher amostras de fluidos ou de tecidos do bebê, utilizando um ultra-som para auxiliá-lo. Essas amostras de tecido/fluido são levadas e analisadas em laboratório para determinar o número de cromossomos (cariótipo) e outros exames bioquímicos (por exemplo, AFP). Os resultados dos exames podem ser usados para tomar decisões a respeito de um possível aborto ou para preparar os pais para lidar com quaisquer defeitos genéticos (aconselhamento genético).
 
Amniocentese
A amniocentese é um exame no qual o médico retira uma amostra do líquido amniótico que envolve o bebê dentro do útero. Há células e líquidos (urina) do bebê flutuando no líquido amniótico. As células podem ser cultivadas e o líquido analisado por vários marcadores bioquímicos.
 
A amniocentese costuma ser feita entre a décima quinta e a décima oitava semanas, para mães com dois ou mais fatores de risco (por exemplo, mais de 34 anos e/ou histórico de síndrome de Down ou outras doenças genéticas na família). O procedimento é o seguinte:
  1. o técnico limpa o abdome da paciente com um antisséptico;
  2. usa o ultra-som para determinar em que lugar do útero o bebê está e onde há bolsas de líquido longe do bebê;
  3. após localizar essas áreas, o médico insere uma agulha através do abdome, buscando o útero. O médico monitora constantemente o ultra-som para não atingir o bebê;
  4. o médico recolhe de 30 a 60 ml de líquido amniótico, que será reposto em um dia pelo bebê;
  5. o médico coloca esse fluido em um ou mais copos esterilizados, marca os copos e os envia para um laboratório;
  6. a agulha é removida e se coloca um curativo sobre o local;
  7. é possível fazer mais um ultra-som para avaliar a saúde do bebê depois do fim do procedimento.
Os resultados da amniocentese ficam prontos de duas a três semanas após o procedimento.
 
A amniocentese apresenta um risco de 0,5%, o que significa que, de cada 200 procedimentos, 1 apresenta algum tipo de complicação (por exemplo, infecção, aborto ou machucar o bebê com a agulha). Na maioria dos casos, essas porcentagens são muito menores, especialmente depois de o ultra-som ter sido introduzido como um auxiliar para o médico.
 
Biópsia de vilo corial
Como a amniocentese, a biópsia de vilo corial (BVC) é realizada para obter uma amostra do tecido do bebê, buscando determinar distúrbios genéticos. A diferença é que a BVC retira o tecido da placenta (córion). Como a córion é derivada do bebê e não da mãe, ela possui as características genéticas do bebê. O procedimento é semelhante à amniocentese, exceto pelo fato de que o tecido pode ser tirado inserindo uma agulha através do abdome ou um tubo de recolhimento de amostra através do colo do útero.
 
Como a amniocentese, a BVC é realizada quando a mãe possui um ou mais fatores de risco de doenças genéticas. A BVC pode ser feita antes da amniocentese, normalmente na última parte do primeiro trimestre (entre a nona e a décima primeira semanas). Os resultados da BVC podem ser obtidos mais rapidamente do que os da amniocentese porque não é preciso fazer uma cultura do tecido. No entanto, como a BVC retira somente tecido, alguns dos testes bioquímicos feitos com a amniocentese não podem ocorrer com a BVC. Além disso, a BVC possui um risco mais alto (cerca de 1%), principalmente por ser um procedimento mais novo em relação à amniocentese.

Retirada de amostra de sangue do feto
A retirada de amostra de sangue do feto pode ser realizada a partir da décima oitava semana. Nesse procedimento, o sangue do feto é obtido do cordão umbilical. Como na amniocentese, o médico (auxiliado por ultra-som) insere uma agulha através do abdome da mãe, entrando no cordão umbilical, e retira uma amostra de sangue. A amostra de sangue é enviada ao laboratório para análise. O resultado do exame genético pode ser obtido muito mais rapidamente do que com a amniocentese por não ser necessária a cultura de tecido. Outro benefício dessa técnica é que ela pode ser usada para fazer a transfusão de sangue compatível para o feto caso os fatores Rh dele e da mãe não sejam os mesmos. O risco geral desse procedimento é de 0,5% a 1%.

Monitoramento fetal
O monitoramento fetal costuma ser feito no terceiro trimestre (para casos de gravidez de alto risco, parto prematuro ou bebês que já passaram do tempo) e durante o parto. Esse teste envolve amarrar um monitor eletrônico ao abdome da mãe para medir as atividades elétricas dos:
  • batimentos cardíacos do feto
  • batimentos cardíacos da mãe
  • contrações do músculo uterino da mãe
Os movimentos do bebê dentro do útero podem ser avaliados e relacionados a sua freqüência cardíaca. Há dois tipos de exame realizados:
  • teste sem estresse - a frequência cardíaca do bebê deve aumentar quando o bebê se move (cerca de 15 batidas por 15 segundos, pelo menos duas vezes durante um período de 20 minutos);
  • teste com estresse - a frequência cardíaca do bebê deve aumentar quando o útero se contrai. As contrações uterinas são induzidas pela injeção de um medicamento (Pitocin) ou pela estimulação dos mamilos da mãe.
Esses são os exames usados pelos obstetras para determinar como o bebê irá suportar o estresse causado pelo parto.

Como você pode ver, há uma grande variedade de maneiras de medir o crescimento e o desenvolvimento de um bebê antes de ele nascer. Um exame pré-natal é absolutamente normal durante a gravidez e pode detectar problemas nos estágios iniciais.

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