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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Consumir vitaminas ajuda mesmo a prevenir doenças?

Vitaminas em cápsulas e comprimidos: suplementação
 sem orientação coloca a saúde em risco
Melhorar a qualidade nutricional da alimentação faz bem, mas dependendo da dose, a vitamina pode prejudicar mais do que ajudar, alertam médicos
 
Em outubro deste ano, a publicação dos resultados de um estudo feito pela Universidade de Harvard e patrocinado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos que acompanhou mais de 14 mil homens de meia-idade por mais de uma década mostrou que o uso diário de suplementos de vitaminas e minerais não reduzia o risco de doenças cardíacas.
 
Por outro lado, quando a comparação foi feita levando em conta o risco total de desenvolver qualquer tipo de câncer, a pesquisa apontou uma redução de 8% na taxa total da doença entre os homens que tomaram uma cápsula diária de um multivitamínico de venda livre nas farmácias e produzido pela indústria farmacêutica norte-americana Pfizer.
 
Os resultados deixaram muitos consumidores regulares de vitaminas confusos em relação ao que fazer. Afinal, consumir complexos vitamínicos ajuda a prevenir doenças ou o investimento mensal poderia ser empregado em outra mudança de estilo de vida comprovadamente eficaz? Hoje, apontam especialistas, a única resposta possível para esse questionamento seria: depende da vitamina, da dose e da doença que se deseja prevenir.
 
“É altamente sugestivo que a dieta que inclui todas as vitaminas e minerais pode ter um papel preventivo e protetor no desenvolvimento de vários tumores, mas os resultados do estudo com os multivitamínicos não são definitivos e abrem novos questionamentos como, por exemplo, qual ou quais vitaminas tiveram papel decisivo nesta proteção contra o câncer?”, argumenta o oncologista Fernando Maluf, chefe do departamento de Oncologia Clínica do Hospital São José, da Beneficência Portuguesa.
 
O estudo da influência dos hábitos de vida no surgimento das doenças, em especial o câncer, é uma área que vem recebendo atenção especial de pesquisadores e governos. Cessar hábitos como o tabagismo, e incorporar mudanças na alimentação e nos níveis de atividade física sai muito mais barato do que tratar doenças já instaladas. Quanto mais evidências de que mudanças no estilo de vida realmente previnem doenças, maior a possibilidade de elaborar políticas de saúde para estimulá-las entre a população.
 
No Brasil, isso vem sendo feito com relativo sucesso no quesito tabagismo. O aumento das evidências científicas de que o tabaco causa diversos cânceres gerou políticas de restrição ao fumo em âmbitos nacionais, estaduais e municipais. E os resultados positivos não tardaram a aparecer, com a redução do percentual total de fumantes.
 
Com relação à atividade física e alimentação as iniciativas públicas ainda são isoladas e a população segue com altos níveis de sedentarismo e má alimentação. Dois levantamentos recentes sobre o comportamento alimentar dos brasileiros apontaram que a grande maioria da população não tem uma ingestão diária adequada de micronutrientes – vitaminas e minerais. E o pior: ter mais poder aquisitivo não significa melhora na qualidade nutricional da alimentação.
 
Diante deste cenário de múltiplas carências, defende o presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Durval Ribas Filho, a reposição de vitaminas e minerais poderia favorecer a prevenção do câncer e de outras doenças. O especialista adverte que a principal recomendação segue sendo cautela no consumo.
 
“A chamada medicina ortomolecular popularizou a falsa ideia de que o consumo de altas doses de algumas vitaminas faz bem. Adotar essa conduta pode sobrecarregar o fígado e os rins”, alerta o médico.
 
Quem está em dúvida sobre se precisa de suplementação de vitaminas, recomenda Ribas Filho, deve buscar a orientação de um profissional de nutrição (médico nutrólogo ou nutricionista). Isso pode ser feito em qualquer etapa da vida, acrescenta ele, com exames de laboratório que mostram quais nutrientes estão em falta. Também é possível identificar algumas carências nutricionais por meio de um inquérito alimentar de 24 horas.
 
“É como se fosse um diário alimentar, no qual você anota tudo o que comeu e mostra para o profissional de nutrição, que vai avaliar o conteúdo e orientar sobre se é preciso ou não fazer alguma suplementação.”
 
Fonte iG

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